A influência do gênero nas percepções de prazer e sofrimento no trabalho policial em Rondônia
DOI:
https://doi.org/10.17765/2176-9176.2024v30.e13576Palavras-chave:
Policiais Militares, Prazer-Sofrimento, Relações de Gênero, Saúde MentalResumo
Este estudo investigou a influência do gênero nas percepções de prazer-sofrimento e na saúde mental de policiais militares do estado de Rondônia. A pesquisa, de abordagem quantitativa, contou com a participação de 391 policiais militares, que responderam a questionários online estruturados. A análise dos dados foi realizada por meio de um software estatístico específico, empregando técnicas de análise descritiva e análise fatorial exploratória. A análise fatorial revelou cinco dimensões associadas às experiências de prazer e sofrimento no trabalho policial: (I) Desgaste, (II) Realização, (III) Liberdade, (IV) Desvalorização e (V) Violência de Gênero. Para verificar diferenças estatisticamente significativas entre os gêneros, foram aplicados o Teste de Mediana e o Teste U de Mann-Whitney. Os resultados indicaram que a única diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres ocorreu no fator desvalorização e violência de gênero, sugerindo que as policiais militares enfrentam maiores desafios relacionados à falta de reconhecimento e ao assédio no ambiente de trabalho. Já os fatores realização, liberdade e desgaste não apresentaram diferenças expressivas entre os gêneros, evidenciando que ambos compartilham experiências semelhantes de prazer e desafios na profissão. Conclui-se que, apesar da presença de elementos motivadores e de satisfação no trabalho policial, o desgaste físico e emocional é uma constante, sendo mais acentuado para as mulheres devido a questões de gênero estruturais, como assédio e menor valorização profissional.
Referências
ALMEIDA, D. M.; Lopes, L. F. D.; Costa, V. M. F.; Santos, R. de C. T.; Corrêa, J. S. Avaliação do estresse ocupacional no cotidiano de policiais militares do Rio Grande do Sul. Revista Organizações em Contexto, v. 13, n. 26, p. 215-238, 2017.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. 4ª Ed. São Paulo: Difusão europeia do livro. 1970.
BERTIOL, M. I. S. Ser administradora é o feminino de ser administrador? In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 24., 2000, Atibaia. Anais. Atibaia: Enanpad, 2000.
BEZERRA, Claudia de Magalhães; MINAYO, Maria Cecília de Souza; CONSTANTINO, Patrícia. Estresse ocupacional em mulheres policiais. Ciência & Saúde Coletiva, 2013, 18: 657-666.
BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Pesquisa Nacional sobre Valorização dos Profissionais de Segurança Pública. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/noticias/mjsp-divulga-resultado-da-pesquisa-nacional-sobre-a-valorizacao-do-profissional-de-seguranca-publica. Acesso em: 26 set. 2024.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Assédio moral e sexual no trabalho. Brasília: MTE, ASCOM, 2010.
CARDOSO, Carlos Henrique; TOMAZELI, Vinicius de Souza; GOMES, Márcio Fernando. Correlação entre índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI) e produtividade na cultura do milho segunda safra. 2021.
CARLOTO, C. M. O conceito de gênero e sua importância para análise das relações sociais, 2014. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v3n2_genero.htm. Acesso em: 20 out. 2022.
CARSTENS FILHO, L. R. L. Justiça organizacional: um estudo na Polícia Militar do Paraná. 2021. 122 f. Dissertação (Mestrado em Gestão de Organizações, Liderança e Decisão) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2021.
CORRAR, Luiz J.; PAULO, Edilson; DIAS FILHO, José Maria. Análise multivariada: para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. Atlas, São Paulo, 2017.
COSTA, M. et al. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 21, n. 4, p. 217-222, 2007.
CRISTO, L. R. et al. Os desafios da mulher nas funções policiais militares: um estudo na Amazônia. Iniciação Científica Cesumar, v. 23, n. 1, p. 1-10, jan-jun. 2021.
CUNHA, C.M., DE ALMEIDA NETO, O. P., & STACKFLETH, R. S. 2016. Principais métodos de avaliação psicométrica da confiabilidade de instrumentos de medida.
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS: UM RESGATE TEÓRICO. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, [S. l.], v. 2, n. 3, p. 1–13, 2008. Disponível em: https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/rica/article/view/17591. Acesso em: 5 mar. 2025.
DE OLIVEIRA, K. L.; DOS SANTOS, L. M. Percepção da saúde mental em policiais militares da força tática e de rua. Sociologias, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/soc/a/kRWWYHPFpWbvhGmMdbjtqcp/abstract/?lang=pt. Acesso em: 26 fev. 2024.
DE OLIVEIRA, T. S.; FAIMAN, C. J. S. Ser policial militar: reflexos na vida pessoal e nos relacionamentos. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil. Revista Psicologia, 2019. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1984-66572019000200005. Acesso em: 26 set. 2024.
DEJOURS, C. Psicodinâmica do trabalho e teoria da sedução. Psicologia em Estudo, v. 17, n. 3, p. 363-371, 2012.
DEJOURS, C.; ABDOUCHELI, E.; JAYET, C. Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. p. 119-145.
DIAS, L. de O.; ROSA, F. S. Polícia tem gênero? Algumas reflexões sobre mulheres e feminino na segurança pública brasileira. Revista Ártemis, [S. l.], v. 18, n. 1, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/22543 . Acesso em: 26 fev. 2025.
GERNET, I.; DEJOURS, C. Avaliação do trabalho e reconhecimento. In: BENDASSOLI, P. F.; SOBOLL, L. A. P. (Orgs.). Clínicas do trabalho: novas perspectivas para compreensão do trabalho na atualidade. São Paulo: Atlas, 2011.
GOTTEMS, L.B.D.; et al. Good practices in normal childbirth: reliability analysis of an instrument by Cronbach’s Alpha. Rev. Latino-Americana de Enfermagem. V.26, n. 3000, p. 1-8, 2018.
DANTAS GUEDES, Hannah; GUEDES GONDIM, Sônia Maria. «Trabalho emocional e engajamento no trabalho em policiais militares». Quaderns de psicologia, Vol. 22 Núm. 2 (2020), p. 1584. DOI 10.5565/rev/qpsicologia.1584 https://ddd.uab.cat/record/231318. Acesso em 5 mar. 2025.
LIMONGI-FRANÇA, A. C. Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. In: SAMPAIO, J. R.; GALASSO, L. (Orgs.). Stress no mundo do trabalho: trajetória conceitual. São Paulo: Atlas, 2002. p. 54-71.
MARCAL, H. I. F.; SCHLINDWEIN, V. L. D. C.; BARBOSA, E. A. G.; SILVA, M. O. Vivências de prazer-sofrimento na organização do trabalho dos policiais militares da Região Norte. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 2020. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172020000200007. Acesso em: 26 fev. 2024.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MENDES, M. A. (2007). Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo.
NOGUEIRA, C. M. O trabalho feminino e as desigualdades no mundo produtivo do Brasil. In: YASBEK, M. C.; SILVA, M. O. S. Políticas públicas de trabalho e renda no Brasilcontemporâneo. 2. ed. São Paulo: Cortez; São Luís: FAPEMA, 2010.
ZANELLO, V.; FIUZA, H. G.; COSTA, H. S. Saúde mental e gênero: facetas gendradas do sofrimento psíquico. Fractal: Revista de Psicologia, v. 27, n. 3, p. 238-246, set-dez. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1483
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Cesumar – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. A Revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com o intuito de manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. As opiniões emitidas pelos autores são de sua exclusiva responsabilidade.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizado pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution
Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. São permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remixar, transformar, e criar a partir do trabalho, mesmo para fins comerciais), desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.