Comparação do consumo alimentar calculado a partir de duas tabelas de composição de alimentos

  • Camila Tamires de Castilhos Romani Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Evelyn Carvalho de Lima Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Vera Elizabeth Closs Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Fabrício Edler Macagnan UFCSPA
  • Margareth da Silva Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Andréia da Silva Gustavo Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • Ana Maria Pandolfo Feoli Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Palavras-chave: Análise de Alimentos, Consumo de Alimentos, Nutrientes, Tabela de Composição dos Alimentos

Resumo

O objetivo do presente trabalho foi comparar o consumo de energia, macronutrientes e micronutrientes calculado a partir de duas tabelas de composição dos alimentos: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO) mais informações de rótulos de alimentos e United States Department of Agriculture Food Composition Databases (USDA). Trata-se de estudo transversal, com dados do consumo alimentar de participantes do estudo principal “Modificação do Estilo de Vida e Risco Cardiovascular”. Os dados foram analisados por meio dos Testes de Kruskal Wallis, Post Hoc de Dunn, e Correlação de Pearson. Foram avaliados 59 Recordatórios de 24 horas e as medianas de 21 entre 29 nutrientes (72,4%) apresentaram diferença estatisticamente significativa (p<0,05) na comparação entre os resultados obtidos das tabelas avaliadas. Foram encontradas divergências significativas entre os valores nutricionais apresentados nas tabelas. Este fato alerta para o uso destes instrumentos e a sua influência nos resultados do cálculo do consumo alimentar e impacto na prescrição nutricional.

Biografia do Autor

Camila Tamires de Castilhos Romani, Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Nutricionista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Evelyn Carvalho de Lima, Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Nutricionista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). B
Vera Elizabeth Closs, Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Doutora em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre (RS)
Fabrício Edler Macagnan, UFCSPA
Docente adjunto da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Docente e Tutor no Programa de Residência Multiprofissional Integrada em Saúde com ênfase em Onco-Hematologia desenvolvido em conjunto com a Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA) e Docente no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (UFCSPA)
Margareth da Silva Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Doutorado em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo e Pós-Doutorado na University of Maryland Baltimore County (UMBC-USA). Pesquisadora Produtividade CNPq-1C, Docente titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Andréia da Silva Gustavo, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Doutorado em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora adjunta e Coordenadora do Curso de Graduação em Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Ana Maria Pandolfo Feoli, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Doutorado em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente e pesquisadora do Curso de Nutrição e do Pós Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Referências

Stajcic N. Undestanding Culture-food as a means of communication. Hemispheres. 2015; 28:5-14.

Moraes RW. Determinantes e construção do comportamento alimentar, uma revisão narrativa da literatura. [dissertação]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2014.

Garcia RWD. Representações sobre consumo alimentar e suas implicações em inquéritos alimentares: estudo qualitativo em sujeitos submetidos à prescrição dietética. Rev Nutr. 2004; 17(1):15-28.

Louzada M, Martins A, Canella D, Baraldi L, Levy R, VClaro R, et al. Alimentos ultraprocessados e perfil nutricional da dieta no Brasil. Rev Saude Publica. 2015:49-38.

CFN Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN 417 - Dispõe sobre procedimentos nutricionais para atuação dos nutricionistas e dá outras providências. Brasília; 2008 [acesso em 2018 mar. 27]. Disponível em: http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res/2008/res417.pdf.

Elmadfa I, Meyer AL. Importance of food composition data to nutrition and public health. Eur J Clin Nutr. 2010; 64(Suppl 3):S4-7.

Brasil. Guia alimentar para a população brasileira. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica; 2014.

Gomes AA, Pereira RAP, Yokoo EM. Caracterização do consumo alimentar de adultos por meio de questionário simplificado: contribuição para os estudos de vigilância alimentar e nutricional. Cad Saude Coletiva. 2015; 23(4):368-73.

Finglas P, Roe M, Pinchen H, Astley S. The contribution of food composition resources to nutrition science methodology. Nutrition Bull. 2017.

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos/NEPA - UNICAMP. 4 ed. rev. e ampl. Campinas: NEPA-UNICAMP, 2011. 161p.

USDA. Food Composition Databases: United States Department of Agriculture. Agricultural Research Service; 2017. Disponível em: https://ndb.nal.usda.gov/ndb/.

Ribeiro P, Morais TB, Colugnati FAB, Sigulem DM. Tabelas de composição química de alimentos: análise comparativa com resultados laboratoriais. Rev Saude Publica. 2003; 37(2):216-25.

Marconi S, Durazzo A, Camilli E, Lisciani S, Gabrielli P, Aguzzi A, et al. Food Composition Databases: Considerations about Complex Food Matrices. Foods. 2018; 7(1):2.

Drehmer M, Melere C, Reinheimer SM, Camey SA. Agreement of dietary fiber and calorie intake values according to the choice of nutrient composition and household measure tables. Rev Nutr. 2017;30:233-44.

Grundy SM, Cleeman JI, Daniels SR, Donato KA, Eckel RH, Franklin BA, et al. Diagnosis and management of the metabolic syndrome: an American Heart Association/National Heart, Lung, and Blood Institute Scientific Statement. Circulation. 2005; 112 (17):2735-52.

Monego E, Peixoto M, Santiago R, Gil M, Cordeiro M, Campos M, et al. Alimentos brasileiros e suas porções: um guia para avaliação do consumo alimentar. Rio de Janeiro: Rubio; 2013.

Pinheiro ABV, Lacerda EMA, Benzecry EH, Gomes MCS, Costa VM. Tabela para Avaliação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras. São Paulo: Atheneu; 2005.

Carr AC, Vissers MCM. Synthetic or Food-Derived Vitamin C - Are They Equally Bioavailable? Nutrients. 2013; 5(11):4284-304.

Hackbarth RDT, Thieme RD, Schieferdecker MEM. Vitamina C - Ácido Ascórbico. In: Schieferdecker MEM, Thieme RD, Haushild DB, editors. Vitaminas, Minerais e Eletrólitos. Rio de Janeiro: Rubio; 2016. 344p.

Behrens WA, Madere R. Quantitative Analysis of Ascorbic Acid and Isoascorbic Acid in Foods by High-Performance Liquid Chromatography with Electrochemical Detection. J Liq Chromatogr. 1994;17:2445-55.

Deharveng G, Charrondière UR, Climani N, Southgate DAT, Riboli E. Comparison of nutrients in the food composition tables available in the nine European countries participating in EPIC. Eur J Clin Nutr. 1999;53:60-79.

Kearney J. Food consumption trends and drivers. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 2010; 365(1554): 2793-807.

Konstansa L, Dusica S, Dragan B. Estimation of Macronutrient Content in Kindergartens Meals: Food Composition Tables or Chemical Analysis? Iran J Pediatr. 2014; 24(5):643-6.

Bruyn J, Ferguson E, Allman-Farinelli M, Darnton-Hill I, Maulaga W, Msuya J, et al. Food composition tables in resource-poor settings: exploring current limitations and opportunities, with a focus on animal-source foods in sub-Saharan Africa. Br J Nutr. 2016; 116(10):1709-19.

Chege PM, Ndungu ZW. Opportunities and Limitations of Using Food Composition Tables in Clinical Nutrition and Dietetics in Kenya. E-Cronicon. 2016: 24-7.

Martín ISM, Rodriíguez BH. Herramientas para la calibración de menús y cálculo de la composición nutricional de los alimentos; validez y variabilidad. Nutr Hosp. 2014; 29(4):929-34.

Lourenço PKAC, Castro JL, Vale SHL, Alves CX, Leite LD. Comparação de três programas computacionais utilizados na avaliação de recordatórios alimentares 24 horas. J Health Inform. 2011;3(1):13-8.

Vieira FGK, Di Pietro PF, Feio LC, Assis MAA, Peres MA, Vasconcelos FAG. Comparação do valor nutricional de dez cardápios segundo quatro programas computacionais. Rev Nutr. 2009; 22(1):29-38.

Pierri LA, Zago JN, Mendes RCD. Eficácia dos Inquéritos Alimentares na Avaliação do Consumo alimentar. Rev Brasil Ciencias Saude. 2015;19(2):91-100.

Widdowson EM, McCance RA. Food tables, their scope and limitations. Lancet. 1943;1:230-2.

Publicado
2019-03-04
Seção
Artigos Originais