EFEITOS DO ESTRESSE OSMÓTICO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE Phaseolus vulgaris L.

  • José Lucas dos Santos Oliveira Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Universidade Federal da Paraíba
  • Edevaldo da Silva Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal de Campina Grande Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas
Palavras-chave: Feijão, Germinação, Salinidade, Semiárido

Resumo

A salinização de solos é uma propriedade química que, especialmente no semiárido nordestino, tem sido um dos problemas que mais afeta a sua fertilidade e, consequentemente, a produtividade agrícola da região. Essa pesquisa teve como objetivo avaliar os efeitos do estresse salino no desenvolvimento inicial do feijão (Phaseolus vulgaris L.), espécie cultivável no semiárido nordestino. O experimento foi realizado utilizando concentrações experimentais de cloreto de potássio (KCl), a saber: 0,0; 40,0; 80,0; 120,0; 160,0; 200,0 m mol L-1. Para cada concentração em estudo existiu três subamostras de sementes tratadas com respectiva concentração do sal, sendo avaliadas as seguintes variáveis morfofisiológicas: porcentagem de germinação (%G), índice de velocidade de germinação (IVG), tempo médio de germinação (TMG), crescimento da raiz e da parte aérea (mm), potencial inibitório (PI) e biomassa fresca e seca da raiz e da parte aérea. Os dados reportaram que o KCl exerceu toxidade para a germinação de sementes de P. vulgaris, mesmo quando disponível na menor concentração do sal em estudo (40 m mol L-1), reduzindo variáveis como a %G. O IVG foi afetado a partir da concentração de 80 m mol L-1. No mesmo período de exposição ao KCl, houve redução do crescimento da parte aérea e da raiz das plântulas P. vulgaris, assim como a diminuição da biomassa fresca e seca das plântulas, com efeitos mais tóxicos do sal representados na concentração de 200 m mol L-1 de KCl. Solos salinos com concentrações de KCl acima de 40 m mol L-1 são prejudiciais à germinação e ao desenvolvimento inicial de P. vulgaris.

Biografia do Autor

José Lucas dos Santos Oliveira, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Universidade Federal da Paraíba
Doutorado em andamento no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Edevaldo da Silva, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal de Campina Grande Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas
Doutorado em Química. Docente Adjunto da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Brasil. Editor-chefe do periódico Acta Brasiliensis.

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Publicado
2019-06-24