A indústria do agronegócio e os padrões de internacionalização dos produtores de soja do Brasil

Palavras-chave: Barreiras, Exportar, Troca

Resumo

Os produtores brasileiros de soja, em busca de vantagem competitiva e sucesso em seus negócios, visualizam o mercado externo como uma alternativa para diversificar suas atividades, buscar novas fontes de renda e reduzir a dependência do mercado interno. No entanto, o contexto brasileiro de comércio internacional inclui barreiras tarifárias e não tarifárias, que podem prejudicar qualquer negócio, simplesmente porque o preço de uma mercadoria aumenta ou a desistência de fechar um negócio. Este estudo analisa três empresas exportadoras de soja da região Norte do Rio Grande do Sul, por meio de um estudo de caso múltiplo, mais especificamente sobre as barreiras encontradas em seu processo de internacionalização. Os três casos demonstraram um caminho de desenvolvimento rumo à internacionalização, visando ganhar mais competitividade. Entretanto, ainda há grande intervenção de intermediários, como tradings e corretores, na exportação da soja gaúcha. Embora as exportações sejam predominantes entre os produtores de soja, os resultados mostram elementos de contenção sobre questões técnicas, logísticas, sanitárias e fitossanitárias e subsídios.

Biografia do Autor

Tiago Zardin Patias, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Doutorado em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professor Permanente do Programa de Pós-graduação em Agronegócios da UFSM, campus Palmeira das Missões (RS), Brasil.
Juliana Birkan Azevedo, Universidade de Passo Fundo
Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Eric Charles Henri Dorion, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Doutor em Administração de Empresas pela Universidade de Sherbrooke, Canadá. Professor Visitante do Programa de Pós-graduação em Organizações Públicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria (RS), Brasil.

Referências

ALCÁCER, J.; CANTWELL, J.; PISCITELLO, L. Internationalization in the information age: a new era for places, firms, and international business networks? Journal of International Business Studies, v. 47, p. 499-512, 2016.

APEXBRASIL, Agência Brasileira de Produção de Exportações e Investimentos. Manual sobre barreiras comerciais e aos investimentos. Brasília, 2017.

BAKER, H. G. Some aspects of the natural history of seed banks. In: LECK, M. A.; PARKER, V. T.; SIMPSON, R. L. (ed.). Ecology of soil seed banks. London: Academic Press, 1989. p. 5-19.

BATTISTI, R.; SENTELHAS, P. C.; PASCOALINO, J. A. L.; SAKO, H.; SÁ DANTAS, J. P.; MORAES, M. F. Soybean yield gap in the areas of yield contest in Brazil. International Journal of Plant Production, v. 12, p. 159-168, 2018.

BRASIL. Lei nº 6.507, de 19 de dezembro de 1977. Dispõe sobre a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de sementes e mudas, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1977. p. 17489.

BRASIL. Decreto nº 81.771 de 07 de junho de 1978. Regulamenta a Lei 6.507, de 19/12/1977, que dispõe sobre a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de sementes e mudas e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1978. p. 8522.

BRASIL. Portaria nº 527, de 31 de dezembro de 1997. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 de janeiro de 1998. Seção I, p. 37, 1998.

BRASIL. Portaria MA nº 199 de 15 de maio de 1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1998a.

BRASIL. Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2003.

BRASIL. Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004. Aprova o Regulamento da Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas - SNSM, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2004. p. 6.

BUCKLEY, P.; CASSON, M. The internalisation theory of the multinational enterprise: a review of the progress of a research agenda after 30 years. Journal of International Business Studies, v. 40, p. 1563-1580, 2009.

CAMARGO, F. A. O. et al. Brazilian agriculture in perspective: great expectations vs reality. In: ADVANCES in Agronomy. Academic Press, 2017. p. 53-114.

CAMPEÃO, P.; SANCHES, A. C.; MACIEL, W. R. E. Mercado Internacional de Commodities: uma análise da participação do Brasil no mercado mundial de soja entre 2008 e 2019. Desenvolvimento em Questão, v. 18, n. 51, p. 76-92, 2020.

CARDOSO, B. F.; GALANTE, V. A.; SCHNEIDER, M. B. Barreiras comerciais no comércio internacional: o caso da soja no Brasil. In: BRAUN, M. B. S. (org.). A inserção internacional do agronegócio brasileiro no pós-crise: a atuação da OMC, barreiras e políticas comerciais. Curitiba: LedZe, 2014. p. 305-318.

CRESWELL, J. W.; POTH, C. N. Qualitative inquiry and research design: choosing among five approaches. [s.l.]: Sage publications, 2016.

DE MELLO, E. S.; BRUM, A. L. A cadeia produtiva da soja e alguns reflexos no desenvolvimento regional do Rio Grande do Sul. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 10, p. 74734-74750, 2020.

DUNNING, J. H. The eclectic paradigm of international production: a re-statement and some possible extensions. Journal of International Business Studies, v. 19, p. 1-31, 1988.

DUNNING, J. H. Reappraising the eclectic paradigm in an age of alliance capitalism. In: COLOMBO, M. G. (ed.). The changing boundaries of the firm. Londres: Routledge, 1998. p. 51-81.

DUNNING, J. H. The eclectic (OLI) paradigm of international production: past, present and future. International Journal of the Economics of Business, v. 8, n. 2, p. 173-190, 2001.

DUNNING, J. H. Some antecedents of internalization theory. Journal of International Business Studies, v. 34, p. 108-115, 2003.

EMBRAPA. Soja em números (safra 2018/19). 2019. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/soja/cultivos/soja1/dados-economicos. Acesso em: 29 jan. 2019.

FREDERICO, S. Modernização da agricultura e regulação territorial nos fronts agrícolas Brasileiros. Espaço & Geografia, v. 11, n. 2, p. 135-155, 2008.

GARWOOD, N. C. Tropical soil seed banks: a review. In: LECK, M. A.; PARKER, V. T.; SIMPSON, R. L. (ed.). Ecology of soil seed banks. London: Academic Press, p. 149-209, 1989.

GLOWIK, M. Market Entry Strategies: internationalization theories, concepts and cases. 3. ed. [s.l.]: Gruyter Oldenbourg, 2020.

GOLLNOW, F.; LAKES, T. Policy change, land use, and agriculture: The case of soy production and cattle ranching in Brazil, 2001–2012. Applied Geography, v. 55, p. 203-211, 2014.

GRUNDKE, R.; MOSER, C. Hidden protectionism? Evidence from non-tariff barriers to trade in the United States. Journal of International Economics, v. 117, p. 143-157, 2019.

HULT, G. T. M.; GONZALEZ-PEREZ, M. A.; LAGERSTRÖM, K. A evolução teórica e utilização do Modelo de Uppsala de internacionalização no ecossistema de negócios internacionais. Journal of International Business Studies, v. 51, n. 1, p. 38-49, 2020.

IBGE. Cidades. 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 27 jan. 2019.

INMETRO. Manual de barreiras técnicas às exportações: conceitos fundamentais e serviços oferecidos pelo Inmetro. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Inmetro, 2014.

ISAAA. Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops in 2018: Biotech Crops Continue to Help Meet the Challenges of Increased Population and Climate Change. ISAAA Brief N. 54. ISAAA: Ithaca, NY, 2018.

JOHANSON, J.; WIEDERSHEIM-PAUL, F. The internationalization of the firm: four Swedish cases. Journal of Management Studies, v. 12, p. 305-22, 1975.

JOHANSON, J.; VAHLNE, J. The mechanisms of internationalization. International Marketing Review, v. 7, p. 11-24, 1990.

JOHANSON, J.; VAHLNE, J. Business Relationship Learning and Commitment in the internalization process. Journal of International Entrepreneurship, v. 1, p. 83-101, 2003.

JOHANSON, J.; VAHLNE, J. The Uppsala internationalization process model revisited—from liability of foreignness to liability of Outsidership. Journal International Business Studies, v. 40, p. 1411–1431, 2009.

KINZIUS, L.; SANDKAMP, A.; YALCIN, E. Trade protection and the role of non-tariff barriers. Review of World Economics, v. 155, p. 603-643, 2019.

KOPF, J. C. A produção de soja no Rio Grande do Sul: uma atividade ainda em expansão. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional) - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2020.

LUO, Y.; BU, J. Contextualizing international strategy by emerging market firms: A composition-based approach. Journal of World Business, v. 53, n. 3, p. 337-355, 2018.

MACCARTHY, B. L.; ATTHIRAWONG, W. Factors affecting location decisions in international operations: a Delphi study. International Journal of Operations Management, v. 7, p. 794-818, 2003.

MDIC/SECEX. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Secretaria de Comércio Exterior. Exportações de soja referente a 2019. Brasília, DF, 2019.

NYSTRÖM, M. et al. Anatomy and resilience of the global production ecosystem. Nature, v. 575, n. 7781, p. 98-108, 2019.

NORTH, D. C. Location theory and regional economic growth. Journal of political economy, v. 63, n. 3, p. 243-258, 1955.

ONSTEIN, A. T. C. et al. Importance of factors driving firms’ decisions on spatial distribution structures. International Journal of Logistics Research and Applications, v. 23, n. 1, p. 24-43, 2020.

PORTER, M. E. Competitive advantage: Creating and sustaining superior performance. New York: The Free Press, 1985.

PORTER, M. E. Competitive strategy: Techniques for analyzing industries and competitors. New York: Free Press, 1980.

SCHUENEMANN, F.; KERR, W. A. European Union non-tariff barriers to imports of African biofuels. Agrekon, v. 58, n. 4, p. 407-425, 2019.

SCHWEIZER, R.; VAHLNE, J.; JOHANSON, J. Internationalization as an entrepreneurial process. Journal of International Entrepreneurship, v. 8, p. 343-370, 2010.

SEYOUM, B. Export-Import theory, practices, and procedures. Routledge, 2013.

SHARMILADEVI, J. C. Understanding Dunning's Oli Paradigm. Indian Journal of Commerce and Management Studies, v. 8, n. 3, p. 47, 2017.

SRINIVASAN, T. N. Developing countries and the multilateral trading system: From GATT to the Uruguay Round and the future. Routledge, 2019.

WELCH, G. B. Beneficiamento de sementes no Brasil. Publicado sob o Contrato AID/1ª 165 entre a Agência Norte Americana para o Desenvolvimento Internacional e a Universidade do Estado do Mississipi como atividade do Projeto IV. 3 – Apoio ao Plano Nacional de Sementes do Ministério da Agricultura do Brasil, 1973.

YIN, R. K. Case Study Research and Applications: design and methods. 6 ed. [s.l.]: SAGE Publications, 2017.

Publicado
2021-12-01