Caracterização da condição ambiental de lixão desativado através de indicadores de qualidade do solo
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9168.2023v16n3e9930Palavras-chave:
Resíduos sólidos, Saúde do solo, Recuperação de área degradadaResumo
O processo de desativação de lixões leva ao surgimento de áreas degradadas que apresentam inúmeros desafios para sua recuperação, principalmente no que diz respeito à melhoria das condições do solo. Este estudo objetivou caracterizar a condição ambiental de uma área de lixão desativado, utilizando a sensibilidade de indicadores de qualidade do solo. Para isso, em um lixão desativado do município de Ouro Fino-MG, foram estabelecidas duas áreas de estudo, sendo estas: área de lixão desativado e uma área limítrofe considerada controle (pastagem), para fins de comparação. Para análise da condição ambiental foram avaliados atributos químicos (pH em água, Ca, Mg, P, K, MOS, SB, CTC, V%, m%, Zn, Fe, Mn, Cu, B) e metais pesados (Pb, As, Hg, Cu, Ni, Co, Cr, Ba e Cd), microbiológicos (atividade e biomassa microbiana e quociente metabólico) e físicos (estabilidade de agregados via úmida (diâmetro médio geométrico – DMG, diâmetro médio ponderado – DMP) da qualidade do solo. Os indicadores químicos SB, CTC, Mg, Zn, pH, Ca e K, físico DMP, biomassa microbiana e qCO2 foram eficientes na discriminação das áreas de estudo e podem ser recomendados na avaliação de processos de recuperação de áreas de lixão. Para a avaliação da qualidade ambiental de área de lixão utilizando esses indicadores, recomenda-se coleta de amostras de solo na profundidade única de 0-10 cm. As diferenças de qualidade ambiental relacionadas ao solo devem ser consideradas para proposição de metodologias diferenciadas de recuperação de áreas de lixão desativado, o que demanda por técnicas específicas de recuperação.Referências
ANDERSON, J. P. E. Soil respiration. In: PAGE, A. L.; MILLER, R. H.; KEENEY, D. R. (ed.). Methods of soil analysis: chemical and microbiological properties. 2. ed. Madison: American Society of Agronomy, 1982. p. 831-871. v. 2.
ANDERSON, J. P. E.; DOMSCH, K. H. A physiological method for the quantitative measurement of microbial biomass in soils. Soil Biology and Biochemistry, Madison, v. 10, n. 3, p. 215-221, 1978. https://doi.org/10.1016/0038-0717(78)90099-8.
AZEVEDO, P. B.; LEITE, J. C. A.; OLIVEIRA, W. S. N.; SILVA, F. M.; FERREIRA, P. M. L. Diagnóstico da degradação ambiental na área do lixão de Pombal – PB. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal, v. 10, n.1, p. 20 - 34, 2015. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/7300911.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021.
BRASIL. Lei nº 12305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Lei nº 12305, de 2 de agosto de 2010. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 4 mar. 2021.
CONAMA. Resolução CONAMA n° 420 de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas.
COSTA, B. M. B.; OLIVEIRA, J. C. D.; SOUSA, T. P.; LINHARES, P. C. A.; SILVA, J. N. Análise e caracterização química do solo em locais de acomodação de resíduos hospitalares no município de Cuité-PB. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, Florianópolis, v. 6, n. 1, p. 83 - 100, 2017. http://dx.doi.org/10.19177/rgsa.v6e1201783-100.
COSTA, T. G. A.; IWATA, B. F.; CASTRO, C. P.; COLEHO, J. V.; CLEMENTINO, G. E. S.; CUNHA, L. M. Impactos ambientais de lixão a céu aberto no Município de Cristalândia, Estado do Piauí, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, João Pessoa, v. 3, n. 4, p. 79-86, 2016. http://dx.doi.org/10.21438/rbgas.030408.
DONAGEMA, G. K.; CAMPOS, D. V. B. de; CALDERANO, S. B.; TEIXEIRA, W. G.; VIANA, J. H. M. Manual de Métodos de Análise de solo. 2 ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/104933/1/Manual-de-Mtodos-de-Anilise-de-Solo.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021.
FERNANDES, M. M.; SILVA, M. D.; VELOSO, M. E. C.; OLIVEIRA, T. M.; FERNANDES, M. R. M.; SAMPAIO, F. M. T. Biomassa microbiana e matéria orgânica em áreas desertificadas revegetadas com pinhão-manso solteiro e consorciado com gramínea no Sul do Piauí. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v.8, n.3, pp. 464-469, 2013. DOI:10.5039/agraria.v8i3a2392.
FERREIRA, A.S.; CAMARGO, F. A. O.; VIDOR, C. Utilização de microondas na avaliação da biomassa microbiana do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.23, p.991-996, 1999. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06831999000400026.
GARCÍA – CARMONA, M.; ROMERO-FREIRE, A.; ARAGÓN, M. S.; GARZÓN, F. J. M.; MARTÍN PEINADO, F. J. Evaluation of remediation techniques in soils affected
by residual contamination with heavy metals and arsenic. Journal of Environmental
Management, v. 191, p.228-236, 2017. https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2016.12.041.
HAMMER, O.; HARPER, D. A. T.; RYAN, P. D. Past: paleontological statistics software package for education and data analysis. Paleontologia Electronica, v. 4, n. 1, p. 1-9, 2001. Disponível em: https://palaeo-electronica.org/2001_1/past/past.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021.
HOFFMANN, R. B.; MOREIRA, E. E. A.; HOFFMANN, G. S. S.; ARAÚJO, N. S. F. Efeito do manejo do solo no carbono da biomassa microbiana. Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, São José dos Pinhais, v. 1, n. 1, p. 168-178, 2018. Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJAER/article/view/738. Acesso em: 4 mar. 2021.
IBGE. COORDENAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS E ESTUDOS AMBIENTAIS. Manual técnico de pedologia. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. 323 p. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv37318.pdf. Acesso em: 7 dez. 2021.
LIMA, R.L.S.; SEVERINO, L.S.; SOFIATTI, V.; GEHYI, H.R.; ARRIEL, N.H.C. Atributos químicos de substrato de composto de lixo orgânico. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 15, n. 2, p. 185-192, 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662011000200012.
LIRA, K.R. de; RODRIGO, C.; CHAER, G.M.; PEREIRA, M.G.; RESENDE, A.S. Soil fauna as bioindicator of recovery of degraded areas in the caatinga biome. Revista Caatinga, Mossoró, v. 30, n. 2, p. 401 – 411, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/1983-21252017v30n215rc.
LISBÔA, F. M.; DONAGEMA, G. K.; BURAK, D. L.; PASSOS, R. R.; MENDONÇA, M. S. Indicadores de qualidade de Latossolo relacionados à degradação de pastagens. Pesquisa Agropecuária Brasília, Brasília, v. 51, n.9, p. 1184-1193, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-204X2016000900018.
MANGIERI, V. R. L.; TAVARES FILHO, J. Solid waste disposal in the soil: effects on the physical, chemical, and organic properties of soil. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 36, n. 2, p.747-764, 2015. http://dx.doi.org/10.5433/1679-0359.2015v36n2p747.
MAZETTO, A. M.; CERRI, C.E.P., FEIGL, B.J., CERRI, C.C. Atividade da biomassa microbiana do solo alterada pelo uso da terra no sudoeste da Amazônia. Bragantia, Campinas, v. 6, n.1, p. 1-8, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/1678-4499.066.
MEDEIROS, G.A.; REIS, F.A.G.V.; COSTA, F.B.; BENAGLIA, G.C.; SCOLARI, M.C.; FIORINI, P.A.; MIRANDA, P.A.M.; PASSONI, V. Diagnóstico do lixão do município de Vargem Grande do Sul, no estado de São Paulo. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia, Espírito Santo do Pinhal, v.5, n.3, p.1-16, 2008. Disponível em: http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/viewarticle.php?id=174. Acesso em: 4 mar. 2021.
MELO JÚNIOR, J.C.F.; AMORIM, M.W.; SEVERINO, A.L.; OLIVEIRA, T.M.N.; BARROS, V.G. Diversidade e estrutura comunitária da vegetação em regeneração natural em uma área de lixão desativado. Acta Biológica Catarinense, Joinville, v.2, n.1, p.32-47, 2015. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/236355322.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021.
MILHOME, M. A. L.; HOLANDA, J. W. B.; ARAÚJO NETO, J. R.; NASCIMENTO, R. F. Diagnóstico da contaminação do solo por metais tóxicos provenientes de resíduos sólidos urbanos e a influência da matéria orgânica. Revista Virtual de Química, Niterói, v.10, n. 1, p.59-72, 2018. http://dx.doi.org/10.21577/1984-6835.20180007.
NOVAK, E.; CARVALHO, L. A.; SANTIAGO, E. F.; TOMAZI, M.; GOMES, A. C. C. O.; PIANA, P. A. Biomassa e atividade microbiana do solo sob diferentes coberturas vegetais em Região Cerrado - Mata Atlântica. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, Maringá, v. 15, n. 3, e8780, 2022. https://doi.org/10.17765/2176-9168.2022v15n3e8780.
OLIVEIRA, B. O. S.; TUCCI, C. A. F.; NEVES JÚNIOR, A. F.; SANTOS, A. A. Avaliação dos solos e das águas nas áreas de influência de disposição de resíduos sólidos urbanos de Humaitá, Amazonas. Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v.21, n.3, p.593-601, 2016. https://doi.org/10.1590/S1413-41522016133274.
PINHEIRO, N. C. A.; MOCHEL, F. R. Diagnóstico de áreas contaminadas pela disposição final de resíduos sólidos no município de Paço do Lumiar (MA). Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v.23, n. 6, p. 1173-1184, 2018. https://doi.org/10.1590/s1413-41522018173619.
RESENDE, L.A.; PINTO, L. V. A.; SANTOS, E. C.; SILVA, S. Crescimento e sobrevivência de espécies arbóreas em diferentes modelos de plantio na recuperação de área degradada por disposição de resíduos sólidos urbanos. Revista Árvore, Viçosa, v. 39, n. 1, p. 147-157, 2015. https://doi.org/10.1590/0100-67622015000100014.
ROCHA, J. H. T.; SANTOS, A. J. M.; DIOGO, F. A.; BACKES, C.; MELO, A. G. C.; BORELLI, K.; GODINHO, T. O. Reflorestamento e recuperação de atributos químicos e físicos do solo. Floresta e ambiente, Rio de Janeiro, v.22, n.3, p.299-306, 2015. https://doi.org/10.1590/2179-8087.041613.
RODRIGUES, A. M.; PEREIRA, L. S.; JORGE, M. C. O.; GUERRA, A. J. T. Análises físico-químicas de solo de taludes de corte de mineração: o contexto ambiental da bacia hidrográfica do rio Maranduba, Ubatuba/SP. Caminhos de geografia, Uberlândia, v.19, n.67, p.157-164, 2018. https://doi.org/10.14393/Hygeia196711.
RONQUIM, C. C. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para as regiões tropicais. 2 ed. Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2020. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1128267/1/5840.pdf. Acesso em: 7 dez. 2021.
SALTON, J.; TOMAZI, M. Sistema radicular de plantas e qualidade do solo. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2014. 4 p. (Embrapa Agropecuária Oeste. Comunicado Técnico, 198). Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1005326/1/COT198.pdf. Acesso em: 7 dez. 2021.
SANTANA, A. C.; CHAVES, J. F.; SANTANA, A. S.; RODRIGUEZ, C. A.; MORAES, E. M. Biomassa microbiana em diferentes sistemas de manejo do solo no sul do estado de Roraima. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia, Rolim de Moura, v. 6, n. 1, p. 1–62, 2017. Disponível em: https://www.periodicos.unir.br/index.php/rolimdemoura/article/view/1938/2071. Acesso em: 4 mar. 2021.
SILVA, R. E.; SILVA, M. L. N.; CARDOSO, E. L.; MOREIRA, F. M. S.; CURI, N.; ALOVISI, A. M. T. Biomassa e atividade microbiana em solo sob diferentes sistemas de manejo na região fisiográfica Campos das Vertentes – MG. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.34, n.2, p.1585-1592, 2010. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832010000500011.
SOBRAL, L. F.; BARRETTO, M. C. V.; SILVA, A. J.; ANJOS, J. L. Guia prático para interpretação de resultados de análises de solos. 1 ed. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2015. 13 p. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1042994/1/Doc206.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021.
SOUSA, V. F. O.; SANTOS, G. L. Elemento cromo na nutrição mineral de plantas. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Betim, v. 16, n. 2, p. 1-7, 2018. http://dx.doi.org/10.5892/ruvrd.v16i2.4352.g10951159.
STEFANOSKI, D. C.; SANTOS, G. G.; MARCHÃO, R. L.; PETTER, F. A.; PACHECO, L. P. Uso e manejo do solo e seus impactos sobre a qualidade física. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.17, n.12, p.1301–1309, 2013. https://doi.org/10.1590/S1415-43662013001200008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade.Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizado pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. São permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remixar, transformar, e criar a partir do trabalho, mesmo para fins comerciais), desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.