Estresse ocupacional e fatores associados: um estudo em professores

Palavras-chave: Docentes, Ensino superior, Estresse ocupacional, Saúde ocupacional, Saúde do trabalhador

Resumo

O objetivo deste trabalho é estimar a frequência de estresse entre professores e verificar sua associação com variáveis sociodemográficas, características de trabalho e estado nutricional. Trata-se de estudo transversal com 84 professores da área de Ciências Humanas e Naturais, através dos instrumentos: IPAQ abreviado, escala demanda-controle de Karasek e Theorel e Job Stress Scale. O estado nutricional foi definido pelo Índice de Massa Corporal (IMC), o estado de saúde e as características de trabalho foram autorreferidas. Observou-se que 64,3% dos docentes apresentaram baixos níveis de estresse. Embora a prevalência encontrada seja menor do que em outros estudos, 35,7% mostraram alto estresse e trabalho passivo (n = 30). Dentre os estressores, destacam-se os deveres administrativos (p = 0,012) e o tempo exercendo o cargo administrativo (p = 0,024). O excesso de peso predominou na amostra. Diante disso, é fundamental repensar o modelo de gestão dessas instituições de modo a não prejudicar a saúde e atuação do profissional do ensino superior.

Biografia do Autor

Geise Ferreira da Cruz, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde (PPGNS) da Universidade Federal do Espírito Santo- (UFES, Vitória/ES, Brasil.
Monica Cattafesta, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Vitória/ES, Brasil.
Fabíola Lacerda Pires Soares, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutora em Ciências (Ênfase em Bioquímica) pelo Instituto de Ciências Biológicas da UFMG/MG. Docente no Departamento de Educação Integrada em Saúde (DEIS) da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Vitória/ES, Brasil.
Almir de França Ferraz, Universidade São Judas Tadeu - USJT
Doutorando em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu - USJT, Departamento de Pós-Graduação em Educação Física, São Paulo/SP, Brasil.
Estélio Henrique Martin Dantas, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO e Universidade Tiradentes - UNIT
Doutor em Educação Física pela UERJ. Docente permanente do PPgEnfBio/UNIRIO e PSA/UNIT, Aracaju (SE), Brasil.
Michell Vetoraci Viana, Universidade São Judas Tadeu - USJT
Doutorando em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu - USJT. Departamento de Pós-Graduação em Educação Física, São Paulo/SP, Brasil.
Luciane Bresciani Salaroli, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutora em Ciências Fisiológicas pela UFES, docente no Departamento de Educação Integrada em Saúde (DEIS), docente permanente do Programa de Pós-graduação Saúde Coletiva (PPGSC) e do Programa de Pós-graduação em Nutrição e Saúde (PPGNS) da Universidade Federal do Espírito Santo - UFES, Vitória/ES, Brasil.

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Publicado
2020-09-01
Seção
Artigos Originais