Transações entre Sojicultores Sul-Mato-Grossenses e a Indústria Produtora de Sementes Transgênicas
Palavras-chave:
Agronegócio, Caracterização das Transações, Soja, Transgenia
Resumo
Este trabalho tem como objetivo geral analisar o padrão da transação entre sojicultores sul-mato-grossenses e a Monsanto e, especificamente, i) identificar variáveis-chave da transação; ii) caracterizar os arranjos institucionais; iii) compreender a natureza dos conflitos na transação; e iv) caracterizar os determinantes de geração de valor na transação. Foram aplicados questionários semiestruturados em uma amostra de 25 sojicultores sul-mato-grossenses. Utilizou-se, como base teórica, a visão sistêmica de agronegócio, bem como a Nova Economia Institucional (NEI) e a Economia dos Custos de Transação (ECT). Constatou-se, como resultados parciais, que a Monsanto possui elementos que permitem uma coordenação extramercado, por meio de contratos na modalidade instrumentos de incentivo (benefícios) e controle (aparato legal e sistemas de cobrança – “moega”). Emergiu-se como principal fonte de conflito a transparência do sistema de controle e do uso de sementes salvas. Avaliou-se como “média” a geração de valor para os produtores quanto ao uso da tecnologia, por conta de: i) estabilidade da produtividade; ii) pouca redução de custos de produção; iii) dependência de um único princípio ativo (glyphosate) que acarretou resistência de plantas daninhas; e iv) dependência de armazenamento do produto em armazéns privados ou de cooperativas (com vistas à necessidade de segregação do produto final). Por fim, notou-se a necessidade de um aprimoramento no sistema de controle e cobrança da Monsanto diante da utilização da nova geração Soja Intacta RR2 Pro ®, bem como uma ação pública ou privada necessária para monitoramento do uso de sementes salvas e transparência no atual instrumento de controle.
Publicado
2016-03-31
Edição
Seção
Agronegócio
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