Gravidez na adolescência: aspectos epidemiológicos da maternidade precoce no Estado do Pará, Brasil

Palavras-chave: Saúde reprodutiva, Taxa de Fecundidade, Gravidez na adolescência

Resumo

A adolescência é caracterizada por modificações físicas, mentais e comportamentais nesta fase de transição para a vida adulta. Avaliaram-se a taxa de fecundidade de mulheres de 15 a 19 anos residentes nas macrorregiões de saúde do estado do Pará e seus parâmetros sociodemográficos, da gestação e parto, no período de 2010 a 2020. O estudo é descritivo e analítico e utilizou dados do SINASC/DATASUS. Em 2014, a maior taxa de fecundidade (106,5%) foi na Macrorregião de Saúde III. As mães solteiras ou em união consensual, cor/raça parda e entre 8 a 11 anos de estudo foram as predominantes. O pré-natal foi de quatro a seis consultas entre 37 e 41 semanas. A gravidez precoce em adolescentes expõe a riscos sociais e de saúde como abandono escolar, falta de rede de apoio nos cuidados do bebê, prejuízo na colocação no mercado de trabalho e problemas de saúde mental.

Biografia do Autor

Nataly Salvatierra Sodré, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
Mestranda taxista PROSUP/CAPES no Programa de Pós Graduação em Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano e Sociedade da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Nádia Teresinha Schröder, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
Professora permanente do Programa de Pós Graduação em Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano e Sociedade da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil.
Eliane Fraga da Silveira, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA
Professora permanente do Programa de Pós Graduação em Promoção da Saúde, Desenvolvimento Humano e Sociedade da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, Rio Grande do Sul, Brasil.

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Publicado
2023-06-30
Seção
Artigos Originais