Produção de mudas de Piptadenia moniliformis B. irrigadas com água residuária da carcinicultura

Palavras-chave: Catanduva, Estresse Salino, Produção, Reuso da água, Viveiros florestais

Resumo

Objetivou-se avaliar o efeito da irrigação com diferentes concentrações salinas de água proveniente da carcinicultura, sobre o desenvolvimento inicial de mudas de Piptadenia moniliformis Benth. O experimento foi conduzido em casa de sombra localizada na Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA). O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com uma espécie, cinco tratamentos e 7 repetições. Os tratamentos consistiram em irrigação com água destilada (testemunha) e salina com as respectivas condutividades elétricas (CE) em mS cm-1 de 2,1; 3,05; 4,83; 6,84. Foram utilizadas bandejas plásticas com substrato fibra de coco e semeadas com uma semente em cada célula. Doze dias após a germinação, foi realizada a repicagem para sacos de polietileno (820 cm3) com substrato a base de composto orgânico mais arisco na proporção 2:1. Diariamente, ao final da tarde, as mudas foram irrigadas com 100 ml de água por recipiente. A cada 15 dias foram feitas as avaliações dos parâmetros morfológicos (altura, diâmetro do coleto e número de folhas) e, ao final, avaliou-se a massa seca da raiz, caule e folhas. Aos 60 dias após a repicagem a testemunha e o tratamento de menor teor salino (2,1 mS cm-1) tiveram o maior crescimento em altura (17,57 e 16,18 cm), diâmetro (2,96 e 2,71 mm), o maior número de folhas (10,00 e 8,42) e os maiores valores de IQD (0,1971 e 0,1320, respectivamente). O crescimento das mudas de Piptadenia moniliformis foi reduzido em resposta ao aumento da condutividade elétrica. Nas condições do estudo, a espécie apresentou tolerância à água de irrigação com condutividade elétrica de até 2,1 mS cm-1.

Biografia do Autor

Gleydson Vinicius dos Santos Silveira, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
Acadêmico em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró (RN), Brasil.
Alan Cauê de Holanda, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
Doutor em Ciências Florestais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Professor Associado da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró (RN), Brasil.
Allyson Rocha Alves, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
Doutor em Ciências Florestais pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Professor Associado da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró (RN), Brasil.
Jenickson Rayron da Silva Costa, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
Mestrando em Ciência Florestal pela Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho " (UNESP/FCA), Botucatu (SP), Brasil
Ewerton Souto Pinheiro, Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
Acadêmico em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró (RN), Brasil

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Publicado
2022-03-31
Seção
Meio Ambiente