Aplicação de biossólido de ETE na produção de girassol como recuperação sustentável de recursos
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9168.2024v17n.Especial.e12922Palavras-chave:
Agricultura sustentável; Fertilizante; Gestão de resíduos; Lodo de esgoto.Resumo
Este trabalho avaliou o uso de biossólido de uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) como fertilizante para girassóis (Helianthus annuus L.). O lodo, oriundo do reator UASB e coletado na unidade de desidratação da ETE Laboreaux em Itabira-MG, foi higienizado por estabilização alcalina. O experimento, conduzido na Universidade Federal de Itajubá, campus Itabira, analisou quatro condições: controle (sem fertilizante), fertilizante comercial, biossólido conforme a demanda de nitrogênio e conforme a correção da acidez do solo. A estabilização produziu biossólido com 20% de sólidos voláteis. Além disso, a concentração de Escherichia coli foi de 2,49x10? NMP g-1, o que permite a classificação do biossólido como Classe B, conforme a Resolução CONAMA nº 498/2020. Durante os 49 dias de cultivo, os tratamentos com biossólido atingiram um máximo de 12 folhas e 19,6 cm de altura, enquanto os tratamentos controle e com fertilizante comercial apresentaram máximos de 9 e 10 folhas, e 19 e 16,1 cm de altura, respectivamente. No entanto, não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos. O uso de biossólido pode ser uma alternativa sustentável para a gestão de resíduos de ETEs, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos e promovendo uma agricultura mais sustentável.
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