Só engravida quem quer? Práticas educativas nas ações de planejamento reprodutivo

Palavras-chave: Assistência à saúde, Planejamento familiar, Saúde sexual e reprodutiva, Sistema único de saúde

Resumo

O estudo objetivou compreender as fragilidades e potencialidades nas ações de planejamento reprodutivo na rede de atenção à saúde, com ênfase nas práticas educativas junto às usuárias. A pesquisa é do tipo qualitativa e foi realizada em Unidades de Saúde da Atenção Primária e Secundária, localizadas em um município da Região Metropolitana, no interior do nordeste brasileiro, nos meses de fevereiro a março de 2015. O estudo contou com 20 participantes: quatro enfermeiras, 12 usuárias e quatro informantes-chaves, que são profissionais que atuam nas unidades em estudo. Utilizou-se entrevista semiestruturada e observação sistemática para coleta de dados e análise hermenêutica-dialética para sua organização. No cotidiano dos serviços, a educação em saúde se restringe às palestras e à temática preventiva da concepção. As usuárias expressaram pouca informação e compreensão sobre planejamento reprodutivo e uso dos métodos. Considera-se que a prática educativa requisita estratégias dialógicas para o reconhecimento de demandas e necessidades singulares na busca da garantia dos direitos sexuais e reprodutivos na atenção integral à saúde.

Biografia do Autor

Lívia Parente Pinheiro Teodoro, Universidade Regional do Cariri - URCA
Mestre em Enfermagem pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri (URCA), Crato (CE), Brasil.
Vanessa Macêdo Cruz Cordeiro de Morais, Hospital Universitário Júlio Bandeira da Universidade Federal de Campina Grande
Mestre em Saúde da Família pelo Curso de Mestrado Profissional da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF) - Nucleadora Universidade Regional do Cariri (URCA). Hospital Universitário Júlio Bandeira da Universidade Federal de Campina Grande (PB), Brasil.
José Adelmo da Silva Filho, Universidade Regional do Cariri - URCA
Mestrando Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Regional do Cariri (CMAE/URCA). Membro do Grupo de Pesquisa Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde (GPCLIN/URCA) Crato (CE), Brasil.
Geanne Maria Costa Torres, Secretaria de Saúde de Salitre, Ceará
Enfermeira da Secretaria de Saúde de Salitre, Ceará. Mestre em Saúde da Família pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Membro do Grupo de Pesquisa Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde (GPCLIN/URCA) Crato (CE), Brasil.
Inês Dolores Teles Figueiredo, Universidade Regional do Cariri - URCA
Mestre em Saúde da Família pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Regional do Cariri (URCA). Crato (CE), Brasil.
José Auricélio Bernardo Cândido, Universidade Estadual do Ceará - UECE
Enfermeiro da Secretaria de Saúde de Horizonte, Ceará. Mestre em Saúde da Família pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Fortaleza (CE), Brasil.
Antonio Germane Alves Pinto, Universidade Regional do Cariri - URCA
Doutor em Saúde Coletiva pela UECE. Pós-Doutor em Educação PPGE-UECE. Professor do Programa de Pós-graduação Profissional em Saúde da Família (PPGSF) - Mestrado e Doutorado profissionais da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF) - Nucleadora URCA e Nucleação Ceará, Mestrado Acadêmico em Enfermagem da URCA e do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (CMEPES) da UECE. Brasil.

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Publicado
2021-12-20
Seção
Artigos Originas - Promoção da Saúde