LÉXICO OBSCENO E GÍRIAS PAULISTANAS: UM ESTUDO NA PERSPECTIVA DA NEOLOGIA PRAGMÁTICA
Resumo
O artigo analisa léxico obsceno utilizado na posição de gíria configurada como resultado de neologia. Objetiva levantar léxico gírio a partir de construções neológicas, em específico quanto à escolha de léxico obsceno para interação, considerando fatores de ordem pragmática. Utiliza a pragmática, a sociolinguística interacional, a sociolinguística variacionista e a lexicologia como base teórica e adota como procedimento metodológico a recolha de gírias com usos de léxico obsceno em entrevistas orais. Conclui que a adoção de gírias na forma de léxico obsceno traduz um comportamento sociolinguístico e pragmático que remete a uma utilização na qual amplia o campo lexical, por meio de neologia pragmática, consolidando a noção conceitual de gíria e estabelecendo novas possibilidades de sentido para unidades lexicais obscenas em uso na nossa língua.Referências
ALVES, I. M. Neologismo: criação lexical. São Paulo: Ática, 2002.
ANDRADE, M. M. Lexicologia, terminologia: definições, finalidades, conceitos operacionais. In OLIVEIRA, A. M. P. P. e IZQUERDO, A. N. (orgs.) As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. Campo Grande/MS: Ed. UFMS, 1998, p. 189-198.
BARRERE, L. L. Face e polidez linguística em reclamações online: uma análise sob o viés pragmático. Entrepalavras, Fortaleza, v. 7, p. 383-405, jan./jun.2017.
BIDERMAN, M T. C. Fundamentos da Lexicologia. In Teoria linguística: teoria lexical e linguística computacional. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 99-155.
BIDERMAN, M. T. C. Léxico e vocabulário fundamental. Alfa, São Paulo, 40: 27-46, 1996.
BONA, A. Il turpiloquio nel serial: approccio alla traduzione. Milano: 2008, 54f. Tesi di laurea. (Laurea in Mediazione Linguistica e Culturale) – Università degli Studi di Milano. Disponível em: http://www.focus.it/Community/cs/blogs/vito_dixit/default.aspx. Último acesso em: 24 set.2018.
CRYSTAL, D. Dicionário de linguística e fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000.
GUERRA, M. M.; ANDRADE, K. de S. O léxico sob perspectiva: contribuições da Lexicologia para o ensino de línguas. Domínios da Linguagem. v. 6, n° 1, 1° Semestre, 2012. p. 226-241.
GUMPERZ J. J. Discourse strategies. Cambridge: Cambridge University Press, 1982.
LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. Trad. Marcos Bagno, Maria Marta Pereira Scherre e Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
LEVINSON, S. C. Pragmática. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MARTELOTTA, M. E. Mudança linguística: uma abordagem baseada no uso. São Paulo: Cortez, 2011.
ORSI, V. Tabu e preconceito linguístico. ReVEL, v. 9, n. 17, 2011. p. 334-348.
ORTÍZ ALVAREZ, M. L. O léxico como expressão de identidade cultural. Anais do 52 GEL. Campinas: Mercado de Letras/IEL: 246, 2004.
PEREIRA, M. G. D. Introdução. Palavra (PUCRJ), Rio de Janeiro, n. 8, p. 7-25, 2002.
PRETI, D. A gíria e outros temas. São Paulo: T. A. Queiroz, 1984.
TRASK, R. L. Dicionário de linguagem e linguística. São Paulo: Contexto, 2004. 368p.
ULLMANN, S. Semantic universals. In GREENBERG, J. Universals in language. Massachusetts: MIT Press, 1966.
ULLMANN, S. Semântica: uma introdução à ciência do significado. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1977.
WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. I. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.
Juntamente com o e-mail de aceite (para casos de aprovação) será encaminhado modelo da Carta de Direitos Autorais que deverá conter o nome completo dos autores, bem como dados de documentos pessoais e assinada por todos os autores e coautores envolvidos no trabalho.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution CC-BY-NC que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.