Influência da correção da idade na detecção de riscos no desenvolvimento motor de prematuros

  • Natiele Camponogara Righi Universidade Federal de Santa Maria
  • Fabiane Kurtz Martins Universidade Federal de Santa Maria
  • Leticia Hermes Universidade Federal de Santa Maria
  • Kauene Marques da Rosa Universidade Federal de Santa Maria
  • Thais Helena Oliveira Böck Universidade Federal de Santa Maria
  • Claudia Morais Trevisan Universidade Federal de Santa Maria
Palavras-chave: Prematuro, Desenvolvimento infantil, Avaliação.

Resumo

Avaliar a influência da correção da idade na detecção de riscos no desenvolvimento motor de prematuros. Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, com 59 prematuros, atendidos no Ambulatório de Seguimento de Prematuros de um hospital-escola de uma cidade da região Central do Rio Grande do Sul, nos anos de 2014 e 2015. As crianças foram avaliadas a partir da Albert Infant Motor Scale aos quatro e oito meses. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk e a comparação dos grupos foi realizada a partir do Teste de Wilcoxon. Utilizando a idade corrigida, 39% dos prematuros avaliados aos quatro meses apresentaram alto risco para atraso do desenvolvimento motor, assim como 33% dos prematuros avaliados aos oito meses. Este resultado foi mais acentuado quando a idade cronológica foi utilizada (p=0,000). A correção da idade gestacional se mostrou como a melhor forma de avaliar o desempenho real dos bebês nascidos pré-termo, sem superestimar riscos que não se configuram de fato em problemas no desenvolvimento das crianças.

Biografia do Autor

Natiele Camponogara Righi, Universidade Federal de Santa Maria
Fisioterapeuta. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil.
Fabiane Kurtz Martins, Universidade Federal de Santa Maria
Fisioterapeuta. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil.
Leticia Hermes, Universidade Federal de Santa Maria
Mestranda no Mestrado Profissional em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil.
Kauene Marques da Rosa, Universidade Federal de Santa Maria
Acadêmica do Curso de Fisioterapia Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil.
Thais Helena Oliveira Böck, Universidade Federal de Santa Maria
Acadêmica do Curso de Fisioterapia Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil.
Claudia Morais Trevisan, Universidade Federal de Santa Maria
Docente Associada do Departamento de Fisioterapia e Reabilitação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Brasil.

Referências

ALBUQUERQUE, R. C. et al. Visuomotor behaviour of preterm infants in the first month of life. A comparison between the chronological and corrected ages. Revista de Neurologia, v. 48, n. 1, p. 13-16, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso - Método Canguru: Manual técnico. 2. ed. Brasília, DF: [s.n.], 2011.

D’AGOSTINO, J. A. An Evidentiary Review Regarding the Use of Chronological and Adjusted Age in the Assessment of Preterm Infants. Journal for Specialists in Pediatric Nursing, v. 15, n. 1, p. 26-32, 2010.

FORMIGA, C. K. M. R.; LINHARES, M. B. M. Follow-up do desenvolvimento do bebê de risco. In: Sarmento GJV. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. 2. ed. Barueri: Manole, 2011. p. 556-573.

LAJOS, G.J. Estudo multicêntrico de investigação em prematuridade no Brasil: implementação, correlação interclasse e fatores associados à prematuridade espontânea. Campinas SP: [s.n.], 2014.

MACHADO, A. C. C. P. et al. Processamento sensorial no período da infância em crianças nascidas pré-termo: revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, v. 35, n. 1, p. 92-101, 2017.

MANCINI, M. C. et al. Comparação das habilidades motoras de crianças prematuras e crianças nascidas a termo. Fisioterapia e Pesquisa, v. 7, n. ½, p. 25-31, 2000.

MENETRIER, J. V.; ALMEIDA, G. Perfil epidemiológico de gestantes de alto risco com parto prematuro em um hospital de referência. Revista Saúde e Pesquisa, v. 9, n. 3, p. 433-441, 2016.

OUDEN, L. D. et al. Is it correct to correct? Developmental milestones in 555 “normal” preterm infants compared with term infants. Journal of Pediatrics, v. 118, p. 399-404, 1991.

PIPER, M. C. et al. Gross and fine motor development of preterm infants at eight and 12 months of age. Developmental Medicine & Child Neurology, v. 31, p. 591-597, 1989.

RANIERO, E. P.; TUDELLA, E.; MATTOS, R. S. Pattern and rate of motor skill acquisition among preterm infants during the first four months corrected age. Revista Brasileira de Fisioterapia. v. 14, n. 5, p. 396-403, 2010.

RESTIFFE, A. P.; GHERPELLI, J. L. D. Comparison of chronological and corrected ages in the gross motor assessment of low-risk preterm infants during the first year of life. Arquivos de Neuropsiquiatria. v. 64, n. 2-B, p. 418-425, 2006.

RÍOS-FLÓREZ, J. A.; NOVOA-SUAZA, A.; HERNÁNDEZ-HENAO, V. I. Influence of premature birth in the development of executive functions in children at a school age. Revista Chilena de Neuropsicologia. v. 12, n. 1, p. 1-11, 2017.

RYDZ, D. et al. Developmental screening. Journal of Child Neurology. v. 20, p. 4-21, 2005.

SACCANI, R.; VALENTINI, N. C. Analysis of motor development of infants from zero to 18 months of age: representativeness of the motors items of the alberta infant motor scale by age and posture. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano. v. 20, n. 3, p. 711-722, 2010.

SILVEIRA, R. C. Manual seguimento ambulatorial do prematuro de risco. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Pediatria. 2012.

TRONCHIN, D. M. R.; TSUNECHIRO, M. A. Prematuros de muito baixo peso: do nascimento ao primeiro ano de vida. Revista Gaúcha de Enfermagem. v. 28, n. 1, p. 79-88, 2007.

VOLPI, S. C. P. et al. Aquisição de habilidades motoras até a marcha independente em prematuros de muito baixo peso. Journal of Pediatrics. v. 86, n. 2, p. 143-148, 2010.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Preterm birth. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs363/en/>. Acesso em: 25 maio 2016.

ZANINI, P. Q. et al. Análise da aquisição do sentar, engatinhar e andar em um grupo de crianças pré-termo. Fisioterapia e Pesquisa. v. 9, n. 2, p. 57-62, 2002.

Publicado
2018-02-12
Seção
Artigos Originais