Aglomerados espaciais e espaço-temporais de tuberculose em município do Nordeste Brasileiro

Palavras-chave: Análise espacial, Sistemas de informação geográfica, Sistema de informações de agravos de notificação, Tuberculose

Resumo

Objetivou-se detectar aglomerados espaciais e espaço-temporais de tuberculose em município do nordeste brasileiro prioritário para o controle da doença. Trata-se de um estudo ecológico, no qual foram considerados os casos novos de tuberculose ocorridos em Imperatriz (MA), entre 2009 e 2018, coletados juntos ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Utilizou-se da técnica de estatística de varredura para a detecção dos aglomerados espaciais e espaço-temporais dos casos. Foram identificados três aglomerados espaciais de alto risco relativo (RR): aglomerado 1 (RR=2,10), aglomerado 2 (RR= 2,20) e aglomerado 3 (RR=2,70). A análise espaço-temporal evidenciou dois aglomerados de alto risco relativo, o aglomerado 1 (RR=2,80) que ocorreu entre 01/01/2009 a 31/12/2013 e o aglomerado 2 (RR= 3,40) com ocorrência entre 01/01/2009 a 31/12/2010. Tais achados apontam para a necessidade da elaboração de estratégias para o combate e controle nas áreas de risco, considerando as evidentes desigualdades socioespaciais presentes no município sob investigação.

Biografia do Autor

Janiel Conceiçâo da Silva, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz (MA), Brasil.
Livia Fernanda Siqueira Santos, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz (MA), Brasil.
Floriacy Stabnow Santos, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz (MA), Brasil.
Livia Maia Pascoal, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) e Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luis (MA), Brasil.
Ismália Cassandra Costa Maia Dias, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz (MA), Brasil.
Ana Cristina Pereira de Jesus Costa, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz (MA), Brasil.
Marcelino Santos Neto, Universidade Federal do Maranhão - UFMA
Centro de Ciências Sociais, Saúde e Tecnologia (CCSST), Programa de Pós-Graduação em Saúde e Tecnologia (PPGST) e Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), São Luis (MA), Brasil.

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Publicado
2021-06-11
Seção
Artigos Originais