Caracterização pós-colheita de espécies de Capsicum spp.

  • Leonora Mansur Mattos Embrapa
  • Celso Luiz Moretti Embrapa
  • Gilmar Paulo Henz Paulo Henz Embrapa
  • Rosa Maria de Deus de Sousa Universidade de Brasília - UNB
Palavras-chave: Cor, Dióxido de carbono, Respiração, Pós-colheita, Qualidade, Color, Carbon dioxide, Respiration, Post-harvest, Quality.

Resumo

A pimenta é uma das especiarias mais consumidas no mundo. Em função da quantidade significativa de genótipos diferentes de pimenta existente no Brasil, é extremamente desejável caracterizá-los quanto à sua qualidade pós-colheita. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar fisiológica, química e fisicamente pimentas do gênero Capsicum. As variedades de pimenta (Capsicum spp.) “pimenta-americana”, “pimenta-bode”, “pimenta-de-cheiro” e pimenta-dedo-de-moça foram obtidas na Ceasa-DF e levadas ao Laboratório de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças, onde foram selecionadas e classificadas. As amostras foram divididas em dois lotes, Um lote foi imediatamente analisado para clorofilas a, b e total e cor (L*a*b*). Outro lote foi armazenado à temperatura ambiente (24±1 °C) e avaliadas a cada uma hora durante 5 horas para atividade respiratória. O teor de clorofila total foi ao redor de 60% maior na pimenta-bode em relação à pimenta-dedo-de-moça. A pimenta-americana e a pimenta-de-cheiro tiveram valores intermediários de clorofila total. Observou-se que a relação entre as clorofilas a/ b foi muito próxima para as variedades pimenta-dedo-de-moça, pimenta-de-cheiro e pimenta-bode, diferindo significativamente da pimenta-americana. Três dos materiais estudados tiveram a relação clorofila a/b próxima a 2,35, valor que indica fruto imaturo, ainda com predominância de cloroplastos. Por outro lado, a pimenta-americana apresentou relação próxima a 1,19, um indicativo de processo avançado de amadurecimento. A relação de cor a*/b*, um indicativo da predominância de cor verde (valor negativo) ou vermelho-alaranjada (valor positivo) foi cerca de 20% maior para a pimenta-americana quando comparada às demais variedades, o que corrobora a baixa relação clorofila a/b verificada para este material. No início do experimento os genótipos pimenta-de-cheiro e pimenta-bode apresentavam atividade respiratória similar, enquanto pimentas-americanas possuíam atividade respiratória 50% menor do que aqueles genótipos. Por outro lado, “pimentas-dedo-de-moça” possuíam evolução de CO2 que era ao redor de 3 vezes maior do que a de “pimentas-de-cheiro” e “pimenta-bode” Ao final do experimento a atividade respiratória das pimentas era estatisticamente idêntica.

Biografia do Autor

Leonora Mansur Mattos, Embrapa
Doutora. Pesquisadora da Embrapa Hortaliças. Química.
Celso Luiz Moretti, Embrapa
Doutor. Pesquisador da Embrapa Hortaliças. Engenheiro Agrônomo.
Gilmar Paulo Henz Paulo Henz, Embrapa
Doutor. Pesquisador da Embrapa Hortaliças. Engenheiro Agrônomo.
Rosa Maria de Deus de Sousa, Universidade de Brasília - UNB
Mestranda em Nutrição Humana na Universidade de Brasília – UNB. Engenheira de Alimentos.
Publicado
2008-08-13
Seção
Agronegócio