Panorama e perspectivas da produção de vinho no Estado de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9168.2021v14n3e7735Palabras clave:
Ciências AgráriasResumen
Nos últimos anos, a produção de vinhos, e em especial, os vinhos finos, tem crescido em quantidade e qualidade no Estado de Minas Gerais, aspectos advindos principalmente da aplicação de técnicas de inovação e manejo, tais como a chamada de dupla poda ou poda invertida. Assim, este trabalho tem como objetivo elaborar um panorama sobre o setor vitivinícola de Minas Gerais, destacando suas principais características, produtos e serviços ofertados, canais de distribuição e especificidades da produção de vinhos no Estado. Para atender esse objetivo foram desenvolvidos doze estudos de caso exploratórios em vinícolas da região Sul de Minas Gerais e do Vale do Jequitinhonha (cidade de Diamantina), visitações in loco e entrevistas semiestruturadas com os responsáveis pela produção de vinho das vinícolas pesquisadas. Dentre os principais resultados, é possível verificar que há significativas diferenças entre as duas regiões no que se refere ao tipo de vinho produzido e comercializado. A produção do Sul de Minas Gerais é ainda prioritariamente caracterizada por um setor familiar, onde se destacam vinícolas com mais de 100 anos de história. Adicionalmente, o maior percentual de produção e vendas dessas vinícolas advém do vinho de mesa, que é o tipo de vinho mais difundido no Brasil, e cujo público alvo são consumidores que buscam um produto com um preço mais acessível. Por outro lado, em Diamantina, toda produção é constituída pelo vinho fino e busca atender um consumidor de maior poder aquisitivo e que busca um produto diferenciado.Citas
ALBERT, A. Z. O admirável novo mundo do vinho e as regiões emergentes. 4. ed. São Paulo: Senac, 2012.
AMORIM, A.; FAVERO, A. C.; REGINA, M. A. Produção extemporânea da videira, cultivar syrah, nas condições do sul de Minas Gerais. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 27, n. 2, p. 327-331, 2005.
ANDRADE JR, O. A. Desbravadores do terroir brasileiro. Revista ADEGA, 2013. Disponível em: http://revistaadega.uol.com.br/artigo/desbravadores-do-terroir-brasileiro_5468.html#ixzz4yZXHPPJY. Acesso em: 15 nov. 2017.
ARAÚJO, M. V.; MÓNACO, G. L.; MENEZES, D. C.; BRUCH, K. L. The different representations of sparkling wine, convergences and divergences between designation in Brazil and France. In: World Congress of Vine and Wine, 42, 2019, Geneva, Switzerland. Proceedings [...]. BIO Web of Conferences, 12, 03017 (2019).
AYER, F. Mais regiões de MG querem reconhecimento como produtoras de queijo artesanal. 2019. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2019/08/12/internas_economia,1076529/regioes-d-mg-querem-reconhecimento-como-produtoras-de-queijo-artesanal.shtml. Acesso em: 02 jul. 2020.
BATISTA, E. Vinho e Política: momentos saborosos de grandes estadistas em Andradas. São João da Boa Vista: UNIFAE, 2016.
BORELLI, V. A.; ZANOTTO, M. P.; TISOTT, P. B.; DALLAGNESE, F.; GUBERT, R.; CAMARGO, M. E. O setor vitivinícola no contexto brasileiro: uma análise na base da spell. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO EM CADEIAS PRODUTIVAS DO AGRONEGÓCIO, 2, 2016, Caxias do Sul, Anais [...]. Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, 2016.
BOWEN, S. Embedding Local Places in Global Spaces: Geographical Indications as a Territorial Development Strategy. Rural Sociology, v. 75, n. 2, p. 209-243, 2010.
BRUCH, K.; VIEIRA, A.; GASPAR, L.; SILVA, C.; ARAUJO, M. Technical norms for Geographical Indications and their reflexes for the wine sector. In: World Congress of Vine and Wine, 40, 2017, Sofia, Bulgária. Proceedings [...]. BIO Web of Conferences, 9, 04007, 2017.
CHOLETTE, S. Postponement practices in the wine industry: adoption and attitudes of California wineries. Supply Chain Forum: an International Journal, v. 11, n. 1, p. 4-15, 2010.
CRISÓSTOMO, A. P. Upgrading e inserção nas global value chains: o caso do cluster vitivinícola do submédio do Vale do São Francisco na ótica dos ‘novos’ produtores mundiais. 2011. 167f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.
DIAS, F. A. N.; MOTA, R. V.; SOUZA, C. R.; PIMENTEL, R. M. A.; SOUZA, L. C.; SOUZA, A. L.; REGINA, M. A. Rootstock on vine performance and wine quality of 'Syrah' under double pruning management. Scientia Agricola, v. 74, n. 2, p. 134-141, 2017.
FAVERO, A. C. Viabilidade de produção da videira Syrah, em ciclos de verão e inverno no sul de Minas Gerais. 2007. 124f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2007.
FERREIRA, K. A.; RODRIGUES, L. Uma discussão sobre os desafios na produção de vinhos em Minas Gerais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 38, Maceió, 2018. Anais [...]. Maceió, ABEPRO, 2018.
FERREIRA, K. A.; TOLEDO, M. L.; RODRIGUES, L. F. Postponement practices in the Brazilian Southeast wine sector. International Journal of Logistics Management, The, v. 32, n. 1, p. 6-23, 2021.
GLASS, R. F. Estratégia mercadológica: as indicações geográficas como diferencial competitivo no mercado de vinhos. 2008. 146f. Dissertação (Mestrado em Agronegócios) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
GONÇALVES, D. A. R. Aspectos fisiológicos de videiras sob o manejo da dupla-poda no sul de Minas Gerais. 2015. 59f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2015.
IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho. Estudo do Mercado Brasileiro de Vinhos Tranquilos e Vinhos Espumantes Quantitativo - Oferta, 2008. Disponível em: https://www.ibravin.org.br/downloads/1402931249.pdf. Acesso em: jun. 2018.
IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho. Estudo comparativo 2006-2018. n. d. Disponível em: https://ibravin.org.br/admin/arquivos/estatisticas/1561753574.pdf. Acesso em: 15 jul. 2019.
IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho. Nem tudo que fermenta vira vinho. n. d. Disponível em: https://www.ibravin.org.br/admin/arquivos/downloads/1455902155.pdf. Acesso em: 09 jul. 2020a.
IBRAVIN - Instituto Brasileiro do Vinho. História do Vinho no Brasil. n. d. Disponível em: https://www.ibravin.org.br/Historia-do-Vinho-no-Brasil. Acesso em: 30 jun. 2020b.
INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Indicações Geográficas. Disponível em: https://www.gov.br/inpi/pt-br/servicos/perguntas-frequentes/indicacoes-geograficas#definir. Acesso em: 09 jul. 2020.
KUHN, G. B.; LOVATEL, J. L.; PREZOTTO, O. P.; RIVALDI, O. F.; MANDELLI, F.; SÔNEGO, O. R. O cultivo da videira: informações básicas. EMBRAPA Uva e Vinho, (INFOTECA-E), 1996. (Circular Técnica nº 10). Disponível em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/537229. Acesso em: 13 abr. 2019.
LARENTIS, B. Z. Sistematização do APPCC para uso nas vinícolas: o caso do vinho Merlot da vinícola Larentis. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia e Gestão vitivinícola). 2014. 78f. Centro de Ciências Agrárias e Biológicas, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul, 2014.
MELLO, L. M. R. de. Uvas Americanas e Híbridas para Processamento em Clima Temperado, EMBRAPA, 2003. Disponível em: https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvaAmericanaHibridaClimaTemperado/mercado.htm. Acesso em: 10 jun. 2019.
MEIRA, J. F. P. Apontamentos para uma geo-história do vinho em Diamantina (1817-2000). Revista Espinhaço, v. 8, n. 2, p. 58-70, 2019.
MOTA, R. V.; SILVA, C. P. C.; FAVERO, A. C.; PURGATTO, E.; SHIGA, T. M.; REGINA, M. A. Composição físico-química de uvas para vinho em ciclos de verão e inverno. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 32, n. 4, p. 1127-1137, 2010.
ORTEGA, C. A.; JEZIORNY, L. D. Vinho e território: a experiência do Vale dos Vinhedos. Campinas: Alínea, 2011.
PHILLIPS, R. Uma Breve História do Vinho. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.
PINHEIRO, L. S. Viticultura: O novo arranjo produtivo local de alto valor agregado em Diamantina - MG. 2011. Disponível em: http://passadicovirtual.blogspot.com/2011/11/o-novo-arranjo-produtivo-local-de-alto.html. Acesso em: 23 jul. 2019.
PIZARRO, L. Premiação mundial faz crescer a procura por vinho mineiro. Jornal O Tempo, Economia, 2017. Disponível em: https://www.otempo.com.br/economia/premiação-mundial-faz-crescer-a-procura-por-vinho-mineiro-1.1489849. Acesso: 15 maio. 2019.
PROTAS, J. F. S.; CAMARGO, U. A. Vitivinicultura brasileira: panorama setorial em 2010. Brasília: SEBRAE; Bento Gonçalves: IBRAVIN: EMBRAPA Uva e Vinho, 2011.
PROTAS, J. F. S.; CAMARGO, U. A.; MELLO, L. M. R. A vitivinicultura Brasileira: realidade e perspectivas. EMBRAPA Uva e Vinho - Publicações, 2002.
REGINA, M. A.; MOTA, R. V.; FAVERO, A. C.; SHIGA, T. M.; SILVA, L. H. J.; SOUZA, W. C.; NOVELLI, F. A. D.; SOUZA, C. R. Caracterização físico-química de uvas viníferas cultivadas em regime de dupla-poda no nordeste do estado de São Paulo. Revista Brasileira de Viticultura e Enologia, v. 3, p. 84-92, 2011.
TONIETTO, J. Indicações Geográficas para Vinhos Brasileiros, EMBRAPA, 2003. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasViniferasRegioesClimaTemperado/indicacoes.htm. Acesso em: 12 fev. 2007.
VIEIRA, A. C. P.; WATANABE, M.; BRUCH, K. L. Perspectivas de desenvolvimento da vitivinicultura em face do reconhecimento da indicação de procedência vales da uva Goethe. Revista GEINTEC, v. 2, n. 4, p. 327-343, 2012.
WHITE, M. A.; WHALEN, P.; JONES, G. B. Land and Wine. Nature Geoscience, v. 2, p. 82-84, 2009.
YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
A Revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade.Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizado pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. São permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remixar, transformar, e criar a partir do trabalho, mesmo para fins comerciais), desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.