Maturação fisiológica e dormência em sementes de Parkia platycephala Benth. (Fabaceae)

Palavras-chave: Germinação, Qualidade de sementes, Tegumento, Vigor

Resumo

Em muitas leguminosas, a capacidade de germinação de sementes recém-colhidas é controlada por dois proces-sos antagônicos, o processo de maturação e o estabelecimento da dormência tegumentar. Assim, objetivou-se com base na mudança de coloração dos frutos identificar ao longo do processo de maturação de sementes de Parkia platycephala, quando: i) as sementes alcançam a capacidade de germinação e ii) a dormência do tegu-mento é imposta, além de avaliar a eficácia de métodos para superação da dormência da espécie. Foram reali-zados dois experimentos (I e II), sendo o primeiro um delineamento inteiramente casualizado, em fatorial 2 x 6 (com e sem quebra de dormência x seis estádios de maturação), e o segundo, em delineamento inteiramente casualizado, com 23 tratamentos para superação da dormência, ambos com quatro repetições de 25 sementes cada. Nos experimentos I e II foram avaliadas as variáveis: teor de umidade, porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação, comprimento da parte aérea e raiz primária, massa seca da parte aérea e do sistema radicular de plântulas. Os resultados mostraram um aumento gradativo na capacidade germinativa, no vigor e no estabelecimento do mecanismo de dormência com a redução do teor de água e ocorrência da maturação fisiológica. A capacidade de germinação das sementes é alcançada antes que a dormência seja instalada, porém, na ocasião, as sementes apresentam baixa qualidade fisiológica e elevado teor de água. A escarificação mecânica com lixa e a imersão em ácido sulfúrico por 20 minutos são os métodos mais eficientes para a quebra da dormência.

Biografia do Autor

Graziele Nunes Lopes dos Santos, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Mestranda pelo Departamento de Ciências Florestais. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife (PE), Brasil.
Séfora Gil Gomes de Farias, Universidade Federal do Piauí - UFPI
Doutora. Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Bom Jesus (PI), Brasil.
Dandara Yasmim Bonfim de Oliveira Silva, Universidade estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP-FCA
Mestre. Departamento de ciências florestais, Universidade estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP-FCA), Botucatu (SP), Brasil.
Romario Bezerra e Silva, Universidade Federal do Piauí - UFPI
Doutor, Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Bom Jesus (PI), Brasil.
Andressa Ribeiro, Universidade Federal do Piauí - UFPI
Doutora, Curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal do Piauí (UFPI), Bom Jesus (PI), Brasil.
Daniele Cristina Pereira de Matos, Universidade Federal do Paraná - UFPR
Mestranda pelo Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba (PR), Brasil.

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Publicado
2022-09-28
Seção
Meio Ambiente