Transações entre Sojicultores Sul-Mato-Grossenses e a Indústria Produtora de Sementes Transgênicas

  • Gustavo Magalhães de Oliveira Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
  • Silvia Morales de Queiroz Caleman Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
  • Bruna Shinohara Nakase Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - (UFMS)
Palavras-chave: Agronegócio, Caracterização das Transações, Soja, Transgenia

Resumo

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o padrão da transação entre sojicultores sul-mato-grossenses e a Monsanto e, especificamente, i) identificar variáveis-chave da transação; ii) caracterizar os arranjos institucionais; iii) compreender a natureza dos conflitos na transação; e iv) caracterizar os determinantes de geração de valor na transação. Foram aplicados questionários semiestruturados em uma amostra de 25 sojicultores sul-mato-grossenses. Utilizou-se, como base teórica, a visão sistêmica de agronegócio, bem como a Nova Economia Institucional (NEI) e a Economia dos Custos de Transação (ECT). Constatou-se, como resultados parciais, que a Monsanto possui elementos que permitem uma coordenação extramercado, por meio de contratos na modalidade instrumentos de incentivo (benefícios) e controle (aparato legal e sistemas de cobrança – “moega”). Emergiu-se como principal fonte de conflito a transparência do sistema de controle e do uso de sementes salvas. Avaliou-se como “média” a geração de valor para os produtores quanto ao uso da tecnologia, por conta de: i) estabilidade da produtividade; ii) pouca redução de custos de produção; iii) dependência de um único princípio ativo (glyphosate) que acarretou resistência de plantas daninhas; e iv) dependência de armazenamento do produto em armazéns privados ou de cooperativas (com vistas à necessidade de segregação do produto final). Por fim, notou-se a necessidade de um aprimoramento no sistema de controle e cobrança da Monsanto diante da utilização da nova geração Soja Intacta RR2 Pro ®, bem como uma ação pública ou privada necessária para monitoramento do uso de sementes salvas e transparência no atual instrumento de controle.

Biografia do Autor

Gustavo Magalhães de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP); Administrador pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Brasil
Silvia Morales de Queiroz Caleman, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Engenheira Agrônoma; Doutora em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP); Docente Adjunta do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Brasil
Bruna Shinohara Nakase, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - (UFMS)
Administradora pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Brasil
Publicado
2016-03-31
Seção
Agronegócio