EMPRESAS AGRÍCOLAS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: POTENCIALIDADES DA PROVÍNCIA DO HUAMBO, EM ANGOLA

Autores/as

  • Luís Miguel Pacheco Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática http://orcid.org/0000-0002-9066-6441
  • Ezequiel Lote Mestre em Gestão (Universidade Portucalense – Porto, Portugal) Chefe de Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística Universidade José Eduardo dos Santos – Huambo, Angola
  • Fernando Oliveira Tavares Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática

DOI:

https://doi.org/10.17765/2176-9168.2017v10n4p1051-1076

Palabras clave:

África, Economia rural, Agricultura familiar, Política agrícola, Modernização da agricultura

Resumen

Este artigo tem como objetivos avaliar as potencialidades das Empresas Agrícolas Empresariais e Familiares no desenvolvimento da província do Huambo (Angola) e procurar fundamentos que reforcem a ideia da contribuição que a agricultura pode dar ao crescimento e desenvolvimento econômico e, em particular, à diversificação da economia da província. É realizada uma revisão da literatura sobre a relação entre o setor agrícola e o desenvolvimento econômico, sendo igualmente caracterizada a situação atual de Angola e da província do Huambo em termos agrícolas. Com base na população alvo das empresas agrícolas empresariais e empresas agrícolas familiares foi aplicado um questionário junto aos responsáveis dessas entidades, sendo analisados estatisticamente, respectivamente, 197 e 300 inquéritos válidos. Os resultados evidenciam algumas das principais fragilidades da agricultura na província, nomeadamente, a baixa produtividade, explicada pelo baixo índice de mecanização, pela fraca utilização de fertilizantes, pela dependência das chuvas e pelas dificuldades de acesso a apoios financeiros e técnicos. São igualmente identificadas algumas diferenças significativas entre os dois tipos de entidades inquiridas, as quais motivam um conjunto de recomendações e a adoção de políticas diferenciadas.

Biografía del autor/a

Luís Miguel Pacheco, Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática

Doutor em Economia (UTL – Lisboa, Portugal) Professor Associado na Universidade Portucalense – Porto, Portugal Departamento de Economia, Gestão e Informática Instituto Jurídico Portucalense (IJP) e GOVCOPP (Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas)

Ezequiel Lote, Mestre em Gestão (Universidade Portucalense – Porto, Portugal) Chefe de Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística Universidade José Eduardo dos Santos – Huambo, Angola

Mestre em Gestão (Universidade Portucalense – Porto, Portugal). Chefe de Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística Universidade José Eduardo dos Santos – Huambo, Angola

Fernando Oliveira Tavares, Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática

Doutor em Gestão Industrial (Universidade de Aveiro, Portugal). Professor Auxiliar na Universidade Portucalense – Porto, Portugal. Departamento de Economia, Gestão e Informática Instituto Jurídico Portucalense (IJP)

Citas

AVELÃS, A. J. Economia política: introdução à história da ciência económica e do pensamento económico. Coimbra, 1999. 2. vol. (SASUC - SERVIÇO DE TEXTOS).

BAIARDI, A.; ALENCAR, C. M. Agricultura familiar, seu interesse acadêmico, sua lógica constitutiva e sua resiliência no Brasil. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 52, n. 1, p. 45-62, 2014.

BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o desenvolvimento Mundial 2008. USA: The World Bank, 2008.

CARVALHO, C.; SANTOS, A.; CARVALHO, G. Rede Brasil Rural: Inovação no contexto da agricultura familiar. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, v. 8, n. 1, p. 79-94, 2015.

CORIGE, M.; HENRIQUES, P. D.; CARVALHO, M. L. Constrangimentos no desenvolvimento da Agricultura no corredor do rio Dande: o caso de Santa Bolea-Tari, Bengo, Angola. Alimentar Mentalidades, Vencer a Crise Global – Atas do ESADR 2013, 15 a 19 de outubro de 2013, Évora, p. 609-633, 2013.

CUNGUARA, B.; GARRETT, J.; DONOVAN, C.; CÁSSIMO, C. O setor agrário e Moçambique: análise situacional, constrangimentos e oportunidades para o crescimento agrário. Maputo-Moçambique: Ministério da Agricultura. Direção de Economia, 2013. (Relatório de pesquisa 73p).

FAO. Fórum Global e Exposição sobre Agricultura Familiares - Resumo e Resultados. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, 2014. Disponível em: <http://www.fao.org/family-farming2014/news/news/details-press-room/pt/c/218447>.

FISCHER, A.; MARINI, D.; FILIPPIM, E. Perspectivas de agricultores familiares para a permanência na atividade rural. Revista ESPACIOS, v. 37, n. 7, p. 10, 2015.

GARCIA, A. A. Agricultura e desenvolvimento econômico no Brasil: os debates nas décadas de 50 a 70. Ensaios FEE, Porto Alegre, 1990.

GERRY, F. D. A problemática do desenvolvimento rural. Compêndio de Economia Regional, 2. ed. Coimbra: APDR, 2002. p. 548-552.

GUANZIROLI, C.; GUANZIROLI, T. Modernização da agricultura em Moçambique: determinantes da renda agrícola. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 53, n. 1, p. 115-128, 2015.

HARRIS, J. R.; TODARO, M. P. Migration, unemployment and development: a two-sector analysis. American Economic Review, v. 60, n. 1, p. 126–142, 1970.

IDA. Relatórios Consolidados do Ano Agrícola 2009-2010/ 2010-2011/ 2011-2012 e 2012-13. Instituto de Desenvolvimento Agrário, Angola – Huambo, vários anos.

JOHNSTON, B. F.; MELLOR, J. W. The role of agriculture in economic development. American Economic Review, v. 51, n. 4, p. 566-593, 1961.

LEWIS, W. A. Economic development with unlimited supplies of labour. The Manchester School, v. 22, n. 2, p. 139-191, 1954.

LUCENA, R. B.; SOUZA, N. O papel da agricultura no desenvolvimento econômico brasileiro, 1980-1998. Revista Análise Econômica, v. 19, n. 35, p. 55-72, 2001.

MADRP. Relatórios de Avaliação da Campanha Agrícola 2005-2006/ 2006-2007/ 2008-2009/ 2010-2011/ 2011-2012 e 2013-2014. Luanda, Angola: Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

MARÔCO, J. Análise Estatística com o SPSS Statistics. 6. ed. Report Number – Lisboa, 2015.

MBOMBA, M. G.; HENRIQUES, P. D.; REGO, M. C.; CARVALHO, M. L. S. O desenvolvimento rural e a redução da pobreza no Norte de Angola. Revista Angolana de Sociologia, n. 4, p. 67-86, 2009.

MOSCA, J. Agricultura e desenvolvimento em África. Lisboa: Instituto Piaget, 2008.

NOJIMA, D. Teoria do desenvolvimento e economia regional: Uma análise da experiência brasileira, 1995-2005. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2008.

PACHECO, F.; CARVALHO, M. L.; HENRIQUES, P. D. Contribuição para o debate sobre a sustentabilidade da agricultura angolana. Economia, Sociologia, Ambiente e Desenvolvimento Rural. Atas do 2º Encontro Luso-Angolano na Universidade Metodista de Angola, Luanda, 6 a 8 de outubro 2011, p. 311-343, 2011.

PAIN, R.; ARRUDA, I. As características da experiência socialista na agricultura de Angola após independência. Cadernos de Pesquisa do CDHIS, v. 40, n. 22, p. 69-78, 2009.

PINHEL, M. F. A importância do setor agrícola no desenvolvimento dos países ACP. Dissertação (Mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais) - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2012.

ROMEIRO, A. D. Agricultura sustentável, tecnologia e desenvolvimento rural. Agricultura Sustentável, Jaguarina, v. 3, n. 1/2, p. 34-42, 1996.

SHULTZ, T. W. Transforming traditional agriculture. Yale University Press, 1964.

Publicado

2017-12-12

Cómo citar

Pacheco, L. M., Lote, E., & Tavares, F. O. (2017). EMPRESAS AGRÍCOLAS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: POTENCIALIDADES DA PROVÍNCIA DO HUAMBO, EM ANGOLA. Revista Em Agronegócio E Meio Ambiente, 10(4), 1051–1076. https://doi.org/10.17765/2176-9168.2017v10n4p1051-1076

Número

Sección

Agronegócio