Propagação por estaquia de erva-baleeira (Cordia verbenacea DC.)

Palavras-chave: Enraizamento, Estaca herbácea, Planta medicinal

Resumo

A erva-baleeira (Cordia verbenacea DC.) é uma planta medicinal, cujas folhas servem para extração do óleo essencial que compõe um medicamento fitoterápico, de uso externo, com ação analgésica e anti-inflamatória. A obtenção de mudas desta planta através de sementes é um processo lento que produz variabilidade genética, o que dificulta o plantio comercial. Assim, a propagação vegetativa por estaquia é a alternativa mais viável. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes tipos de estaca na propagação desta planta. Foram utilizadas estacas semilenhosas (basais) sem folhas, herbáceas (da porção média dos ramos) e de ponteiro (apicais) com duas meias-folhas. As estacas foram plantadas em substrato composto por mistura de areia e vermiculita expandida, na proporção de 1:1 e mantidas com irrigação por microaspersão. Após 75 dias, foram avaliadas as variáveis mortalidade, número de folhas, número de ramos, número de raízes e comprimento das raízes. As estacas semilenhosas foram as que apresentaram maior mortalidade (30%), enquanto as herbáceas foram as que apresentaram a menor taxa (0,3%). As estacas herbáceas apresentaram maior número médio de folhas e também maior comprimento médio de raízes. Por outro lado, as estacas de ponteiro apresentaram maior quantidade de raízes, em média 9 raízes, e uma porcentagem de enraizamento de 87%. Estacas herbáceas e de ponteiro são as mais recomendadas para a propagação de erva-baleeira.

Biografia do Autor

Barbara Emanuelly da Conceição Bernardo, Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina
Graduada em Agronomia. Universidade Federal do Paraná. Setor Palotina (PR), Brasil
Alessandro Jefferson Sato, Universidade Federal do Paraná - UFPR
Doutor em Agronomia - Produção Vegetal. Docente da Universidade Federal do Paraná. Departamento de Ciências Agronômicas, Setor Palotina (PR), Brasil
Patricia da Costa Zonetti, Universidade Federal do Paraná - UFPR
Doutora em Agronomia – Produção Vegetal. Docente da Universidade Federal do Paraná. Departamento de Ciências Agronômicas, Setor Palotina (PR), Brasil.

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Publicado
2020-08-14
Seção
Meio Ambiente