Caracterização morfométrica da Sub-bacia do Rio Ribeirão, Amazônia Ocidental, Brasil

Palavras-chave: Análise ambiental, Geoprocessamento, Recursos hídricos, Sensoriamento remoto

Resumo

O objetivo do trabalho foi caracterizar a morfometria na sub-bacia do rio Ribeirão, Amazônia Ocidental, Brasil. As características geométricas, topográficas e hidrográficas, foram obtidas com o software QGIS 2.10.1, utilizando principalmente a ferramenta TauDEM, modelo digital de elevação e ferramenta calculadora de campo, com base em dados altimétricos do projeto SRTM. A sub-bacia do rio Ribeirão tem 50 microbacias, altitude média de 153 m, predominância de relevos plano a suave ondulado, padrão dendrítico de 6ª ordem, densidade hidrográfica de 0,66 rios km-2, densidade de drenagem de 1,05 km km-2 e coeficiente de manutenção de 950,32 m2 m-1. As maiores microbacias da sub-bacia do rio Ribeirão pertencem aos rios Ribeirão, Araras, Misericórdia e Taquaras, com áreas de 1.118,00, 628,51, 194,73 e 159,26 km2, respectivamente. Essas microbacias têm formato alongado, baixa suscetibilidade a enchentes, canais principais retos a divagantes, e tempos de concentração de 10,10 a 24,46 h. A sub-bacia do rio Ribeirão e suas principais microbacias têm potencial para o uso de mecanização agrícola e implantação de sistemas de irrigação em propriedades rurais. Para conservar os recursos hídricos da região, recomenda-se a adoção de práticas integradas de manejo conservacionista do solo nos sistemas agropecuários, e manutenção da cobertura florestal nativa nas áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente.

Biografia do Autor

Danilo da Silva Marinho, Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Discente em Engenharia Florestal na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho (RO), Brasil.
Jhony Vendruscolo, Universidade Federal do Amazonas - UFAM
Docente permanente da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus (AM), Brasil.
Tiago Boareto Vasconcelos, Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Graduado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho (RO), Brasil.
Wanderson Cleiton Schmidt Cavalheiro, Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Engenheiro Florestal permanente da empresa Cavalheiro Engenharia Rural e Empresarial LTDA, Rolim de Moura (RO), Brasil.
Rosalvo Stachiw, Universidade Federal de Rondônia - UNIR
Docente permanente da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho (RO), Brasil.

Referências

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.; SPAROVEK, G. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrif, Stuttgart, v. 22, n. 6, p. 711-728, jan. 2014.

ALVES, J. M. P.; CASTRO, P. T. A. Influência de feições geológicas na morfologia da bacia do rio Tanque (MG) baseada no estudo de parâmetros morfométricos e análise de padrões de lineamentos. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 117-127, jun. 2003.

ANTONELLI, V.; THOMAZ, E. L. Caracterização do meio físico da bacia do Arroio Boa Vista, Guamiranga-PR. Revista Caminhos da Geografia, Uberlândia, v. 8, n. 21, p. 46-58, jun. 2007.

ARONOFF, S. Geographic Information Systems: A Management Perspective. Ottawa: WDL Publications, 1989.

BARILA, T. Y.; WILLIAMS, R. D.; STAUFFER JR, J. R. The influence of stream order and selected stream bed parameters on fish diversity in Raystown Branch, Susquehanna River drainage, Pennsylvania. Journal of Applied Ecology, London, v. 18, n. 1, p. 125-131, apr. 1981.

BELTRAME, A. V. Diagnóstico do meio ambiente físico de bacias hidrográficas: modelo de aplicação. Florianópolis: EDUFSC, 1994.

BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 6. ed. São Paulo: Ícone, 2008.

BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 8 jan. 1997.

CARDOSO, C. A.; DIAS, H. C. T.; SOARES, C. P. B.; MARTINS, S. M. Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Debossan, Nova Friburgo - RJ. Revista árvore, Viçosa, v. 30, n. 2, p. 241-248, abr. 2006.

COSTA, D. P.; VENDRUSCOLO, J.; ROSA, D. M.; MENDES, D. M.; CAVALHEIRO, W. C. S.; RODRIGUES, A. A. M. Morfometria e dinâmica de desmatamento da microbacia Canaã, Amazônia, Brasil. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 5, n. 12, p. 30754-30772, dez. 2019.

CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica de bacias hidrográficas. Notícia Geomorfológica, Campinas, v. 18, n. 9, p. 35-64, 1969.

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia fluvial. São Paulo: Edgard Blücher, 1981.

FAIRFULL, S.; WITHERIDGE, G. Why do Fish Need to Cross the Road? Fish Passage Requirements for Waterway Crossings. Sydney: NSW Fisheries, 2003.

FERREIRA, A. O.; GONZATTO, R.; MIOLA, A.; ELTZ, F. L. F.; AMADO, T. J. C. Influência da declividade e de níveis de cobertura do solo no processo de erosão com chuva simulada. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Mossoró, v. 5, n. 5, p. 182-190, dez. 2010.

FERREIRA JUNIOR, P. D. Aspectos ecológicos da determinação sexual em tartarugas. Acta Amazônica, Manaus, v. 39, n. 1, p. 139-154, mar. 2009.

FONSECA, E. L.; SILVA, E. P. Análise fisiográfica como subsídio ao estudo da suscetibilidade erosiva em bacias hidrográficas. Acta Geográfica, Boa Vista, v. 11, n. 25, p. 137-158, jan./abr. 2017.

FRANCA, R. R. Climatologia das chuvas em Rondônia - período 1981-2011. Revista Geografias, Belo Horizonte, v. 11, n. 1, p. 44-58, jan./jun. 2015.

FRITZSONS, E.; MANTOVANI, L. E.; WREGE, M. S. Relação entre altitude e temperatura: uma contribuição ao zoneamento climático no estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Climatologia, Curitiba, v. 18, p. 80-92, jan./jun. 2016.

HÖFIG, P.; ARAUJO-JUNIOR, C. F. Classes de declividade do terreno e potencial para mecanização no estado do Paraná. Coffee Science, Lavras, v. 10, n. 2, p. 195-203, jun. 2015.

HORTON, R. E. Erosinal Development of Streams and Their Drainage Basin: Hydrophysical Approach to Quantitative Morphology. Geological Society of America bulletin, New Jersey, v. 56, p. 275-370, mar. 1945.

HORWITZ, R. J. Temporal variability patterns and the distributional patterns of stream fishes. Ecological Monographs, Durham, v. 48, n. 3, p. 307-321, feb. 1978.

HUGHES, R. M.; KAUFMANN, P. R.; WEBER, M. H. National and regional comparisons between Strahler order and stream size. Journal of the North American Benthological Society, Chicago, v. 30, n. 1, p. 103-121, dec. 2011.

JOHEM, J.; BOONE, N. R. V.; SILVA, R. F. A.; LIMA, A. C. R.; VENDRUSCOLO, J.; ROSA, D. M. Caracterização morfométrica da microbacia do rio Bananeira, Rondônia. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia, Rolim de Moura, v. 7, n. 1, p. 42-50, 2018.

LIMA JÚNIOR, J. C.; VIEIRA, W. L.; MACÊDO, K. G.; SOUZA, S. A.; NASCIMENTO, F. A. L. Determinação das características morfométricas da sub-bacia do Riacho Madeira Cortada, Quixelô, CE. In: CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, 7., 2012, Palmas. Anais [...]. Palmas: IFTO, 2012. p. 1-7.

LOBATO, F. A. O.; ANDRADE, E. M.; MEIRELES, A. C. M.; SANTOS, J. C. N.; LOPES, J. F. B. Perdas de solo e nutrientes em área de Caatinga decorrente de diferentes alturas pluviométricas. Revista Agro@mbiente on-line, Boa Vista, v. 3, n. 2, p. 65-71, jul./dez. 2009.

LOLLO, J. A. O uso da técnica de avaliação do terreno no processo de elaboração do mapeamento geotécnico: sistematização e aplicação na quadrícula de Campinas. 1995. 253f. Tese (Doutorado em Engenharia Geotecnia) - Universidade de São Paulo, São Carlos, 1995.

MEURER, J. E. Fatores que influenciam o crescimento e o desenvolvimento das plantas. In: NOVAIS, R. F. et al. (ed.). Fertilidade do solo. Viçosa: SBCS, 2007. p. 66-82.

MOGLEN, G. E.; ELTAHIR, E. A.; BRAS, R. L. On the sensitivity of drainage density to climate change. Water Resources Research, Bolonha, v. 34, n. 4, p. 855-862, apr. 1998.

MOREIRA, G. L.; ARAÚJO, E. A.; ANDRADE, M. S. S.; LIMA, M. C. D.; OLIVEIRA, F. R. Análise morfométrica da bacia hidrográfica do rio Alegre, ES, Brasil. Agropecuária Científica no Semiárido, Patos, v. 12, n. 4, p. 403-409, out./dez. 2017.

PACHECO, F. M. P.; VENDRUSCOLO, J.; RAMOS, H. F.; RODRIGUES, A. A. M.; CAVALHEIRO, W. C. S.; HARA, F. A. S.; ROCHA, K. J.; SILVA, G. N. Caracterização hidrogeomorfométrica da microbacia do Rio São Jorge, Rondônia, Brasil. Brasilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 4219-4236, jan. 2020.

PARETA, K.; PARETA, U. Quantitative Morphometric Analysis of a Water shed of Yamuna Basin, India using ASTER (DEM) Data and GIS. International Journal of Geomatics and Geosciences, v. 2, n. 1, p. 248-269. nov. 2011.

PARVIS, M. Drainage pattern significance in air photo identification of soils and bedrocks. Photogrammetric Engineering, Washington, v. 16, p. 387-408, 1950.

PINHEIRO, R. C.; TONELLO, K. C.; VALENTE, R. O. A.; MINGOTI, R.; SANTOS, I. P. Ocupação e caracterização hidrológica da microbacia do Córrego Ipaneminha, Sorocaba - SP. Revista Irriga, Botucatu, v. 16, n. 3, p. 234-245, out. 2011.

QGIS Development Team. 2015. QGIS Geographic Information System. Open Source Geospatial Foundation Project. Disponível em: http://qgis.osgeo.org.

ROMERO, V.; FORMIGA, K. T. M.; MARCUZZO, F. F. N. Estudo Hidromorfológico da Bacia Hidrográfica Urbana em Goiânia/GO. Ciência e Natura, Santa Maria, v. 39, n. 2, p. 320-340, mai./ago. 2017.

SCHUMM, S. A. Evolution of drainage systems and slopes in bad lands of Perth Amboy. Geological Society of America Bulletin, New Jersey, v. 67, n. 5, p. 597-646, may. 1956.

SANTOS, R. D. dos; LEMOS, R. C. de; SANTOS, H. G. dos; KER, J. C.; ANJO, J. H. C. dos; SHIMISU, S. H. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 6. ed. Viçosa: SBCS, 2013.

SEDAM - Secretaria do Desenvolvimento Ambiental de Estado de Rondônia. Atlas Geoambiental de Rondônia. Porto Velho: SEDAM, 2002.

SEDAM - Secretaria do Desenvolvimento Ambiental de Estado de Rondônia. Boletim Climático do Estado de Rondônia. Porto Velho: SEDAM, 2010.

SILVA, Q. D. Mapeamento geomorfológico da Ilha do Maranhão. 2012. 251f. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2012.

SIQUEIRA, A. S.; LA TORRE, J. J. S.; PARREIRA, C. F.; VENDRUSCOLO, J.; ROSA, D. M.; CAVALHEIRO, W. C. S. Caracterização morfométrica na microbacia do rio Conceição, Rondônia. Revista Brasileira de Ciências da Amazônia, Rolim de Moura, v. 7, n. 1, p. 59-67, 2018.

STRAHLER, A. N. Quantitative analysis of water shed geomorphology. Transactions of American Geophysical Union, Washington, v. 38, n. 6, p. 913-920, dec. 1957.

TAMBOSI, L. R.; VIDAL, M. M.; FERRAZ, S. F.; METZGER, J. P. Funções eco-hidrológicas das florestas nativas e o Código Florestal. Estudos Avançados, São Paulo, v. 29, n. 84, p. 151-162, 2015.

TARGA, M. S.; BATISTA, G. T.; DINIZ, H. D.; DIAS, N. W.; MATOS, F. C. Urbanização e escoamento superficial na bacia hidrográfica do Igarapé Tucunduba, Belém, PA, Brasil. Revista Ambiente & Água, Taubaté, v. 7, n. 2, p. 120-142, 2012.

TEODORO, V. L.; TEIXEIRA, D.; COSTA, D. J. L.; FULLER, B. B. O conceito de bacia hidrográfica e a importância da caracterização morfométrica para o entendimento da dinâmica ambiental local. Revista Uniara, Araraquara, v. 20, p. 137-156, jan./jun. 2007.

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. 4ª ed. Porto Alegre: UFRGS, 2009.

USGS - United States Geological Survey. USGS: Science for a changing world. 2016. Disponível em: http://earthexplorer.usgs.gov. Acesso em: 22 set. 2016.

VENDRUSCOLO, J.; PACHECO, F. M. P.; RODRIGUES, A. A. M.; RAMOS, H. F.; ROSA, D. M.; CAVALHEIRO, W. C. S. Características morfométricas da microbacia Médio Rio Escondido, Amazônia Ocidental, Brasil. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 565-585, jan. 2020b.

VENDRUSCOLO, J.; PACHECO, F. M. P.; RAMOS, H. F.; CAVALHEIRO, W. C. S.; RODRIGUES, A. A. M.; ROSA, D. M.; HARA, F. A. S. Hidrogeomorfometria da microbacia Alto Rio Escondido: informações para auxiliar o manejo dos recursos naturais na Amazônia ocidental. Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 6, n. 3, p. 9709-9730, mar. 2020a.

VILLELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGRAW Hill do Brasil, 1975.

Publicado
2021-03-26
Seção
Meio Ambiente