O panóptico do colonizador e a fé do colonizado: resistência e ataque em the fakir’s island, de Alice Perrin

  • Silvio Ruiz Paradiso CESUMAR
  • Leoné Astride Barzotto CESUMAR / UEL
Palavras-chave: diálogos culturais, pós-colonialismo, literatura inglesa

Resumo

A partir de um estudo que abarca os pressupostos teóricos sobre pós-colonialismo, olhar panóptico, multiculturalismo, resistência, ou seja, teorias que envolvem as culturas do “Terceiro Mundo” e seus estudiosos - como Ashcroft, Griffiths, Tiffin, Bhabha, Mattelart e Neveu -, efetuamos uma análise do conto em língua inglesa The fakir’s Island, de Alice Perrin. A autora, de origem indiana, é reconhecida mundialmente como um grande nome da literatura pós-colonial, visto que a maioria de seus romances fala sobre a “Índia colonizada”, revelando ironia e humor nas relações anglo-indianas. O enfoque de nossa leitura dar-se-á nesse desvelamento dos diálogos culturais presentes no conto, principalmente na questão do olhar, bem como na visão panóptica, na qual o colonizador subjuga o outro, entronado em uma estrutura arquitetônica bem favorável ao fato: um forte, salientando no espaço seu poder e a subalternidade do colonizado. Outro fator de análise é o modo como o colonizado resiste ao processo de dominação: utilizando-se de uma “maldição”, neste caso, própria de sua cultura, a hindu, como forma e estratégia de contra-ataque. Objetivamos analisar no conto a presença do pós-colonialismo revelado por meio de encontros culturais no âmbito da colônia / metrópole, do colonizador / colonizado e, dentro desse panorama, investigar a exclusão e desaprovação do sujeito imperialista de um ponto de vista físico-geográfico (o forte) e ideológico (o Outro), criando assim pressupostos que evidenciem quão importante é a imagem do forte de Agra como “base de sustentação” para a visão onipresente do sujeito ocidental, assim como a presença mágica das maldições hindus como única “arma” de revide do indivíduo objetificado. Para que a pesquisa possa cumprir sua proposta, os métodos de procedimento serão o histórico e o comparativo, enquanto o caráter será descritivo-analítico, pois dessa forma os fatos podem ser identificados, descritos, classificados, interpretados e, principalmente, analisados pelo pesquisador sem sua interferência e manipulação. Far-se-á a descrição das teorias propostas juntamente com a narrativa em questão.

Biografia do Autor

Silvio Ruiz Paradiso, CESUMAR
Graduando do curso de Letras Português/Inglês, Bolsista do PROBIC CESUMAR/Fundação Araucária. E-mail: silvinhoparadiso@hotmail.com
Leoné Astride Barzotto, CESUMAR / UEL
Docente do Cesumar, (CESUMAR/PG- UEL/Indiana University Bloomington). E-mail: leone@cesumar.br
Publicado
2007-10-19
Seção
Artigos Originais