Qualidade fisiológica de sementes e Plântulas de Ingá armazenadas e semeadas em diferentes ambientes

  • Leandra Matos Barrozo Universidade Estadual do Maranhão - UEMA https://orcid.org/0000-0003-4956-4555
  • Paloma Carneiro da Silva Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
  • Joel Cabral dos Santos Universidade Estadual do Maranhão - UEMA https://orcid.org/0000-0001-7388-0633
  • Laísa Coelho dos Santos Lopes Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
  • Renato Pereira Lima Universidade Federal da Paraíba - UFPB
  • Josilda Junqueira Ayres Gomes Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Palavras-chave: Dessecação, Inga ingoides, Propagação, Recalcitrantes, Viabilidade

Resumo

O ingazeiro (Inga ingoides (Rich.) Willd.) é uma frutífera utilizada na alimentação, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Aliado a isso, as sementes do gênero Inga são recalcitrantes, que dificulta o armazenamento. Desse modo, objetivou-se avaliar a qualidade fisiológica de sementes de I. ingoides armazenadas em geladeira (5,0 ± 2 °C) e câmara fria nas temperaturas de 0,0 ± 2 e 15,0 ± 2 °C durante 28 dias, bem como a qualidade inicial das plântulas postas para germinar em casa de vegetação e laboratório. O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes, pertencente ao Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, da Universidade Estadual do Maranhão, São Luís (MA). Os frutos foram coletados no município de São Luís, sendo realizado o beneficiamento manual em laboratório e depois retiradas amostras de sementes das quais montou-se o teste de germinação e emergência (testemunha), o restante das sementes foi acondicionado em caixas do tipo gerbox e armazenado em geladeira (5 °C e 47% de umidade relativa - UR); câmara fria (0,0 °C e 49% UR) e câmara fria (15,0 °C e 55% UR). Posteriormente, foram feitos testes: teor de água, germinação, emergência, índice de velocidade de germinação e de emergência, comprimento plântulas da germinação e de emergência e massa seca de plântulas da germinação e da emergência. O armazenamento das sementes de ingá é viável por duas semanas em geladeira sem perda na sua qualidade fisiológica e postas para germinação em casa de vegetação.

Biografia do Autor

Leandra Matos Barrozo, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Doutora em Agronomia (Produção e Tecnologia de Sementes) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Pós-Doutorado (PNPD) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora do Programa de Pós-graduação em Agricultura e Ambiente do Curso de Agronomia. Campus de Balsas (MA), Brasil.
Paloma Carneiro da Silva, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Engenheira Agrônoma pela Universidade Estadual do Maranhão, Campus de Balsas (MA), Brasil.
Joel Cabral dos Santos, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Doutor no Programa de Pós-Graduação em Agronomia (Produção Vegetal), pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Câmpus de Jaboticabal. Professor substituto do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão, Campus de Balsas (MA), Brasil.
Laísa Coelho dos Santos Lopes, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Graduanda em Agronomia pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Curso de Agronomia, Campus de Balsas (MA), Brasil.
Renato Pereira Lima, Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Doutor em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Instituto Nacional do Semi-Árido (INSA), 58434-700, Campina Grande, Paraíba, Brasil.
Josilda Junqueira Ayres Gomes, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Doutora em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professor Adjunto III da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Campus Paulo VI, São Luis (MA), Brasil.

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Publicado
2022-02-21
Seção
Meio Ambiente