Propagação por estaquia de Sangra-d’Água (Croton urucurana BAILL.)

Resumen

A sangra-d’água (Croton urucurana Baill.) é uma árvore de difícil propagação por sementes. Objetivou-se avaliar o efeito da época de coleta de estacas e de diferentes concentrações de ácido indolbutírico (IBA), no enraizamento de estacas de Croton urucurana Baill. As coletas foram realizadas em novembro/2017, fevereiro/2018, maio/2018 e agosto/2018. As estacas tiveram suas bases imersas em solução hidroalcoólica (50 v/v) de IBA, nas concentrações de zero, 500, 1.000, 2.000, 4.000 e 8.000 mg L-1, por 10 segundos. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com 24 tratamentos, em arranjo fatorial de 4 x 6 (épocas do ano x concentrações de IBA), e quatro repetições de 24 estacas/parcela. Avaliou-se a porcentagem de estacas enraizadas, número médio de raízes/estaca, comprimento médio de raízes, massa seca média de raízes/estaca, porcentagem de estacas com brotações, porcentagem de estacas que mantiveram folhas e porcentagem de estacas não enraizadas. A época de coleta de estacas não influenciou na porcentagem de estacas enraizadas e não enraizadas, cujas médias foram de 28,6% e 71,4%, respectivamente, entretanto, foi significativa para o número médio de raízes/estaca, comprimento médio de raízes e massa seca média de raízes/estaca. A aplicação de IBA influenciou positivamente o número médio de raízes/estaca e a massa seca de raízes/estacas, sendo a concentração de 8.000 mg L-1 a mais eficaz. C. urucurana pode ser propagada em qualquer época do ano, mas com baixo percentual de enraizamento. A aplicação de IBA não se mostra eficiente para a propagação vegetativa de C. urucurana por estaquia.

Biografía del autor/a

Arnaldo Gonçalves de Campos, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
Doutor, Professor do Campus São Vicente - Centro de Referência de Jaciara, Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT/CRJac, Jaciara (MT), Brasil.
Maria de Fatima Barbosa Coelho, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
Doutora, Professora Titular Permanente do Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá (MT), Brasil.
Alex Caetano Pimenta, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
Doutor, Professor Titular do Campus São Vicente - Centro de Referência de Jaciara, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT/CRJac) Jaciara (MT), Brasil.
Solange Aparecida Floriano, Escola Estadual Alice Barbosa Pacheco, Campo Verde (MT)
Acadêmica do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza, Campus São Vicente - Centro de Referência de Jaciara, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT/CRJac), Jaciara (MT), Brasil.
Maxuel Fellipe Nunes Xavier, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Agronomia, Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil.
Paulo Ricardo Lima Flores, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
Acadêmico de Agronomia, Campus São Vicente - Centro de Referência de Campo Verde, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT-CRCV), Campo Verde (MT), Brasil.

Citas

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Publicado
2022-02-21
Sección
Agronegócio