Extratos e óleos essenciais como alternativa no controle de Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii isolados de soja (Glycine max L.)
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9168.2020v13n2p737-753Palabras clave:
Agricultura orgânica, Fungicidas naturais, Fungos patógenosResumen
O uso de defensivos agrícolas tem provocado danos ao meio ambiente, à saúde humana e contribuído para a resistência de patógenos. Neste estudo, objetivou-se analisar a inibição do crescimento micelial dos fungos Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii na presença de extratos e óleos essenciais de citronela (Cymbopogon nardus), cravo-da-índia (Caryophilus aromaticus), cidreira (Cymbopogon citratus), melissa (Melissa officinalis L.) e neem (Azadirachta indica) e as combinações dos mesmos. Nos estudos com óleos essenciais foi utilizada a concentração de 5.000 ppm e 50.000 ppm para os extratos em meio BDA com quatro repetições. Os óleos essenciais inibiram totalmente o crescimento micelial dos dois fungos testados, exceto o óleo de neem, que não inibiu o crescimento de S. sclerotiorum e apresentou uma inibição de apenas 10% do fungo S. rolfsii. Para os extratos hidroalcoólicos, obteve-se 100% de eficácia na inibição, com exceção ao extrato de melissa que inibiu 96,2% do crescimento de S. sclerotiorum e 80,4% sobre S. rolfsii. No tratamento com extratos hidroacêtonicos, obteve-se 100% de inibição dos fungos, entretanto, o extrato de melissa foi menos eficaz com 95,9% de inibição para S. sclerotiorum e 46,2% para S. rolfsii. Diante dos resultados pode-se inferir que os óleos e extratos podem ser eficazes no controle de fungos patogênicos da cultura de soja, inibindo o crescimento micelial dos fungos S. sclerotiorum e S. rolfsii, podendo ser apontados como uma alternativa no controle destes fitopatógenos.Citas
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