ENTRE O VISÍVEL E O INVISÍVEL: A IMAGEM COMO MATERIALIZAÇÃO DA ENCANTARIA

Palavras-chave: Poéticas visuais, Iconografia, Tambor de Mina, Encantaria brasileira.

Resumo

O presente trabalho é fruto de uma pesquisa em poéticas visuais motivada pela busca por utilizar a arte como representação iconográfica da encantaria. Foram escolhidos como tema os caboclos e os encantados, seres míticos e invisíveis, presentes no Tambor de Mina, religião afro-brasileira fortemente encontrada no Maranhão e no Pará, que se apresentam em nosso mundo através do transe dos membros de tal crença. Para tanto, foi realizado um estudo na Casa de Mina de Yemanjá e Ogum, em Maringá-PR, com os próprios encantados, bem como com praticantes dos ritos de matriz africana. O foco se deu nas investigações acerca de suas identidades perante a religião, e também nas pesquisas sobre as possibilidades de se construir a imagem como um desdobramento material do espírito imaterial, tendo como ponte diálogos, vivências e percepções. Como resultado, têm-se retratos pintados com pastel oleoso sobre papel, representando figurativamente as entidades pesquisadas.

Biografia do Autor

Silvio Ruiz Paradiso, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB
Pós-Doutorado em Estudos Literários pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Cultura e História afro-brasileira e indígena.
Maria Fernanda Casanova Vasconcelos
Graduação em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2009) e especialização em Arte na Contemporaneidade pelo Centro de Ensino Superior de Maringá - Cesumar (2016).

Referências

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Publicado
2019-08-21
Seção
Artigos Originais