Desenvolvimento infantil e práticas parentais de crianças brasileiras no segundo ano da pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9206.2023v16n4.e12012Palavras-chave:
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, COVID-19, Desenvolvimento infantilResumo
Usando o modelo biopsicossocial da CIF, este estudo teve o objetivo de examinar a associação entre o desenvolvimento infantil e as práticas parentais de famílias brasileiras no segundo ano da pandemia de COVID-19. Trata-se de uma pesquisa descritiva transversal que envolveu 30 crianças e suas respectivas famílias. O teste Denver-II foi aplicado presencialmente, e, de forma virtual, as famílias responderam perguntas sobre fatores biológicos e ambientais relacionados à interferência da pandemia no cotidiano da criança. Verificou-se que 83,3% das crianças foram classificadas com desenvolvimento típico, e 16,7%, com desenvolvimento questionável. Quanto às práticas parentais durante a COVID-19, identificou-se que as crianças tiveram tempo excessivo de tela (60%) e diferentes impactos comportamentais e emocionais (43,3%). Apesar do potencial da pandemia de afetar o desenvolvimento das crianças, não houve efeito negativo do segundo ano da pandemia no desenvolvimento global, o que pode dever-se às características dos participantes e suas famílias.Downloads
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