Identidade, raça e racismo no cinema: a representação do negro em 12 anos de escravidão
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9192.2025v27e13618Palavras-chave:
12 anos de escravidão, Diferença, Identidade, RacismoResumo
Este artigo tem como objetivo analisar a representação da identidade negra no longa-metragem 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave), verificando, sobretudo, as implicações das teorias raciais dos séculos XVIII e XIX na condição das pessoas negras representadas na obra. O filme, adaptação do romance autobiográfico homônimo escrito por Solomon Northup, consiste na história de um homem afro-americano nascido livre que, em meados do século XIX, foi ilegalmente traficado como escravizado para o sul dos Estados Unidos. A partir disso, observamos como o racismo opera para destituir Northup de sua identidade e humanidade, passando a ser tratado como um mero objeto pertencente aos senhores de escravo a quem foi obrigado a servir. Quanto à metodologia, parte-se de uma revisão bibliográfica e da análise interpretativa da obra, com respaldo nos estudos culturais e na teoria pós-colonial, visando entender os reflexos das teorias raciais na (des) construção da identidade negra no contexto histórico e cultural representado na obra. Como aporte teórico, utilizamos as discussões de atores como Almeida (2021); Schwarcz (1993); Woodward (2014), dentre outros. Assim, infere-se que o filme 12 anos de escravidão reflete o modo como as teorias raciais ajudaram a moldar as narrativas de inferioridade racial sobre a população negra, legitimando a violência física e psicológica a partir do discurso de supremacia racial.
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