Contribuição da coleta seletiva para o desenvolvimento sustentável municipal

Palavras-chave: Coleta seletiva, Desenvolvimento sustentável, Indicadores

Resumo

A discussão sobre o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos urbanos (RSU) se insere entre as principais preocupações mundiais. Neste panorama, junto a outros modelos de gestão, surge a proposta de gestão integrada e sustentável dos RSU. A coleta seletiva é um elemento fundamental desse sistema de gestão e essencial na contribuição do desenvolvimento sustentável municipal, pois contribui no âmbito ambiental, econômico e social. Na esfera ambiental contribui principalmente para a diminuição do uso de matéria-prima virgem e aumento da vida útil dos aterros sanitários. Referente à esfera econômica e social auxilia para a geração de emprego e renda, com inclusão social de classes mais carentes. Desse modo, o estudo teve como objetivo fazer um levantamento a respeito da coleta seletiva no Brasil vinculando com as três dimensões da sustentabilidade: ambiental, social e econômica, bem como seus indicadores. Pode-se observar que a coleta seletiva no Brasil ainda envolve pequenas iniciativas nos municípios, não abrangendo a totalidade da população. Os indicadores são ferramentas úteis que possibilitam o diagnóstico avaliando o grau de sustentabilidade e monitoramento dos programas de coleta seletiva com enfoque nas dimensões sociais, ambientais e econômicas, auxiliando nas definições de objetivos e metas para melhoria contínua do setor.

Biografia do Autor

Ritielli Berticelli, Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ
Doutora em Engenharia, docente na Universidade de Cruz Alta – UNICRUZ, Brasil.
Andressa Decesaro, Universidade de Passo Fundo – UPF
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental, Faculdade de Engenharia e Arquitetura, Universidade de Passo Fundo – UPF, Brasil.
Adalberto Pandolfo, Universidade de Passo Fundo – UPF
Doutor em Engenharia de Produção, Docente no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental, Faculdade de Engenharia e Arquitetura, Universidade de Passo Fundo – UPF, Brasil.
Pâmela Bia Pasquali, Universidade de Passo Fundo – UPF
Acadêmica de Engenharia Ambiental, Faculdade de Engenharia e Arquitetura, Universidade de Passo Fundo – UPF, Brasil.

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Publicado
2020-04-11
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