Diagnóstico sobre o uso de defensivos químicos em atividades pecuárias na região Sul Fluminense

Palavras-chave: Agronegócio, Agrotóxico, Produtor rural

Resumo

A quantidade de defensivos químicos liberados no Brasil para uso em atividades agropecuárias, entre os anos de 2017 e 2019, variou entre 400 e 500 produtos por ano, destacando o país pelo recorde de aprovação. Objetivou-se a realização de diagnóstico sobre uso e percepção do risco de defensivos químicos em propriedades rurais na Região Sul do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa realizada foi de caráter investigativo, com a aplicação de um questionário estruturado em 30 propriedades rurais selecionadas de atividades pecuárias. Observou-se que a maioria dos produtores rurais possui idade superior aos 50 anos, sendo do gênero masculino, casados e com nível superior. Os produtores compram até 80 litros de defensivos químicos por ano. No uso e aplicação dos defensivos químicos, observou-se que mais de 50% não utilizam equipamentos de proteção individual, bem como não se preocupam em realizar a devolução de embalagens em locais adequados e cadastrados. Com o advento da liberação de um grande número de defensivos químicos (2017-2019), é de extrema preocupação as consequências advindas do uso e comercialização para a pecuária, pois ao mesmo tempo que se disponibilizam novos produtos aos consumidores, não se oferece uma política pública que melhore a conscientização, a capacitação, a fiscalização junto aos produtores rurais, estabelecimentos comerciais e fabricantes, ressaltando a preocupação com a saúde do trabalhador, ao meio ambiente com sua flora e fauna e aos consumidores.

Biografia do Autor

Talita Amaral de Araújo, Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA
Acadêmica em Engenharia de Produção pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), Volta Redonda (RJ), Brasil.
Diogo Zappa Paiva, Universidade Federal Fluminense – UFF
Acadêmico em Administração pela Universidade Federal Fluminense - UFF, Volta Redonda (RJ), Brasil.
Natália Zappa Paiva, Universidade Federal Fluminense – UFF
Acadêmica em Engenharia de Agronegócios pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Volta Redonda (RJ), Brasil.
Afonso Aurelio de Carvalho Peres, Universidade Federal Fluminense – UFF
Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF), Volta Redonda (RJ), Brasil.

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Publicado
2023-09-30
Seção
Agronegócio