Levantamento e frequência de uso de plantas medicinais por pacientes hipertensos e diabéticos

Palavras-chave: Anti-hipertensivo, Doença crônica, Etnofarmacologia, Fitoterapia, Hipoglicemiante

Resumo

Além da terapia medicamentosa, muitos pacientes utilizam plantas medicinais para o tratamento da hipertensão e do diabetes, muitas vezes sem o conhecimento sobre a eficácia e a segurança delas. Esta pesquisa investigou a prevalência dessa prática por diabéticos e hipertensos e analisou sua associação com variáveis sociodemográficas. Foi realizado um estudo epidemiológico, descritivo e transversal com 300 pacientes atendidos pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Ouro Branco, em Umuarama-PR, que responderam a um questionário sociodemográfico e sobre o uso de plantas medicinais. A maioria dos participantes eram mulheres, com baixa escolarização e renda mensal. Em relação ao uso dessas plantas, foram citadas 27 espécies, mas apenas 7,7% dos respondentes as utilizavam de maneira preconizada. Concluiu-se que pacientes hipertensos e diabéticos recorrem a plantas medicinais sem o conhecimento da forma correta de preparo e da potencialidade dessas espécies em causar efeitos adversos.

Biografia do Autor

Jaqueline de Bortoli Shirabayashi, Universidade Paranaense - UNIPAR
Mestranda em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica, Laboratório de Pesquisa Pré-Clínica de Produtos Naturais, Mestrado Profissional em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica, Universidade Paranaense, Umuarama (PR), Brasil.
Eduarda Carolina Amaral, Universidade Paranaense - UNIPAR
Mestranda em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica, Laboratório de Pesquisa Pré-Clínica de Produtos Naturais, Mestrado Profissional em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica, Universidade Paranaense, Umuarama (PR), Brasil.
Gustavo Ratti da Silva, Universidade Paranaense - UNIPAR
Doutorando em Ciência Animal com Ênfase em Bioativos, Laboratório de Pesquisa Pré-Clínica de Produtos Naturais, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos, Universidade Paranaense, Umuarama, PR, Brasil.
Andréia Fuentes dos Santos, Universidade Paranaense - UNIPAR
Doutoranda em Ciência Animal com Ênfase em Bioativos, Laboratório de Pesquisa Pré-Clínica de Produtos Naturais, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos, Universidade Paranaense, Umuarama (PR), Brasil.
Durcelina Schiavoni Bortoloti, Universidade Paranaense - UNIPAR
Doutora em Ciências da Saúde, professora permanente do Departamento de Ciências Biológicas Médicas e da Saúde, Universidade Paranaense, Francisco Beltrão (PR), Brasil.
Evellyn Claudia Wietzikoski Lovato, Universidade Paranaense - UNIPAR
Doutora em Farmacologia, Laboratório de Pesquisa Pré-Clínica de Produtos Naturais, professora permanente do Mestrado Profissional em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica, Universidade Paranaense, Umuarama (PR), Brasil.
Francislaine Aparecida dos Reis Lívero, Universidade Paranaense
Doutora em Farmacologia, Laboratório de Pesquisa Pré-Clínica de Produtos Naturais, professora permanente do Mestrado Profissional em Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Atenção Básica e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal com Ênfase em Produtos Bioativos, Universidade Paranaense, Umuarama (PR), Brasil.

Referências

1. Forouzanfar MH, Afshin A, Alexander LT, Anderson HR, Bhutta ZA, Biryukov S, et al. Global, regional, and national comparative risk assessment of 79 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks, 1990–2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. The Lancet. 2016;388:1659-1724.

2. Scala LC, Magalhães LB, Machado A. Epidemiologia da hipertensão arterial sistêmica. In: Moreira SM, Paola AV; Sociedade Brasileira de Cardiologia. Livro Texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 2. ed. São Paulo: Manole; 2015. p. 780-5.

3. Paraná. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Superintendência de Atenção à Saúde. P223l Linha guia de hipertensão arterial/SAS. 2. ed. Curitiba: SESA; 2018.

4. World Health Organization (WHO). Global atlas on cardiovascular disease prevention and control. In: Mendis S, Puska P, Norrving B, editors. Geneva: World Health Organization; 2011.

5. Strang AC, Van Wijk DF, Mutsaerts HJ, Stroes ES, Nederveen AJ, Rotmans JI, et al. Guideline treatment results in regression of atherosclerosis in type 2 diabetes mellitus. Diabetes & Vascular Disease Research. 2015;12(2):126-32.

6. World Health Organization (WHO). Global report on diabetes. Geneva: World Health Organization; 2017.

7. Oliveira JEP, Vencio S. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2013-2014: Sociedade Brasileira de Diabetes. São Paulo: AC Farmacêutica; 2014.

8. Paraná. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Superintendência de Atenção à Saúde. P223l Linha guia de diabetes mellitus/SAS. 2. ed. Curitiba: SESA; 2018.

9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

10. Mills KT, Bundy JD, Kelly TN, Reed JE, Kearney PM, Reynolds K, et al. Global disparities of hypertension prevalence and control: a systematic analysis of population-based studies from 90 countries. Circulation. 2016;134:441-50.

11. Porto EF, Kumpel C, Souza AC, Oliveira IM, Aquiles Bernardo KM, Castro AAM. Estilo de vida e suas relações com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Rev Interdisc Estudos em Saúde. 2018;7:361-73.

12. Brandão AD, Silva JH, Lima OMS, et al. Short and long term effect of treatment non-pharmacological and lifestyle in patients with metabolic syndrome. Diabetology & Metabolic Syndrome. 2020;12:1-8.

13. Iyengar V, Wolf A, Brown A, Close, K. Challenges in diabetes care: can digital health help address them?. Clinical Diabetes. 2016;34(3):133-41.

14. Frimpong E, Nlooto M. Tswana traditional health practitioners’ perspectives on the management of diabetes and hypertension: A qualitative study using focus group discussions. The Pan African Med J, 2019;34:1-11.

15. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Portaria 971, de 03 de maio de 2006. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

16. Balbino EE, Dias MF. Farmacovigilância: um passo em direção ao uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Rev Bras Farmacognosia. 2010;20(6):992-1000.

17. Jamshidi-Kia F, Lorigooini Z, Amini-Khoei H. Medicinal plants: past history and future perspective. J Herbmed Pharmacol, 2018;7(1).

18. Nasri, H, Shirzad H. Toxicity and safety of medicinal plants. Journal of Herb Med Pharmacol, 2013;2.

19. Dias ECM, Trevisan DD, Nagai SC, Ramos NA, Silva EM. Uso de fitoterápicos e potenciais riscos de interações medicamentosas: reflexões para prática segura. Rev Baiana Saúde Pública. 2017;41(2):a2306.

20. Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saúde Pública. 2010;44(3):559-65.

21. Güths JFS, Jacob MHVM, Santos AMPV, Arossi GA, Béria JU. Sociodemographic profile, family aspects, perception of health, functional capacity and depression in institutionalized elderly persons from the north coastal region of Rio Grande do Sul, Brazil. Rev Bras Geriatria e Gerontol. 2017;20(2):175-85.

22. Chen V, Ning H, Allen N, Kershaw K, Khan S, Lloyd-Jones DM, et al. Lifetime risks for hypertension by contemporary guidelines in african american and white men and women. JAMA Cardiology. 2019;4(5):455-9.

23. Ekor M. The growing use of herbal medicines: issues relating to adverse reactions and challenges in monitoring safety. Frontiers in Pharmacology. 2014;4:177.

24. Brasil. Ministério da Saúde. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Espécies vegetais. DAF; 2009.

25. Innocent E. Trends and challenges toward integration of traditional medicine in formal health-care system: historical perspectives and appraisal of education curricula in Sub-Sahara Africa. J of Int Ethnopharmacology. 2016;5(3):312.

26. Szerwieski LLD, Garcia Cortez DA, Bennemann RM, Silva ES, Cortez LER. Uso de plantas medicinais por idosos da atenção primária. Rev Eletr Enferm, 2017;19:1-11.

27. Pinto GF, Oliveira FRA, Nicácio RAR, Mattos M, Santos DAS, Olinda RA, Goulart LS. Uso de práticas integrativas e complementares por idosos. Saúd e Pesq. 2020;13:275-82.

28. Veiga Junior VF, Pinto AC, Maciel AM. Plantas medicinais: cura segura? Química Nova. 2005;28(3):519-28.

29. Roos VC. Carvalho CF, Coutinho C, Silva LL, Gindri AL. Ethnopharmacological study of medicinal plants and their possible drug interactions in two cities of the South of Brazil. Braz J Health Review. 2019;2(5):4145-73.

30. Capasso R, Izzo AA, Pinto L, Bifulco T, Vitobello C, Mascolo N. Phytotherapy and quality of herbal medicines. Fitoterapia. 2000;71(Suppl 1):S58-S65.

31. Zhang J, Onakpoya IJ, Posadzki P, Eddouks M. The safety of herbal medicine: from prejudice to evidence. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. 2015;316706:1-3.

32. Silva FM, Budó MLD, Girardon-Perlini NMO, Garcia RP, Sehnem GD, Silva DC. Contribuições de grupos de educação em saúde para o saber de pessoas com hipertensão. Rev Bras Enferm. 2014;67(3):347-353.

33. Gouws C, Hamman JH. What are the dangers of drug interactions with herbal medicines? Expert Opinion on Drug Metabolism & Toxicology. 2020;16(3):165-67.

34. Silveira PF, Bandeira MAM, Arrais PSD. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Rev Bras Farmacognosia. 2008;18(4):618-26.

35. Shirabayashi JB, Lovato ECW, Lívero FAR. Guia Prático – Plantas Medicinais utilizadas para hipertensão e diabetes em Umuarama-PR. Umuarama: Unipar; 2019. 31 p.

36. Almeida ER, Moutinho CB, Leite MTS. A prática da educação em saúde na percepção dos usuários hipertensos e diabéticos. Rev Saúde Debate. 2014;38(101):328-37.

37. Shirabayashi JB, Lovato ECW, Lívero FAR. Sou diabético ou hipertenso. As plantas medicinais podem me ajudar? Uma orientação para pacientes atendidos em Unidades Básicas de Saúde de Umuarama-PR. Umuarama: Unipar; 2019. 24 p.

Publicado
2021-04-30
Seção
Artigos Originas - Promoção da Saúde