Fontes de estresse ocupacional e estratégias de enfrentamento em professores moçambicanos do ensino básico

DOI: https://doi.org/10.17765/2176-9206.2020v13n1p41-52
Palavras-chave: Condições de trabalho, Estresse ocupacional, Saúde do trabalhador

Resumo

Este trabalho objetivou explorar as fontes de estresse ocupacional e estratégias de enfrentamento em professores moçambicanos do ensino básico. Foi aplicada uma entrevista semi-estruturada a 20 professores de uma escola pública localizada na cidade de Nampula - Moçambique. A análise de conteúdo categorial das entrevistas indica que os professores percebem o seu trabalho como estressante, e os estressores ocupacionais agrupam-se em três categorias: fatores de trabalho (precárias condições de trabalho, salários baixos, falta de desenvolvimento profissional, políticas de educação e sobrecarga de trabalho); fatores do aluno (maior quantidade de alunos por turma, comportamento dos alunos e fraca aprendizagem dos mesmos); e fatores extra-escolares (deficiente participação dos pais e/ou encarregados de educação). As estratégias de enfrentamento usadas pelos professores são focadas na emoção. Urge a necessidade de delinear e implementar programas de prevenção e/ou intervenção em gestão de estresse a esse público-alvo.

Biografia do Autor

Mussa Abacar, Universidade Rovuma, Nampula, Moçambique
Departamento de Ciências de Educação e Psicologia
Gildo Aliante, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
Instituto de Psicologia - Departamento de Psicologia Social e Institucional
Isabel Alves Alfredo Nahia, Universidade Pedagógica, Moçambique
Licenciada em Psicologia com habilitações em Psicologia Social e das Organizações pela Universidade Pedagógica, Moçambique

Referências

National Institute for Occupational Safety and Health [NIOSH]. Work organization and stress-related disorders. 2014. Disponível em:n https://www.cdc.gov/niosh/docs/2016-150/default.html

Murphy LR. Mental Capital and Wellbeing: Making the most of ourselves in the 21st century. The Government Office for Science; 2008.

Cruz RM, Lemos JC, Welter MM, Guisso L. Saúde docente, condições e carga de trabalho. Rev. Elect. de Investig. y Docencia. 2010; 4: 147-160.

Carlotto MS, Câmara SG, Diehl L, Ely K, Freitas IM, Schneider GA. Estressores ocupacionais e estratégias de enfrentamento. Rev. Subjetividades. 2018; 18 (1): 92-105. doi: http://dx.doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.6462

Selye, H. Selye’s guide to stress research: New York: Van Nostrand Reinhold; 1980.

Almeida H, Brito-Costa S, Alberty A, Gomes A, Lima P, Castro FV. Modelos de Stress Ocupacional: Sistematização, Análise e Descrição. INFAD Rev. de Psic. 2016; 1 (2): 435-454. http://dx.doi.org/10.17060/ijodaep.2016.n1.v2.309

Marras JP, Veloso HM. Estresse ocupacional. Rio de Janeiro: Elsevier; 2012.

Maslach C, Leiter MP. Trabalho: fonte de prazer ou desgaste? guia para vencer o estresse na empresa. Campinas: Papirus; 1999.

Kyriacou C. Teacher stress: Directions for future research. Educ. Rev. 2001; 53 (1): 27-35.

Leka S, Griffiths A, Cox T. Work Organization and stress: Systematic problem approaches for employers, managers and trade union representatives (vol. 3) [Protecting workers’ health series]. Geneva: World Health Organization; 2004.

Silveira KA, Enumo SRF, Paula KMP, Batista EP. Estresse e Enfrentamento em professores: uma análise da literatura. Educ. em Rev. 2014; 30 (4): 15-36.

Aliante G, Abacar M. Fontes de Stress Ocupacional em Professores do Ensino Básico e Médio em Moçambique, Brasil e Portugal: uma revisão sistemática de literatura. Rev. Internac. em Líng. Portug. 2018; 4 (33): 95-110.

Howard S, Jonhson B. Resilient teachers: Resisting stress and burnout. Social Psychol. of Educ., 2004; 7: 399-420.

Gold E, Smith A, Hopper I, Herne D, Tansey G, Hulland C. Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) for Primary School Teachers. J. Child Fam Stud. 2010; 19: 184-89.

Lambert RG, MCarthy C, O’Donnell M, Wang C. Measuring elementary teacher stress and coping in the classroom: Validity evidence for the classroom appraisal of resources and demands. Psychol. in the Schools. 2009; 46 (10): 973-88. https://doi.org/10.1002/pits.20438

Lazarus RS, Folkman S. Stress, appraisal, and coping. New York: Springer; 1984.

Carver CS, Connor-Smith J. Personality and coping. Annual Rev. of Psychol. 2010; 61 (1): 679-704. https://doi.org/10.1146/annurev.psych.093008.100352

Gonçalves Câmara S, Carlotto MS. Bedin LM. Evidências de Validade da Versão Reduzida do Coping Orientation to Problems Experienced Inventory (COPE) com Trabalhadores Brasileiros. Psicogente. 2019; 22 (41): 1-18. https://doi.org/10.17081/psico.22.41.3301

Abacar M. Burnout em Docentes do Ensino Básico em Escolas Moçambicanas e Brasileiras. [Tese de Doutorado]. Recife: Universidade Federal de Pernambuco; 2015.

Rodrigues A, Assmar EML, Jablonski, B. Psicologia Social. 18ª ed. Rio de Janeiro: Vozes; 2009.

Taylor SE, Seeman TE, Eisenberger NI, Kozanian TA, Moore AN, Moons WG. Effects of a supportive or an unsupportive audience on biological and psychological responses to stress. J. of Person. and Soc. Psychol. 2010; 98 (1): 47-56.

Ministério da Educação de Moçambique. Relatório sobre os seis objetivos da educação para todos. In: Fórum Mundial sobre a Educação, Incheon, República da Coreia, 2015.

Abacar M, Tarcísio L, Aliante G. Burnout em professores moçambicanos do ensino superior público e privado. Rev. Saúd. e Pesq. 2017; 10 (3): 567-577.

Lipp MEN. O Stress do professor frente ao mau comportamento do aluno. In: Fava, DC. A Prática da Psicologia na Escola. Belo Horizonte: Editora Artesã; 2016. p. 351-372.

Câmara RH. Análise de conteúdo: da teoria à prática em pesquisas sociais aplicadas às organizações. Gerais: Rev. Interinst. de Psic. 2013; 6 (2): 179-191.

Bardin L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011.

Moçambique. Ministério da Administração Estatal e Função Pública. Diploma Ministerial nº 49/2018, de 23 de maio de 2018. Define os critérios dos actos administrativos relativos a promoção, progressão e mudança de carreira no âmbito de contenção da despesa pública. Boletim da República de Moçambique, I Serie, n. 101, quarta-feira, 27 de dezembro. Maputo: Imprensa Nacional; 2018. p. 2592(1)-4.

Moçambique. Conselho de Ministros. Decreto nº 75/2017, de 27 de dezembro. Aprova as medidas de contenção da despesa pública. Boletim da República de Moçambique, I Serie, nº 201, quarta-feira, 23 de maio. Maputo: Imprensa Nacional; 2018. p. 693-96.

Abacar M, Roazzi A, Bueno JMH. Estresse ocupacional: percepções dos professores. Rev. Amazônica. 2017; 19 (1): 430-72.

Aliante G, Tittoni J. Fatores de Risco Psicossocial no Trabalho Docente: Concepção de professores moçambicanos do Ensino Básico. In: XIX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social, 2017; Uberlândia. Uberlândia: ABRAPSO, 2017. p. 787.

Aliante G, Tittoni J. Fatores Psicossociais no Trabalho Docente: concepção de professores moçambicanos do ensino básico na cidade de Nampula. In: XVII Encontro Regional Sul da Associação Brasileira de Psicologia Social, 2018; Porto Alegre: ABRAPSO, 2018. p. 28201.

Carlotto MS, Câmara SG, Diehl L, Ely K, Freitas IM, Schneider GA. (2018). Estressores ocupacionais e estratégias de enfrentamento. Rev. Subjetiv. 2018; 18 (1): 92-105. doi: http://dx.doi.org/10.5020/23590777.rs.v18i1.6462

Pereira Neto JC, Londero-Santos A, Natividade JC. Estressores da docência como preditores do bem-estar de professores do ensino fundamental. rPOT-Rev. Psicol.: Org. e Trab. 2019; 19 (3): 679-686. http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2019.3.16657

Ribeiro TA. Estresse em Professores do ensino fundamental: estudo em uma escola social no sul do estado de Minas Gerais [Dissertação de Mestrado Acadêmico]. Belo Horizonte: Faculdade Novos Horizontes; 2015.

Sowmya K. R. Stress level: Assessment and Alleviation. SCMS J. of Indian Management. 2010-january-march; 7 (1): 73-86.

Genoud PA, Brodard F, Reicherts M. Facteurs de stress et burnout chez les enseignants de l’école primaire. Rev. europ. de psychol. Appliq. 2009; 59: 37-45.

Olaitan OL. Prevalence of job stress among primary school teachers in south west Nigeria. African J. of Microbiology Res. 2009; 3 (8).

Publicado
2020-03-02
Edição
v. 13 n. 1 (2020): jan./mar.
Seção
Artigos Originas - Promoção da Saúde
A submissão de originais para a revista Saúde e Pesquisa implica na transferência da Carta Concessão de Direitos Autorais, pelos autores, dos direitos de publicação digital para a revista após serem informados do aceite de publicação.

A Secretaria Editorial irá fornecer da um modelo de Carta de Concessão de Direitos Autorais, indicando o cumprimento integral de princípios éticos e legislação específica. Os direitos autorais dos artigos publicados nesta revista são de direito do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações, indicando claramente a revista Saúde e Pesquisa como o meio da publicação original. Em virtude de tratar-se de um periódico de acesso aberto, é permitido o uso gratuito dos artigos, principalmente em aplicações educacionais e científicas, desde que citada a fonte. A Saúde e Pesquisa adota a licença Creative Commons Attribution 4.0 International.

A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação. As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.