A RELAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DE CORRUPÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA INTERNACIONAL 2012 -2017

  • Silvia Conceição Martins
  • Luciana Aparecida Bastos Universidade Estadual do Paraná UNESPAR
  • Rodrigo Monteiro da Silva Monteiro da Silva Universidade Estadual de Maringá
  • Jesus Crepaldi Universidade Estadual do Paraná UNESPAR
Palavras-chave: Índice de desenvolvimento humano, Corrupção, Índice de percepção de corrupção, Comparação

Resumo

A corrupção faz jus a diversos enfoques e estudos não por tratar-se de assunto em voga, mas porque afeta gravemente o desenvolvimento de um país ao desviar recursos públicos para determinadas associações privadas. Além de desvirtuar a própria procura pelo interesse público e pelo bem comum, o ato da corrupção torna-se imensamente perturbador com a observação das precárias condições nas quais se encontram muitas pessoas. Por meio da comparação entre o Índice de Percepção de Corrupção (CPI) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), procurou-se neste trabalho contribuir com o debate sobre como eles afetam no desenvolvimento socioeconômico dos países. O objetivo deste trabalho consiste em analisar se existe relação entre percepção de corrupção e desenvolvimento humano, no período de 2012 a 2017 em todos os continentes. Para tanto, foram utilizadas duas metodologias: a revisão bibliográfica e a estatística descritiva. Foram coletados e analisados dados referentes ao IDH e à percepção de corrupção de três países em cada continente do globo, a saber: os três países que possuíam menor índice de percepção de corrupção e os três países com maior índice de percepção de corrupção, dentro de um mesmo continente e relacionando este índice com os índices de desenvolvimento humanos destes países, para, desta forma, observar se há alguma relação entre percepção de corrupção e desenvolvimento humano. Os resultados sugerem que quanto mais elevado o Índice de Desenvolvimento Humano de um país (IDH próximo a 1) maior é a percepção de corrupção nesse mesmo país (CPI próximo de 100).

Biografia do Autor

Silvia Conceição Martins
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Paraná, Campus de Campo Mourão, PR, Brasil
Luciana Aparecida Bastos, Universidade Estadual do Paraná UNESPAR
Doutora em História Econômica e Mestre em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Sistemas Agroindustriais pelo Centro Integrado de Ensino Superior de Campo Mourão, CIES; Graduado em Economia (UEM; Docente na Universidade Estadual do Paraná-Campus de Campo Mourão, PR, Brasil.
Rodrigo Monteiro da Silva Monteiro da Silva, Universidade Estadual de Maringá
Doutorando em Economia (UEM); Mestre em teoria econômica (UEM). Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Paraná, campus de Campo Mourão; Especialista em Administração Financeira e Perícia Contábil (UNICESUMAR), Brasil.
Jesus Crepaldi, Universidade Estadual do Paraná UNESPAR
Mestre em Capacitação Gerencial Avançada (UFPR); Especialista em Gestão Agroindustrial pela (UFSCar); Graduado em Ciências Econômicas (FECILCAM); Docente Colegiado de Economia na Unespar, Campus de Campo Mourão, PR, Brasil

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Publicado
2020-07-31
Seção
Artigos Originais