AGRICULTURA URBANA E PERIURBANA: POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES (PA)

  • Glenda Maria Braga Abud Unama - Universidade da Amazônia
  • Maria Lúcia Bahia Lopes Unama - Universidade da Amazônia
  • Rosália do Socorro Silva Corrêa Unama - Universidade da Amazônia
  • Ruth Helena Cristo Almeida UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia
Palavras-chave: Agricultura periurbana, Desenvolvimento local, Floricultura, Produção familiar, Sustentabilidade.

Resumo

O cultivo de flores e plantas ornamentais é uma atividade geradora de empregos e de baixo impacto ambiental. Essas características decorrem da baixa mecanização e reduzida utilização de agrotóxicos. Caracterizada por ser praticada na forma de agricultura periurbana, pela dependência dos centros de consumo, ela pode ser uma estratégia para a promoção do desenvolvimento local. Nesse contexto, esta pesquisa teve como objetivo analisar a produção de flores e plantas ornamentais no município de Benevides, no Estado do Pará, para identificar sua contribuição para o desenvolvimento local. Para tanto, foi feita uma survey descritiva na forma de censo com 25 produtores do município. Foram pesquisadas três dimensões do desenvolvimento local: econômica, social e ambiental. Os resultados mostraram uma atividade essencialmente de subsistência, com baixa articulação entre os produtores e limitações de ordem tecnológica e produtiva, aspectos que resultaram em restrita capacidade de contribuir para o desenvolvimento no município estudado.

Biografia do Autor

Glenda Maria Braga Abud, Unama - Universidade da Amazônia
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano (2018) e Graduada em Comunicação Social - Relações Públicas pela Universidade da Amazônia (1994), cursou Especialização em Docência no Ensino Superior (1997) e em Administração e Gestão em Marketing (2002). Na Fundação Getúlio Vargas (FGV) concluiu o MBA em Gestão Empresarial (2003) e na Fundação Instituto de Administração (FIA) a Especialização em Gestão do Varejo (2007). Atualmente é Técnica em Planejamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará, cedida para a Fundação de Telecomunicações do Pará- FUNTELPA. Tem experiência na área de Relações Públicas, com ênfase em Marketing, Radio, Televisão, Cerimonial e Protocolo.
Maria Lúcia Bahia Lopes, Unama - Universidade da Amazônia
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Pará (1989), mestrado em Economia pela Universidade da Amazônia (2001) e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (2008). Atualmente é técnica científica V - Banco da Amazônia - Belém e professora do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da Universidade da Amazônia.
Rosália do Socorro Silva Corrêa, Unama - Universidade da Amazônia
Doutorado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba-UFPB (2008); Mestrado em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro-IUPERJ (1999); Especialização em Ciência Política pela Universidade Federal do Pará-UFPA(1995) e Graduação em Ciências Sociais - Faculdades Integradas Colégio Moderno (1986), Atualmente é professora titular pós-stricto sensu I e pesquisadora da Universidade da Amazônia . Tem experiência na área de Sociologia e Ciência Política, atuando principalmente nos seguintes temas: violência e impunidade, segurança pública e polícia militar.
Ruth Helena Cristo Almeida, UFRA - Universidade Federal Rural da Amazônia
Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará - UFPA (2002), Mestre em Sociologia Geral pela UFPA (2005) e Doutora em Ciências Agrárias pela Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA (2013). Atualmente é professora da UFRA ministrando a disciplina Sociologia Rural e Agricultura Familiar nos cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia de Pesca, Medicina Veterinária e Zootecnia. Possui experiência nas área de Sociologia, com ênfase em questões socioambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: relações de gênero, agricultura familiar, relação empresas e comunidades, mapeamento participativo de recursos naturais, unidades de conservação e conflitos sociais.

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Publicado
2019-09-30
Seção
Agronegócio