Idosos que foram infectados por COVID-19 tem mais medo de cair?

Are elderly people who have been infected with COVID-19 more afraid of falling?

Palavras-chave: Acidentes por quedas, Covid-19, Envelhecimento

Resumo

A queda em idosos, durante a pandemia de Covid-19, constitui-se num problema de saúde pública ainda mais preocupante. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar se idosos que foram infectados por Covid-19 têm mais medo de cair do que os que não foram infectados. Trata-se de um estudo transversal, realizado com idosos residentes num município do interior do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados foram coletados a partir do preenchimento de um questionário digital, contendo questões sobre aspectos sociodemográficos, de saúde e ocorrências de quedas, e a Activities-Specific Balance Confidence (ABC) scale. Após a coleta, os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Dos 202 participantes, 117 referiram terem sofrido quedas, sendo que destes, apenas 25 (34,7%) tiveram Covid-19. Embora o risco de quedas em idosos seja um problema de saúde pública preocupante, que pode se agravar no contexto pandêmico, observou-se que os idosos participantes deste estudo tiveram o mesmo medo de cair, independente de terem sido infectados ou não por Covid-19.

Palavras-chave: Acidentes por quedas. Covid-19. Envelhecimento.

 

INTRODUÇÃO

A COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), foi identificada inicialmente na China, em dezembro de 2019, avançando pelo mundo nos anos que se seguiram, constituindo-se como um desafio global, sem precedentes, tanto para a ciência, quanto para a sociedade1,2.

Logo identificou-se que a doença recém-descoberta poderia causar, desde infecções assintomáticas, a quadros graves, que evoluíam de forma rápida e inesperada para óbito em alguns casos3. Em razão da sua alta taxa de transmissibilidade e pela vasta distribuição geográfica, a doença foi caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia, em março de 2020, sendo identificados alguns fatores de risco para seu agravamento, que incluem idade avançada, obesidade, diabetes e a hipertensão, dentre outros, ainda que não se soubesse de forma precisa, os mecanismos fisiopatológicos da doença3,4.

Os sinais e sintomas da COVID-19 mais comuns são leves, sendo a tosse, febre, congestão nasal e a fadiga os mais presentes, mas podendo evoluir para dispneia e a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA)5. Salienta-se, ainda, o registro de ocorrência de outros sintomas associados à doença, inclusive persistentes como a tosse e a dispneia prolongada, fraqueza, dentre outras. Esse prognóstico incerto só reforça a importância do avanço na busca por evidências científicas acuradas em relação à doença, assim como de medidas de prevenção e tratamento efetivos1,6,7.

Nesse complexo cenário, o SARS-CoV-2 vem se mostrando cada vez mais preocupante, trazendo repercussões em diversos sistemas do organismo, incluindo o cardiovascular, renal e, até mesmo, o neurológico. No que tange a esses sintomas neurológicos da Covid-19, por exemplo, tem sido crescente o número de evidências que sinalizam a ocorrência de cefaleia, tontura, confusão mental, alterações do nível de consciência, desorientação, ou mesmo déficits de atenção significativos, nos acometidos pela patologia, sobretudo, nos casos mais graves e em pessoas com a idade mais avançada8,4,9.

Apesar das medidas de contenção implementadas, em níveis variados em cada localidade10,11,12, a pandemia avançou de forma catastrófica no Brasil13. De acordo com dados de abril de 2023, desde o início da pandemia, foram confirmados mais de 37 milhões de casos da COVID-19 no país, com mais de 700 mil óbitos, no território brasileiro13. Embora a maioria desses casos tenha cursado de forma leve e autolimitada, ressalta-se o expressivo número de óbitos na população idosa, paralelamente, ao significativo número de pessoas com sintomas persistentes, mesmo após a resolução do quadro agudo da doença7.

Faz-se oportuno salientar que, em um contexto de crise global, como o instaurado a partir de março de 2020, diversos problemas já existentes podem ainda coexistir e/ou se agravar, diante das adversidades impostas14. Nessa perspectiva, o risco de quedas em idosos é uma dessas condições, que precisam de um olhar mais apurado e compartilhado tanto da comunidade acadêmica, como da gestão pública, profissionais do cuidado, da família e na sociedade como um todo. Sobretudo, em virtude da tendência de aumento da população idosa alcançada nas últimas décadas, e das diversas modificações biofisiológicas e psicossocioculturais associadas ao processo de envelhecimento, que tornam esses indivíduos mais vulneráveis às quedas, podendo inclusive, alterar a percepção deles em relação ao ambiente15,16.

Há que se considerar que, mesmo antes da pandemia, o cenário de cuidados com essa população já era bastante preocupante e negligenciado, permeado por muitas desigualdades nas condições de acesso às ações de prevenção e de promoção da saúde6. Com o prolongamento das medidas de distanciamento social, ocorrido em consequência do curso prolongado da pandemia, estima-se que a restrição ao lar possa ter aumentado ainda mais a incidência de quedas entre pessoas idosas17 ou mesmo, o medo de cair, já presente mesmo antes do período pandêmico18.

Segundo dados da OMS19, idosos correm maior risco de morte e/ou lesões graves decorrentes de uma queda, sendo este risco aumentado significativamente, com o avançar da idade. Isso se deve tanto a mudanças físicas, sensoriais e as cognitivas, associadas ao processo fisiológico do envelhecimento, quanto à vivência em ambientes que não são adaptados às suas necessidades19. Além disso, tudo isso se torna ainda mais complexo quando associados às condições de senilidade e possíveis patologias subjacentes ou mesmo, condições incapacitantes, como fraquezas musculares, a piora do condicionamento físico e do equilíbrio, por vezes, acentuadas em virtude tanto da infecção pelo SARS-CoV-2, quanto do longo período de inatividade física vivenciado na pandemia1,4,7,8,9.

Caracterizada como um dos eventos incapacitantes que mais acomete a população idosa, a queda pode levar ao aumento da dependência e prejuízo da qualidade de vida, pelas suas possíveis consequências. No Brasil, aproximadamente 30% dos idosos caem uma vez por ano e o risco de sofrer quedas aumenta, significativamente, com o avançar da idade, chegando a 50%, nos idosos com mais de 80 anos20.

Sendo assim, consideradas enquanto eventos complexos, multifatoriais e recorrentes, as quedas na população idosa exigem um olhar ampliado para sua prevenção, sendo imprescindível o não negligenciamento dos fatores que podem desencadeá-las, como o medo das quedas, por exemplo. Esse medo tem gerado a perda de independência em até 50,7% desses idosos, tornando-os ansiosos e deprimidos, havendo inclusive, consequente alteração de seus hábitos diários 18. Esse medo de cair, na população idosa, se constitui enquanto um problema de saúde pública comum e preocupante, levando à perda da autoconfiança, redução de atividades físicas e sociais, depressão, perda de mobilidade, fraqueza física, e mesmo, aumento do risco de quedas, gerando um impacto negativo na qualidade de vida desses indivíduos21.

Estima-se que ocorra cerca de 684 mil óbitos pelas quedas em todo o mundo, sendo que, dentre elas, 80% desses eventos se referem a países de baixa e média renda. Desse total, pessoas com mais de 60 anos são as maiores acometidas por quedas fatais19. No contexto da pandemia de Covid-19, apenas um estudo, realizado no Vietnã, investigou a relação da doença com a ocorrência de quedas em idosos22. No entanto, ressalta-se que não foram encontrados estudos que abordassem o efeito da infecção pelo SARS-CoV-2 sobre o medo de cair em idosos brasileiros. Ao pesquisar sobre o tema, identificou-se apenas uma possível correlação entre a infeção viral com manifestações neurológicas, em que um dos sintomas foi tontura8, que se constitui enquanto fator determinante no desequilíbrio, que pode gerar e/ou acentuar a insegurança na pessoa idosa e, por conseguinte, o medo de cair21.

Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar se idosos que foram infectados por Covid-19 têm mais medo de cair do que os que não foram infectados.

 

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, de caráter, descritivo e quantitativo, realizado com 202 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, residentes no município de Barra Mansa, situado na região do Médio Paraíba, no interior do estado do Rio de Janeiro, Brasil. O cálculo amostral foi realizado a partir de uma amostragem probabilística, do tipo aleatória simples23, considerando-se para tal a população idosa de acordo com os dados do último censo, estabelecida em 21.665 idosos24. Assim, considerando os preceitos preconizados para um cálculo amostral significativo23, com um poder estatístico de 95%, margem de erro estabelecida em 5% e, possível perda amostral de 15%, seria necessária a participação de 244 idosos.

Foram incluídos no estudo idosos presentes nos locais de coleta de dados, que residissem no referido município, e que aceitassem participar do estudo de forma voluntária e tivessem a capacidade cognitiva adequada, de acordo com o mini exame do estado mental (MEEM)25,26. Foram excluídos os que apresentassem doenças neurológicas e/ou vestibulares prévias, idosos que necessitassem de qualquer dispositivo auxiliar para a marcha e/ou locomoção, que apresentassem amputação de algum segmento corporal, alterações visuais não corrigíveis com óculos ou lentes (como catarata, retinopatia diabética e glaucoma) e, ainda, os incapazes de se comunicar ou andar sozinhos.

A pesquisa foi realizada de forma presencial em duas unidades de saúde do município, no período de junho a outubro de 2022. Em razão das condições impostas pela pandemia de COVID-19, todos os cuidados de biossegurança foram tomados de acordo com as normas sanitárias vigentes à época, como uso de máscara, distanciamento de pelo menos 1 metro, sempre que possível e, higienização prévia e constante das mãos. Após o convite para a participação na pesquisa, foi apresentado aos idosos o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi assinado pelos participantes, previamente ao início da coleta de dados, sendo informado aos mesmos os objetivos da pesquisa e formas de participação, assegurando, ainda, o esclarecimento de possíveis dúvidas restantes. Após o aceite e a assinatura do TCLE, os participantes responderam às perguntas contidas nos questionários elaborados no Google Forms, sendo o preenchimento digital realizado com auxílio dos pesquisadores, por meio de aparelhos eletrônicos disponibilizados. Este método, além de contribuir para a economia de uso de papel, permitiu o salvamento automático dos dados.

Para verificar a capacidade cognitiva dos idosos, inicialmente estes foram submetidos ao MEEM25, definindo assim os que se enquadravam nos critérios de inclusão e exclusão. Para a exclusão pelo MEEM, foram considerados os parâmetros obtidos de, no mínimo, 20 pontos para idosos analfabetos, 25 pontos para idosos com escolaridade entre um a quatro anos, 26,5 para os com escolaridade entre cinco e oito anos, 28 para aqueles com escolaridade entre nove e 11 anos e, 29 para os que possuíam mais de 11 anos de escolaridade, conforme nota de corte proposta em estudos previamente realizados26.

Os que foram classificados, como aptos à pesquisa pelo MEEM e se enquadravam nos demais critérios de inclusão descritos, responderam às perguntas do questionário proposto, de forma assistida pelos pesquisadores, o qual continha questões sociodemográficas e de saúde, sobre a ocorrência e locais das quedas e possíveis lesões decorrentes delas e, referentes à escala ABC - Activities-Specific Balance Confidence ou de Confiança no Equilíbrio para Atividades Específicas. Esta ferramenta constitui-se de um questionário, composto por 16 itens, que foi desenvolvido para quantificar numericamente o nível de confiança na realização de atividades específicas, sem perder o equilíbrio ou ficar instável27. Assim, foi solicitado aos participantes que atribuíssem pontuações entre 0 (sem confiança) a 100% (totalmente confiante), sendo a pontuação da escala obtida, a partir do somatório das avaliações, que pode variar de 0-1,600 e dividindo esse resultado por 16. Foram utilizados, como parâmetros de análise, aqueles definidos em estudos realizados previamente27, sendo considerados que percentuais acima de 80% indicam alto nível de funcionamento físico; 50-80%, nível moderado de funcionamento físico; e percentuais abaixo de 50%, baixo nível de funcionamento físico. Ressalta-se que valores menores que 67% em idosos, já são preditivos de quedas futuras27.

Após a coleta, os dados foram organizados, por meio de planilhas e gráficos gerados através do aplicativo Microsoft Office Excel®, sendo analisados após o seu devido tratamento, por meio de estatística descritiva, com o auxílio do Software gratuito BioEstat 5.3.

Ressalta-se que, a fim de atender às normativas estabelecidas para pesquisas que envolvem seres humanos28,29, a coleta de dados somente teve início após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), sob protocolo nº 5.166.618 (CAAE 53769621.4.0000.5236), sendo a assinatura do TCLE pelo participante, requisito obrigatório prévio ao início dos procedimentos da pesquisa junto aos mesmos. Além disso, também foram seguidas as recomendações referentes à segurança e ao armazenamento de dados dos questionários gerados eletronicamente, a fim de assegurar o sigilo e a confidencialidade das informações dos participantes de pesquisa, conforme disposto na Carta Circular do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) nº 1/2021, feito o download dos dados coletados para um dispositivo eletrônico local, após conclusão da coleta de dados, apagando todo e qualquer registro de qualquer plataforma digital, ambiente compartilhado ou "nuvem", conforme recomendado30.

 

RESULTADOS

Inicialmente 312 idosos foram avaliados para elegibilidade, no entanto, 110 foram excluídos, a partir da aplicação dos critérios de inclusão e/ou exclusão estabelecidos para o estudo, conforme descrito no Fluxograma 1. Os 202 participantes incluídos apresentaram média de idade de 68 ± 5,98 anos, sendo o perfil sociodemográfico e de saúde dos mesmos, dispostos na Tabela 1. Os resultados da escala ABC referentes à confiança no equilíbrio para realização de atividades específicas, presença de quedas e infecção por COVID-19 encontram-se dispostos na Tabela 2. Além disso, os dados referentes ao local de ocorrência das quedas, histórico de lesão e intervenção (ões) realizada (s), descritos pelos participantes que as relataram, encontram-se dispostos na Tabela 3.

 

DISCUSSÃO

Durante a coleta de dados, principalmente na aplicação do MEEM, houve dificuldade pelo uso de máscara, especialmente em ambiente ruidoso. Isso pode ter ocorrido em virtude da perda auditiva periférica causada pelo envelhecimento, associada à possível redução da eficiência do processamento do som, ou decorrentes ainda, da degeneração da via auditiva central, ainda que estudos apontem que a perda auditiva periférica exerça também papel primordial nas dificuldades de compreensão de fala em locais ruidosos31. No entanto, ressalta-se que a coleta de dados não foi prejudicada em virtude dessas dificuldades, que foram contornadas a partir de uma comunicação efetiva e escuta atenta e qualificada, realizada pelos pesquisadores durante o processo.

O sexo feminino foi predominante entre os participantes desta pesquisa, assim como em outros estudos realizados com a população idosa16,17,21,32. Segundo esses autores, mulheres tendem a se comprometer mais intensamente com hábitos saudáveis de maneira a apresentar maior expectativa de vida do que os homens, apesar de idosas serem mais vulneráveis a quedas, quando comparado aos idosos.

A maior parte dos participantes desta pesquisa informou ter o ensino fundamental incompleto, corroborando com achados obtidos em outro estudo17, em que 81% dos participantes tinham entre zero e cinco anos de escolaridade. Esse achado condiz com o cenário brasileiro, conforme encontrado em um estudo de base domiciliar e âmbito nacional, em que a escolaridade inferior a oito anos predominou amplamente, em mais de 75% dos participantes16. Destacam-se ainda os achados obtidos em estudo realizado no mesmo cenário que a pesquisa atual, no qual se observou que 52% dos idosos tinham o ensino fundamental incompleto18. Esse dado pode ser justificado pelas políticas nacionais de educação passadas, bem como um reflexo do acesso desigual ao ensino, entre distintos grupos sociais33.

De acordo com uma pesquisa que abrange todo o território nacional, os idosos da região Sudeste apresentam uma média de seis a oito anos estudados. Salienta-se que os níveis educacionais se configuram como importante indicador do status socioeconômico, e nessa população, a renda advém, majoritariamente, da aposentadoria. Essa mesma pesquisa identificou que 51,1% dos idosos possuem rendimentos de todas as fontes inferiores a um salário mínimo33, corroborando com os resultados da atual pesquisa, em que a maioria dos idosos pertence à classe E. No entanto, não foram coletados dados referentes à permanência desses idosos no mercado de trabalho remunerado, o que, de modo geral, pode ocorrer tanto porque gostam dos seus empregos, quanto porque não têm condições econômicas para se aposentar, sendo a participação desses idosos no mercado de trabalho influenciada por diversos possíveis fatores, como sexo, idade, escolaridade, composição familiar, renda, condições de saúde, características da ocupação e, até mesmo, raça/cor16. Faz-se oportuno salientar, ainda, que idosos pardos e pretos permanecem sendo os que mais apresentam inequidades, em geral, com pior situação socioeconômica34.

A presença de desigualdades raciais entre idosos sugere uma complexa interação entre cor/raça, com uma distribuição desigual de fatores de risco, como questões de saúde, que se acumulam ao longo da vida34. No entanto, ressalta-se que, corroborando com os achados de outros estudos17,35, a maioria dos participantes dessa pesquisa se autodeclarou branco. Salienta-se que as categorias de raça são como um sistema de classificação e experiência vivida e variam segundo a região geográfica nacional e ao longo do tempo. Além disso, desigualdades étnico-raciais em saúde vêm sendo evidenciadas e revelam que pretos, indígenas e pardos se encontram em situação de desvantagem no âmbito da saúde, pelas configurações políticas específicas e temas como participação democrática, identidades raciais e migração36. No presente estudo, não foi realizada uma estratificação e correlação entre raça e renda, o que dificulta a discussão dessas variáveis, sendo também considerada como mais uma das limitações do mesmo.

Constatou-se, ainda, que a maioria era casada, assim como foi encontrado nos achados obtidos em outros estudos desenvolvidos em Campo Grande/MS37 e Juiz de Fora/MG17, contrastando com os achados obtidos em estudo desenvolvido em Belo Horizonte/MG20, em que os idosos solteiros se apresentaram em maior número. Ressalta-se que o casamento ou apoio do parceiro configura-se como um preditor significativo e independente de sobrevivência, com redução geral no risco de mortalidade para indivíduos casados 38.

Observou-se também que a maioria não era tabagista, hábito que, quando presente, além de comprometer não apenas a expectativa de vida, pode exercer influência significativa na perda da qualidade de vida desses indivíduos. Com isso, não fumantes têm expectativa de vida maior do que fumantes, em virtude dos danos biológicos induzidos pelo tabagismo39. Também foi observada uma minoria de etilistas entre os participantes do estudo. Discussões sobre o consumo de álcool geralmente se referem aos jovens, pelos danos causados a esse grupo, como mortes violentas e acidentes; quanto aos idosos, alterações biológicas e fisiológicas relacionadas ao envelhecimento afetam a absorção, o metabolismo e a eliminação do álcool, causando declínio nas funções hepática e renal e até mesmo, nas interações medicamentosas, podendo causar vários problemas de saúde40.

No que tange às consequências das quedas, embora o estudo não tenha rastreado qual tipo e segmento afetado, verificou-se que a maioria dos participantes relatou ter sofrido lesões ocasionadas pelas mesmas, sendo a imobilização e o repouso as intervenções necessárias mais prevalentes para tratamento desses casos. Ressalta-se que as lesões decorrentes de quedas mais frequentes, relatadas na literatura, são as fraturas de extremidades, o traumatismo cranioencefálico leve e a fratura de quadril. Embora menos de uma em cada dez quedas resulte em fratura em pessoas idosas, a ocorrência desse tipo de lesão é bastante preocupante20.

Em relação ao medo de cair na população idosa, principal variável de interesse nesse estudo, ressaltam-se os achados prévios descritos na literatura32, que apontam que idosos mais jovens (entre 60 e 69 anos), apresentam menos medo de cair do que os idosos com 70 anos ou mais. Na atual pesquisa, tanto a idade quanto a confiança no equilíbrio para a realização de atividades específicas foi semelhante, porém, foi observado que os idosos, que não foram infectados por Covid-19, relataram mais quedas, quando comparados aos que foram infectados pelo vírus. Apesar disso, destaca-se que alguns idosos dessa pesquisa relataram não terem realizado exame para a confirmação ou descarte da infecção por SARS-CoV-2. Além das dificuldades de acesso à testagem no decorrer da pandemia, há que se considerar ainda que o teste de ácido nucleico para SARS-CoV‐2 mostrou alta taxa de falso-negativo, sendo difícil identificar efetivamente e colocar em isolamento os indivíduos infectados para conter a infecção, não sendo totalmente confiável para diagnóstico41. Diante disso, considera-se esta como mais uma das possíveis limitações deste estudo, bem como os possíveis casos assintomáticos que podem ter ocorrido nessa população, que diante da ausência de suspeita, sequer buscaram a realização da testagem.

A partir dos achados obtidos no presente estudo, o domicílio foi o principal local de ocorrência das quedas relatadas pelos participantes, tendo sido mencionado por 69,2 % dos participantes referiram a ocorrência desses eventos.  Observa-se que o domicílio é um ambiente com impacto relevante na vida da pessoa idosa, independentemente do seu nível de limitações e capacidades. Assim, alguns estressores, como presença de tapetes, ausência de barra de segurança, iluminação inadequada, piso escorregadio, presença de ressaltos e/ou escadas, ausência de corrimão, e muitos objetos no ambiente, tendem a gerar medo e vulnerabilidade para queda, nessa população17.

Ressalta-se que o isolamento social propiciou a diminuição da atividade física habitual, o que pode explicar a maior parte dos participantes desta pesquisa ser sedentário (64,35%), e mudanças nos hábitos alimentares, o que pode favorecer o sobrepeso e a obesidade11. No atual estudo, a maior parte dos participantes relatou sobrepeso (42,07%) e/ou obesidade (27,22%), sendo possível que haja associação entre aumento de IMC e quedas, de forma a concordar com os achados obtidos em outros estudos18, que observaram risco maior de quedas em idosos obesos, pela diminuição da manutenção do equilíbrio postural e da estabilidade corporal. No entanto, há que se considerar que o peso e altura dos participantes não foram mensurados, sendo consideradas para o cálculo do IMC as informações relatadas pelo próprio participante, o que pode ser considerada uma das limitações para estas análises.

Em relação à idade dos participantes, verificou-se que a média dos resultados obtidos nos questionários entre os grupos foi muito próxima, bem como os grupos atingiram médias parecidas na escala ABC. Destaca-se que a pontuação de 50 a 80% representa um nível moderado de funcionamento físico, de acordo com a escala ABC27. Nos achados obtidos, tanto os participantes que foram infectados por Covid-19, quanto os que não foram, se enquadraram neste nível moderado de funcionamento físico, corroborando com achados obtidos em outro estudo, que também utilizou a escala ABC, o qual verificou um nível moderado de funcionamento físico, em mais da metade dos idosos residentes na comunidade18.

A proximidade dos resultados da escala ABC pode ter ocorrido pela diferença do tamanho da amostra, entre os participantes que foram ou não infectados por Covid-19. Entretanto, essa questão necessita de mais estudos com maior número de participantes, quantidade de participantes semelhante nos grupos e, ainda, em regiões diferentes do país, para determinar se os achados dessa pesquisa condizem fidedignamente com a realidade dos idosos brasileiros ou não. Conforme descrito anteriormente, até o momento de análise dos resultados obtidos neste estudo, havia apenas uma pesquisa publicada, que foi desenvolvida no Vietnã, que tinha o mesmo caráter que o presente estudo, associando às quedas pós-Covid-19 com a fraqueza dos membros inferiores22. Além disso, a ausência de dados sobre os sintomas persistentes e/ou sequelas da Covid-19, já previstos em alguns estudos7, é registrada como uma das limitações encontradas nesta pesquisa.

No presente estudo, identificou-se que os idosos que não foram infectados pelo novo coronavírus caíram mais do que os que foram infectados. No entanto, ressalta-se que as quedas, em conjunto com as circunstâncias de confinamento e o medo de contaminação, podem levar os idosos ao aumento no temor de cair, principalmente em casa17. Neste sentido, um estudo, desenvolvido com idosos no contexto de pandemia, identificou que idosos que tiveram que ficar em casa por muito tempo durante esse período relataram alto medo de movimento, risco elevado de queda e baixo nível de atividade física. Além disso, observou-se que o medo do movimento pode explicar 49,5% do medo de cair, sendo este medo um problema de saúde equivalente à queda, tornando importante avaliar tanto o risco, quanto o medo de cair42. Assim, salienta-se que outra possível limitação da presente pesquisa diz respeito à não avaliação do medo de movimento.

Comparando o nível de escolaridade observado, em relação ao risco de quedas e/ou o medo de cair, com achados apontados em outros estudos21, pode-se inferir que estabelecer estratégias de enfrentamento para minimizar o medo de cair pode ser difícil, levando essa população a se tornar menos ativa, ocasionando maior número de ocorrências de instabilidade física e quedas21. Além disso, mesmo os idosos considerados “saudáveis”, apresentam instabilidade motora quando submetidos a tarefas complexas, que exigem a associação entre as variáveis cognitivas e motoras. Diante disso, é imprescindível o estabelecimento de um plano terapêutico individualizado e multiprofissional, a fim de preparar os idosos no enfrentamento de desafios diários37. Sobretudo, em contextos ainda mais adversos com o enfrentado na pandemia atual.

Por todo esse contexto pandêmico, que pode inclusive, prolongar-se por vários anos com restrições e necessidades de distanciamento social recorrentes, ressalta-se o seu risco potencial de afetar os níveis de atividade física dessa população, expondo-os, consequentemente, ao maior risco de quedas e incidência de incapacidade em idosos num futuro próximo. Nessa perspectiva, acredita-se, inclusive, que isso possa fazer com que nos próximos meses e/ou anos, haja aumento no número de quedas em idosos, como consequência da menor atividade física durante o período pandêmico. Portanto, ressalta-se o risco premente de aumento no número de óbitos e incapacidades nesta população14, advindos desse contexto, exigindo a urgência na construção de políticas públicas de saúde efetivas para essa população, principalmente no que diz respeito a essa problemática.

Considerando ainda a magnitude das possíveis consequências desses eventos, tanto para a independência e funcionalidade desses indivíduos, quanto para o sistema de saúde de um país, faz-se extremamente necessária a compreensão desses fenômenos a fundo, seus diversos fatores envolvidos, para que sejam possíveis, então, o planejamento e a efetiva implementação de medidas individuais e/ou coletivas de promoção da saúde e o envelhecimento ativo16. Essas medidas são essenciais para a prevenção desses eventos evitáveis e, consequentemente, para a ampliação da qualidade de vida desses idosos, e a redução da morbidade, mortalidade e dos custos de saúde associados a estes eventos14,15.

 

CONCLUSÃO

Num contexto de crise global, como o advindo da pandemia de COVID-19, diversos problemas já existentes podem se agravar, diante das adversidades impostas. Nessa perspectiva, o risco de quedas em idosos é uma dessas condições, considerando a magnitude de suas possíveis consequências. No contexto analisado, observou-se que os idosos participantes deste estudo tiveram o mesmo medo de cair, independente de terem sido infectados ou não por COVID-19. No entanto, há que se relativizar esses achados, tendo em vista diversos aspectos relacionados à subestimação de casos ocorridos no cenário brasileiro e mundial, que além da dificuldade de acesso à testagem para COVID-19 ocorrida em muitas localidades, vivencia-se um contexto de muitas incertezas em relação à uma doença recém-descoberta que, por vezes, cursa de modo assintomático, prejudicando seu diagnóstico, mas com diversas possíveis complicações tardias, ainda em fase de estudo.

Dessa forma, embora sugira-se a realização de outros estudos, com uma amostra maior e outras variáveis para complementar esses achados, ressalta-se a relevância e a contribuição dos resultados aqui apresentados, que apontam para a urgência do compromisso da gestão pública, comunidade acadêmica e de toda sociedade, com a construção de medidas efetivas para enfrentamento a um problema de saúde pública tão complexo e desafiador. Sobretudo, considerando a importância da promoção do envelhecimento ativo e saudável, na superação do impacto que as quedas em idosos podem causar, tanto individualmente, quanto em termos sociais e econômicos. Ainda mais, em uma nação em que as desigualdades sociais são díspares e se acentuam de forma significativa, em virtude do risco de maior vulnerabilização desses indivíduos em tempos de crise.

Biografia do Autor

Gabriela Bezerra Oliveira, Centro Universitário de Barra Mansa
Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário de Barra Mansa - UBM, Barra Mansa (RJ), Brasil
José Henrique de Lacerda Furtado, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz - (ENSP/FIOCRUZ)
Doutorando em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ-RJ, na área de concentração de Políticas, Planejamento, Gestão e Cuidado em Saúde. Mestre em Educação Profissional em Saúde pela EPSJV/FIOCRUZ - RJ, Bacharel em Enfermagem e em Fisioterapia pelo Centro Universitário de Barra Mansa - UBM. Especialista em Fisiologia do exercício pela UniBF (2022), especialista em Acupuntura pela Faculdade Sul Fluminense (2021), especialista em Docência para a Educação Profissional e Tecnológica (2021), pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro, especialista em Acesso à Saúde: Informação, comunicação e equidade pelo ICICT/FIOCRUZ - RJ (2018), especialista em Enfermagem do Trabalho (2015) e em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família (2015), pelo Centro Universitário Internacional. Atua no Serviço de Saúde do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ - Campus Pinheiral - RJ), com o desenvolvimento de ações assistenciais e de auxílio nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Tem experiência na área de Enfermagem e Fisioterapia, com foco na área assistencial de média e alta complexidade, saúde coletiva, saúde do trabalhador e promoção da saúde. Atua também como membro de Conselhos Editoriais e como revisor de periódicos científicos. Tem interesse nas áreas de Saúde e Educação, com ênfase em Politicas Públicas, Saúde Coletiva, Formação Profissional em Saúde, Atenção Primária à Saúde, Processo de trabalho, Formação e Trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, e nas áreas de Enfermagem e Fisioterapia hospitalar, com ênfase em UTI, Reabilitação fisioterapêutica respiratória e cardiovascular.
Caio Ramon Queiroz, Centro Universitário de Volta Redonda
Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, Centro Universitário de Volta Redonda - UNIFOA, Volta Redonda (RJ), Brasil.
Isabelle Lopes do Valle, Centro Universitário de Barra Mansa
Aluna de graduação do curso de fisioterapia do Centro Universitário de Barra Mansa - UBM, Barra Mansa (RJ), Brasil.
Amanda Celebrim de Paulo, Centro Universitário de Barra Mansa
Aluna de graduação do curso de fisioterapia do Centro Universitário de Barra Mansa - UBM, Barra Mansa (RJ), Brasil.
Priscila de Oliveira Januário, Centro Universitário de Barra Mansa e Universidade de São Paulo
Doutoranda em Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2019-atual). Mestre em Bioengenharia (UNIVAP-2011). Pós-graduada em Gerontologia e Geriatria (UBM-2007). Graduada em Fisioterapia (UBM-2005). Pesquisadora Colaboradora do Laboratório de Investigação Fisioterapêutica e Eletromiografia do Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (USP/2019-atual) e do grupo de pesquisa do Laboratório de Investigação Clínica do Departamento de Fisioterapia (UBM/2021-atual). Tem como principais atividades: supervisão de estágio curricular, revisão de periódicos científicos, orientação dos trabalhos de conclusão de curso, relatoria no Comitê de Ética e Pesquisa do UBM. Experiência como docente na área de Ciências da Saúde: Anatomofisiologia, Neuroanatomia, Fisioterapia nas atenções à saúde do Idoso, Homem e da Mulher. Linhas de pesquisa: Idoso, Dor e Funcionalidade, Neurofuncionalidade, Saúde do Trabalhador, Saúde do Homem e da Mulher.
Ariela Torres Cruz, Centro Universitário de Barra Mansa e Universidade de São Paulo
Possui graduação em Fisioterapia e especialização em Gerontologia pelo Centro Universitário de Barra Mansa e mestrado em Bioengenharia pela Universidade do Vale do Paraíba. Doutoranda em Ciências da Reabilitação pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2019-atual). Atualmente é docente do Centro Universitário de Barra Mansa.

Referências

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Publicado
2024-03-31
Seção
Artigos Originais