A IMPORTÂNCIA DA CALIBRAGEM PARA AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DE ANOMALIAS DENTÁRIAS DE PACIENTES COM CÂNCER

  • Ana Carolina Cunha Rodrigues Aluna da graduação da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
  • Reyna Aguilar Quispe Mestranda de estomatologia na Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
  • Ana Lúcia Alvares Capelozza Profa. Dra. da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
  • Cássia Maria Fisher Rubira Profa. Dra.da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
  • Ana Maria Greff Buaes Coodenadora de Odontologia do Instituto de Câncer Infantil
  • Paulo Sérgio da Silva Santos Prof. Dr. da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
Palavras-chave: Reprodutibilidade dos testes, Diagnóstico, Pesquisa, Anormalidades dentárias, Radiografia panorâmica

Resumo

Entende-se por anomalia uma variação ou desvio de uma característica ou estrutura anatômica, relativamente à normalidade. Pelo tratamento antineoplásico, sobreviventes de câncer infantil estão em risco de adquirir anomalias dentárias como efeito tardio. Esses efeitos podem ser observados pela radiografia panorâmica. Para resultados confiáveis e reprodutíveis é necessário que os examinadores passem por um treinamento prévio. Este pode ser medido por meio de testes de concordância como o teste de Kappa. O objetivo do presente trabalho foi apresentar a importância da calibragem dos examinadores para avaliação radiográfica de anomalias dentárias de pacientes com câncer, a fim de obter informações com alta confiabilidade. Foram selecionadas aleatoriamente 40 radiografias panorâmicas digitais, sendo 20 do grupo controle e 20 do grupo experimental. Os examinadores foram considerados calibrados quando os valores do teste de Kappa estavam entre 0,61-1,0. A calibração intraexaminador teve como mínimo um valor de concordância substancial (0,61-0,80) e um máximo de concordância perfeita (0,81 -1,0) para os dois examinadores. Em relação à calibração interexaminador observou-se como resultado mínimo de Kappa uma concordância moderada (0,41 – 0,60) na primeira etapa, sendo que na segunda etapa chegou-se a uma concordância substancial (0,61-0,80) demostrando que as examinadoras se encontravam calibradas. Para a avaliação de anomalias dentárias em radiografias panorâmicas é necessária uma calibração cautelosa e minuciosa que favoreça a emissão de informações confiáveis e reproduzíveis para evidência científica.

Biografia do Autor

Ana Carolina Cunha Rodrigues, Aluna da graduação da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru
Reyna Aguilar Quispe, Mestranda de estomatologia na Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru
Ana Lúcia Alvares Capelozza, Profa. Dra. da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru
Cássia Maria Fisher Rubira, Profa. Dra.da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru
Ana Maria Greff Buaes, Coodenadora de Odontologia do Instituto de Câncer Infantil
Departamento de odontologia do Instituto de Câncer Infantil
Paulo Sérgio da Silva Santos, Prof. Dr. da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo
Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru

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Publicado
2017-12-05
Seção
Artigos Originais