AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE ESTADO TRÓFICO DO PARQUE AQUÍCOLA SUCUPIRA, RESERVATÓRIO DO LAJEADO, PALMAS (TO)
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9168.2019v12n4p1205-1225Palavras-chave:
Aquicultura, Eutrofização, Impacto ambiental, Poluição, Tanque rede.Resumo
A aquicultura é a atividade que mais cresce dentre os setores de produção de alimentos, porém, sua prática pode causar impactos ao ambiente de cultivo. O objetivo do trabalho foi avaliar o grau de trofia do Parque Aquícola Sucupira, área de cultivo de peixes em tanques-rede localizada no reservatório do Lajeado em Palmas, no Tocantins, utilizando o Índice de Estado Trófico (IET). O monitoramento foi realizado no período de janeiro a abril de 2017, envolvendo a coleta de amostras para análises dos parâmetros de fósforo total e clorofila-a. Paralelamente, houve realização de coleta de dados de temperatura, turbidez, oxigênio dissolvido, condutividade, pH e sólidos totais dissolvidos in loco. Os resultados do cálculo do Índice de Estado Trófico (IET) mostraram que a área em estudo durante os meses de janeiro a abril apresentou predominância de grau supereutrófico. Tudo indica que o estado trófico do lago nas proximidades da área aquícola sofre forte influência do período de chuva, porém, como os estudos não foram realizados no período de estiagem, não há como diferenciar os efeitos da chuva e da atividade piscícola no ambiente em estudo. Desta forma, novos estudos são necessários para entender os efeitos da atividade aquícola nos parâmetros de qualidade de água a médio e longo prazo, por meio da execução de planos de monitoramento limnológico.Referências
ALCÂNTARA, E.; CURTARELLI, M.; OGASHAWARA, I.; STECH, J.; SOUZA, A. Long-term environmental time series of continuously collected data in hydroelectric reservoirs in Brazil. Ambi-Agua, Taubaté, v. 8, n. 1, p. 6-17, 2013.
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard methods for the examination of water and wastewater. 20. ed. Washington, 1998. p. 4-75/4-93.
BARBOSA, J. E. de L. et al. Diagnóstico do estado trófico e aspectos limnológicos de sistemas aquáticos da bacia hidrográfica do Rio Taperoá, trópico semi-árido brasileiro. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 12, n. 1, p. 81, 2006.
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em: http://pnqa.ana.gov.br/Publicacao/RESOLUCAO_CONAMA_n_357.pdf. Acesso em: 28 set. 2016.
BRASIL. Lei nº 9433/1997, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da União Federativa do Brasil - DOU, Brasília, 9 de janeiro de 1997.
BUZELLI, G. M.; CUNHA-SANTINO, M. B. Análise e diagnóstico da qualidade da água e estado trófico do reservatório de Barra Bonita (SP). Ambi-Agua, Taubaté, v. 8, n. 1, p. 186-205, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.930.
CARLSON, R. E. A trophic state index for lakes. Limnology and Oceanography, v. 22, p. 361-369, 1977.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Relatório de qualidade das águas interiores do estado de São Paulo 2008. São Paulo: CETESB, 2009a. p. 531. (Série Relatórios da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, v. 1).
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Variáveis de qualidade de água. São Paulo: CETESB, 2009b. Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp#transparencia. Acesso em: 20 out. 2016.
DEUS, R. et al. Impact evaluation of a pisciculture in the Tucuruí reservoir (Pará, Brazil) using a two-dimensional water quality model. Journal of Hydrology, v. 487, p. 1-12, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jhydrol.2013.01.022.
ESTEVES, F. de A. Fundamentos em limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência/FINEP, 1998.
FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION. The state of world fisheries and aquaculture 2016. Contributing to food security and nutrition for all. Roma: FAO, 2016. 200 p.
KUBITZA, F. Qualidade da água no cultivo de peixes e camarões. Jundiaí: Editora Degaspari, 2003. 229 p.
LAMPARELLI, M. C. Grau de trofia em corpos d’água do Estado de São Paulo: avaliação dos métodos de monitoramento. 2004. 207 f. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
MALLASEN, Margarete et al. Qualidade da água em sistema de piscicultura em tanques-rede no reservatório de Ilha Solteira, SP. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 15-30, 2012.
MARQUES, A. K. Análise da diversidade fitoplanctônica no reservatório da Usina Hidroelétrica Luis Eduardo Magalhães, no médio Tocantins - TO: estrutura da comunidade, flutuações temporais e espaciais. 2006. 158 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Ambiente) - Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2006.
MURPHY, J.; RILEY, J. P. A Modified single solution method for the determination of phosphate in natural water. Analytica Chimica Acta, v. 27, p. 31-36, 1962.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT. Eutrophication of water: monitoring, assessment and control. Paris: OECD, 1982. 154 p.
PADUA, H. B. Principais variáveis físicas e químicas da água na aqüicultura. In: WORKSHOP QUALIDADE DE ÁGUA NA AQÜICULTURA, 1996, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: CEPTA/IBAMA, 1996. p. 1-58.
PEIXOTO, R. H. P. B. Efeitos da implantação do reservatório da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães sobre a qualidade da água do rio Tocantins (TO, Brasil). 2007. 222 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.
PENA, L.; FERREIRA, C.; ALMEIDA, M. Comportamento dos índices do estado trófico de Carlson (IET) e modificado (IETM) no reservatório da UHE Luís Eduardo Magalhaes. Tocantins-Brasil. In: CONGRESO INTERAMERICANO DE INGENIERÍA SANITARIA Y AMBIENTAL, 29., 2004. Anais [...]. San Juan: AIDIS, 2004. p. 6.
PEZZATO, L. E. et al. Nutrição de peixes. In: CYRINO, J. E. P. et al. Tópicos especiais em piscicultura de água doce tropical intensiva. São Paulo: TecArt, 2004. p. 75-170.
PRADO, R. B. Influência do uso e ocupação do solo na qualidade da água: estudo no médio rio Pardo - SP (período de 1985 a 1997). 1999. 209 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999.
SALAS, H. J.; MARTINO, P. A simplified phosphorus trophic state model for warm-water tropical lakes. Water Research, v. 25, n. 3, p. 1341-350, 1991.
SMITH, V. H.; SCHINDLER, D. W. Eutrophication science: where do we go from here? Trends in Ecology and Evolution, n. 24, p. 201-207, 2009.
TOLEDO JÚNIOR, A. P. Informe preliminar sobre os estudos para a obtenção de um índice para avaliação do estado trófico de reservatórios de regiões quentes tropicais. São Paulo: CETESB, 1990. 12 p.
TUNDISI, J. E. M. Indicadores da qualidade da bacia hidrográfica para gestão integrada dos recursos hídricos: estudo de caso: Bacia hidrográfica do Médio Tocantins (TO). 2006. 153 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2006.
TUNDISI, J. G.; MATSUMURA-TUNDISI, T. Limnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. 631 p.
VALENTI, W. C.; PEREIRA, J. A.; BORGHETTI, J. R. Aquicultura no Brasil: bases para um desenvolvimento sustentável. Brasília: CNPq, 2000. 399 p.
VINATEA-ARANA, L. Princípios químicos de qualidade da água em aqüicultura. Florianópolis: Editora da UFSC, 1997. 166 p.
VOLLENWEIDER, R. A. Scientific fundamentals of the eutrophication of lakes and flowing waters with particular reference to nitrogen and phosphorus as factors in eutrophication. Paris: OECD, 1968. 192 p.
WETZEL, R. G. Limnologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993. 919 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade.Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizado pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. São permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remixar, transformar, e criar a partir do trabalho, mesmo para fins comerciais), desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.