Dor em Pediatria: Fisiopatologia, Avaliação e Tratamento

Resumo

Nas últimas décadas tem-se observado um grande avanço no entendimento da dor nos vários estágios do desenvolvimento humano e uma consequente melhora no tratamento do paciente pediátrico. Todavia, muitas crianças ainda têm a sua dor subtratada ou tratada de modo inadequado. Crianças não são adultos pequenos. As vias sinalizadoras funcionais envolvidas na experiência da dor nos recém-nascidos, crianças e mesmo adolescentes diferem daquelas dos adultos. Tal fato pressupõe: a) a necessidade de utilização de métodos adequados de avaliação da intensidade de dor, aplicados por profissionais habilitados, onde são observados idade, desenvolvimento cognitivo e motor da criança, juntamente com seu estado físico e emocional; b) estratégias farmacológicas para o manejo da dor que considerem o perfil farmacocinético e farmacodinâmico das drogas analgésicas, de acordo com a idade e o estado físico e emocional da criança; c) o conhecimento e aplicação pelos profissionais (e familiares) de práticas complementares não farmacológicas. Assim, o objetivo deste estudo foi fazer uma revisão bibliográfica sobre a fisiopatologia da dor no adulto e na criança, identificar os melhores métodos de avaliação da dor na criança, bem como descrever as estratégicas farmacológicas e não farmacológicas atualmente disponíveis para o alívio da dor na população pediátrica. É importante ressaltar que a padronização da avaliação da dor como quinto sinal vital e seu tratamento adequado somente será alcançado com a implementação de políticas públicas que visem investir em pesquisas e promover a capacitação e sensibilização dos profissionais envolvidos (equipe multidisciplinar), com a participação da criança acometida pela dor e, principalmente, de sua família.