Potencial para manejo florestal de Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett em mata seca

Palavras-chave: Conservação, Floresta Estacional Decidual, Imburaninha, Modelo BDq

Resumo

O método BDq é uma técnica de manejo florestal que conduz a regeneração natural e estabelece critérios para remoção das árvores da floresta através da estimativa do menor impacto sobre a população remanescente. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial de manejo florestal sustentável da espécie Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett por meio de simulações em um remanescente da Floresta Sazonalmente Seca, localizada em Salinas, Norte de Minas Gerais. Para coleta de dados foram alocadas 30 parcelas na área, cada uma medindo 10 m x 10 m. Todos os indivíduos com DAP ≥ 3,18 cm foram amostrados. Utilizou-se o método BDq de seleção, isto é, área basal remanescente (B), diâmetro máximo (D) e constante de De Liocourt (q). Para aplicação do método foram propostas seis alternativas de manejo com valores de área basal remanescente de 50 e 75% combinados com valores de “q” de 1,3; 1,5; e 1,7. No inventário florestal realizado na área, Commiphora leptophloeos foi a espécie com maior número de indivíduos.ha-1 apresentando distribuição agregada. Sua distribuição diamétrica obedeceu ao “J” invertido. Já a relação dos volumes comportou-se de forma inversa, onde as classes com os maiores números de indivíduos não representaram a maior volumetria. O volume total da espécie na área foi de 37,50 m³.ha-1. A estimativa de corte prescrita foi de 20,32 m³.ha-1 e 13,16 m³.ha-1 para um “q” de 1,5 e área basal remanescente de 50 e 75% respectivamente. As estratégias de manejo propostas para a C. leptophloeos se mostraram viáveis em função da estrutura da população remanescente.

Biografia do Autor

Patrícia Borges Dias, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Mestra em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da UFES. Departamento de Ciências Florestais e da Madeira. Jerônimo Monteiro (ES), Brasil.
Valeriano Lopes Cunha, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Salinas, Salinas (MG) Brasil.
Mariana Caroline Moreira Morelli, Universidade Federal de Lavras - UFLA
Mestra em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da UFLA. Lavras (MG), Brasil.
Vinicius Orlandi Barbosa Lima, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas
Mestre em Ciência Florestal pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência Florestal da UFVJM. Professor do Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Salinas. Salinas (MG), Brasil.
Michellia Pereira Soares, Instituto Federal do Norte de Minas Gerais - Campus Salinas
Doutora em Botânica pela Universidade Federal de Viçosa. Professora do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Salinas. Laboratório de Ecologia e Sistemática Vegetal. Salinas (MG), Brasil.

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Publicado
2021-12-01