EMPRESAS AGRÍCOLAS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: POTENCIALIDADES DA PROVÍNCIA DO HUAMBO, EM ANGOLA

  • Luís Miguel Pacheco Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática http://orcid.org/0000-0002-9066-6441
  • Ezequiel Lote Mestre em Gestão (Universidade Portucalense – Porto, Portugal) Chefe de Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística Universidade José Eduardo dos Santos – Huambo, Angola
  • Fernando Oliveira Tavares Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática
Palavras-chave: África, Economia rural, Agricultura familiar, Política agrícola, Modernização da agricultura

Resumo

Este artigo tem como objetivos avaliar as potencialidades das Empresas Agrícolas Empresariais e Familiares no desenvolvimento da província do Huambo (Angola) e procurar fundamentos que reforcem a ideia da contribuição que a agricultura pode dar ao crescimento e desenvolvimento econômico e, em particular, à diversificação da economia da província. É realizada uma revisão da literatura sobre a relação entre o setor agrícola e o desenvolvimento econômico, sendo igualmente caracterizada a situação atual de Angola e da província do Huambo em termos agrícolas. Com base na população alvo das empresas agrícolas empresariais e empresas agrícolas familiares foi aplicado um questionário junto aos responsáveis dessas entidades, sendo analisados estatisticamente, respectivamente, 197 e 300 inquéritos válidos. Os resultados evidenciam algumas das principais fragilidades da agricultura na província, nomeadamente, a baixa produtividade, explicada pelo baixo índice de mecanização, pela fraca utilização de fertilizantes, pela dependência das chuvas e pelas dificuldades de acesso a apoios financeiros e técnicos. São igualmente identificadas algumas diferenças significativas entre os dois tipos de entidades inquiridas, as quais motivam um conjunto de recomendações e a adoção de políticas diferenciadas.

Biografia do Autor

Luís Miguel Pacheco, Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática
Doutor em Economia (UTL – Lisboa, Portugal) Professor Associado na Universidade Portucalense – Porto, Portugal Departamento de Economia, Gestão e Informática Instituto Jurídico Portucalense (IJP) e GOVCOPP (Unidade de Investigação em Governança, Competitividade e Políticas Públicas)
Ezequiel Lote, Mestre em Gestão (Universidade Portucalense – Porto, Portugal) Chefe de Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística Universidade José Eduardo dos Santos – Huambo, Angola
Mestre em Gestão (Universidade Portucalense – Porto, Portugal). Chefe de Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística Universidade José Eduardo dos Santos – Huambo, Angola
Fernando Oliveira Tavares, Universidade Portucalense – Infante D. Henrique Porto (Portugal) Departamento de Economia, Gestão e Informática
Doutor em Gestão Industrial (Universidade de Aveiro, Portugal). Professor Auxiliar na Universidade Portucalense – Porto, Portugal. Departamento de Economia, Gestão e Informática Instituto Jurídico Portucalense (IJP)

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Publicado
2017-12-12
Seção
Agronegócio