ALTERAÇÃO DA MICRODUREZA SUPERFICIAL DO ESMALTE DENTÁRIO EXPOSTOS A CHÁS INDUSTRIALIZADOS

  • Nayanna Lana Soares Fernandes Universidade Federal da Paraíba
  • Ingrid Andrade Meira Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
  • Juliane Rolim de Lavôr Universidade Federal da Paraíba.
  • Andressa Feitosa Bezerra de Oliveira Universidade Federal da Paraíba.
  • Fábio Correia Sampaio Universidade Federal da Paraíba
Palavras-chave: Erosão dentária, Bebidas, Esmalte dentário

Resumo

O presente estudo avaliou o potencial erosivo de chás industrializados no esmalte dentário, de acordo com o percentual de perda de dureza superficial (%PMD), pH, titulação ácida e capacidade tampão. Foram analisados seis tipos de chás industrializados, de diferentes marcas e sabores. A água mineral-Crystal® e a Coca-Cola® foram os controles negativo e positivo, respectivamente. As medições de pH e titulação ácida foram feitas em triplicata, em 50 mL da bebida. A capacidade tampão foi calculada baseada nos valores de pH e titulação ácida para o pH 7,0. A microdureza da superfície o esmalte foi medida antes e após o teste erosivo. Os testes Anova e a correlação de Pearson, com p<0,05, foram usados para analisar os dados. Os dados apresentaram uma distribuição normal. Foi verificada diferença significativa entre os chás e os controles utilizados, em todas as variáveis analisadas (ANOVA, p<0,05). O pH dos chás variou de 2,25 (chá preto com limão) a 3,39 (chá mate com limão). Os maiores valores de titulação ácida (2,05) e capacidade tampão (8,30) foram apresentados pelo chá preto com limão. O maior %PMD foi encontrado no chá de pêssego e o menor no chá natural do mate. Foram verificadas diferenças estatisticamente significante no %PMD de todos os chás com o controle negativo. O %PMD de todos os chás foi superior ao controle positivo. Correlações significativas (p<0,05) foram observadas entre pH inicial com titulação ácida e capacidade tampão, e %PMD com pH inicial, titulação ácida e capacidade tampão. Assim, todos os chás analisados apresentaram caráter erosivo no esmalte dentário, variando a sua intensidade conforme o sabor e/ou composição dos mesmos.

Biografia do Autor

Nayanna Lana Soares Fernandes, Universidade Federal da Paraíba
Estudante da Graduação de Odontologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
Ingrid Andrade Meira, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.
Estudante do MSc da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba, SP, Brasil.
Juliane Rolim de Lavôr, Universidade Federal da Paraíba.
Estudante da Graduação de Odontologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
Andressa Feitosa Bezerra de Oliveira, Universidade Federal da Paraíba.
Professora do Departamento de Morfologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.
Fábio Correia Sampaio, Universidade Federal da Paraíba
Professor do Departamento de Odontologia Clínica e Social, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil.

Referências

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Publicado
2017-12-05
Seção
Artigos Originais