CONTRIBUIÇÕES DE ONGS PARA EXPERIÊNCIAS DE AUTONOMIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES VULNERABILIZADOS SOCIALMENTE
DOI:
https://doi.org/10.17765/1518-1243.2020v22n2p225-235Palavras-chave:
Autonomia, Educação não escolar, Experiências educativas, Vulneráveis socialmenteResumo
O artigo analisa experiências educativas de Organizações Não Governamentais (ONGs) que atendem crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, no contraturno escolar, averiguando possíveis contribuições dessas experiências para a autonomia de sujeitos infanto-juvenis. A metodologia que conduziu esta pesquisa qualitativa é o estudo de casos múltiplos (YIN, 2005) por meio da análise interpretativa (TRIVIÑOS, 1987). Os dados que serviram de base emergiram de rodas de conversas realizadas com adolescentes nas pesquisas de campo para uma dissertação defendida em 2018 e de entrevistas com crianças e adolescentes em uma ONG que serviram como ponto de partida para uma tese em andamento desde 2019. O referencial teórico está alicerçado em John Dewey (1971) e Paulo Freire (1987; 1996), para tratar de “aprender com a experiência”, Zucchetti e Moura (2016; 2019), para fundamentar educação não escolar, e Paulo Freire (1983; 1987), com os conceitos de ser mais, ação libertadora e autonomia. A empiria nos permitiu observar que as experiências de educação não escolar investigadas podem contribuir para a autonomia dos sujeitos, a partir do momento em que proporcionam possibilidades de análise crítica de seu contexto e os desafiam a pensar em alternativas para a resolução de problemas, por meio do envolvimento em atividades e ações na ONG e no território. Para tanto, é preciso considerar a intencionalidade das práticas, que devem objetivar contribuir com a emancipação e a autonomia dos sujeitos, buscando torná-los conscientes de suas escolhas na busca por alternativas e oportunidades de mudança.Referências
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