Ajuste volumétrico por grupo e para 24 espécies comerciais em uma área de manejo florestal comunitário

Palavras-chave: Análise multivariada, Floresta Nacional do Tapajós, Volumetria

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo ajustar o modelo volumétrico de Schumacher-Hall por grupos de espécies e para um conjunto de 24 espécies, utilizando a análise multivariada, em uma área submetida ao Manejo Florestal Comunitário. Os dados utilizados são oriundos da Floresta Nacional do Tapajós, mais precisamente da Unidade de Produção Anual 10. Foi realizada a análise de Cluster e análise discriminante para verificar a veracidade do dendrograma formado. A partir do agrupamento foi ajustado o modelo volumétrico de Schumacher e Hall para os grupos e para todas as espécies que fizeram parte do estudo, com a finalidade de compará-los. Dentre os grupos, o que mais se destacou em volumetria foi o grupo III (Manilkara huberi; Couratari guianensis e Hymenaea courbaril), seguido do grupo II (Cordia goeldiana; Dipteryx odorata; Lecythis pisonis; Cedrela odorata; Diplotropis purpurea; Handroanthus incana; Vochysia maxima; Goupia glaba; Pseudopiptadenia psilostachya; Mezilaurus itauba; Terminalia dichotoma; Handroanthus serratifolius) e em terceiro o grupo I (Apuleia moralis; Pouteria bilocularis; Vatairea paraensis; Cedrelinga catenaeformis; Lecythis lurida; Hymenolobium petraeum; Bagassa guianensis; Hymenaea parvifolia; Astronium lecointei). O ajuste das equações apresentou diferença significativa apenas para a equação do grupo II quando comparados o volume estimado com o volume real, não sendo aplicável a equação geral para tal grupo de espécies. Os grupos I e III só apresentaram diferença significativa em relação a equação aplicada para todas as espécies. Com isso recomenda-se o ajuste por agrupamento de espécies, principalmente para florestas tropicais.

Biografia do Autor

Gisele de Aguiar Lima, Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA
Mestranda no programa de pós-graduação em sociedade, ambiente e qualidade de vida da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém (PA), Brasil.
Renato Bezerra da Silva Ribeiro, Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA
Doutorando em Ciências Ambientais no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém (PA), Brasil.
Karla Mayara Almada Gomes, Universidade Federal do Paraná - UFPR
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba (PR), Brasil.
Lucas Cunha Ximenes, Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA
Doutorando em Ciências Ambientais, Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Santarém (PA), Brasil.
Girlene da Silva Cruz, Universidade Federal do Paraná - UFPR
Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba (PR), Brasil.

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Publicado
2022-03-31
Seção
Meio Ambiente