Práticas obstétricas e assistência ao parto: estudo de método misto

Obstetric practices and childbirth care: a mixed method study

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17765/2176-9206.2024v17n1.e12057

Palavras-chave:

Obstetrícia, Parto, Saúde da mulher

Resumo

Identificar as práticas obstétricas empregadas na assistência ao parto e à associação entre condições obstétricas e sociodemográficas das mulheres com a via de parto. Estudo de método misto, do tipo concomitante, com 399 puérperas, por meio de entrevistas estruturadas e semiestruturadas, dados de prontuários e caderneta da gestante, entre agosto de 2017 a março de 2018, em uma maternidade pública do Paraná. Utilizou-se análise de conteúdo e teste do qui-quadrado para analisar os dados. Foram identificadas frequentes intervenções obstétricas na assistência ao parto, sendo as principais: uso de ocitocina, amniotomia, exames vaginais repetidos, episiotomia. O parto vaginal esteve associado à idade materna, risco habitual, membranas rotas, dinâmica uterina ausente e dilatação uterina maior que cinco na admissão. Conclui-se que há uso frequente de práticas prejudiciais, ineficazes ou usadas de modo inadequado e incipiente uso de práticas que devem ser estimuladas.

 

Palavras-chave: Obstetrícia. Parto. Saúde da mulher.

 

INTRODUÇÃO

No Brasil, dentre as principais políticas e programas de atenção à saúde da mulher, no tocante à assistência obstétrica, tem-se o Programa de Assistência à Saúde da Mulher (PAISM), implantado em 1984;1 o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN), iniciado no ano 2000; a Política Nacional da Saúde da Mulher (PNAISM), implantada em 2004, e a Rede Cegonha, em 2011.2-5 O estado do Paraná conta com a Rede Mãe Paranaense, implantada em 2012, cujo objetivo é a qualificação da assistência durante o pré-natal, parto e puerpério, visando a redução da morbimortalidade materna-infantil.6

No cenário mundial, em relação à qualidade da assistência ao parto, em 1996, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou as práticas relacionadas ao parto normal em quatro categorias: práticas demonstradamente úteis, que devem ser estimuladas; práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas; práticas sobre as quais não existem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara, e, por isso, devem ser usadas com cautela; e práticas frequentemente utilizadas de modo inadequado. Essas categorias foram atualizadas em 2018 e consideram a utilidade, efetividade e ausência de periculosidade das práticas obstétricas, e continuam sendo recomendadas, pois são embasadas em diversas evidências científicas.7

Da mesma forma, em 2017, no Brasil, ocorreu a publicação das Diretrizes Nacionais para Assistência ao Parto Normal, que, após sintetizar e avaliar sistematicamente evidências científicas quanto às práticas na assistência ao parto e ao nascimento, subsidia e orienta o cuidado à parturiente, no intuito de promover, proteger e incentivar o parto normal.8

Em 2018, a OMS divulgou as recomendações de cuidados durante o parto para uma experiência positiva de parto. Essas recomendações focam na atenção a mulheres e neonatos para benefício à saúde e bem-estar, em particular da mulher com possibilidade de dar à luz a um bebê saudável, em ambiente seguro do ponto de vista clínico e psicológico, com apoio de profissionais preparados para assistência ao parto, amáveis e tecnicamente competentes. Essas recomendações têm como premissa que a mulher que deseja o trabalho de parto e parto fisiológico possa ser incluída na tomada de decisões, mesmo quando estas envolvam intervenções médicas.7

Embora existam políticas, programas e estratégias nacionais e internacionais para uma assistência adequada ao parto, no Brasil ainda se identifica prevalência de intervenções obstétricas na assistência ao parto em maternidades, como uso de ocitocina, rotura artificial das membras, parto instrumental, realização de episiotomia, exames vaginais repetitivos, manobra de Kristeller.9,10 Evidências indicam que a prática da episiotomia pode aumentar o trauma perineal, disfunção do assoalho pélvico, disfunção do esfíncter anal, além de não ser capaz de prevenir incontinência urinária ou fecal.11

Na Espanha, estudo multicêntrico aponta que mulheres que possuem planos de parto (usados para expressar os desejos e expectativas quanto ao parto) são mais velhas, mais escolarizadas e comumente primíparas e que as cesáreas foram menos comuns em mulheres com planos de parto. No entanto, o estudo não constatou diferença entre mulheres com e sem plano de parto em relação ao parto instrumental, lacerações ou taxa de episiotomia.12

Confirma-se que para melhor assistência às parturientes, é necessário o conhecimento do perfil sociodemográfico e obstétrico, o que permite contribuir com as ações desenvolvidas e no modo de cuidar e assistir esse público. O entendimento e interpretação dessas informações e a sua aplicação na prática clínica podem subsidiar o planejamento da assistência ao parto, assim como a promoção da saúde das mulheres em idade fértil e a prevenção de agravos inerentes ao ciclo gravídico-puerperal.13

Neste sentido, questiona-se: “Quais as práticas obstétricas empregadas durante a assistência ao parto e associações entre características obstétricas e sociodemográficas das mulheres com a via de parto?” Para elucidar esse questionamento, este estudo teve como objetivo identificar as práticas obstétricas empregadas na assistência ao parto e a associação entre condições obstétricas e sociodemográficas das mulheres com a via de parto.

 

METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa de método misto, do tipo concomitante, realizada com puérperas em uma maternidade pública referência para assistência ao parto de alto risco para a 10ª Regional de Saúde do Estado do Paraná.

Foram incluídas puérperas com idade gestacional igual ou maior que 37 semanas, que realizaram o pré-natal no sistema público de saúde e que estavam internadas no setor de alojamento conjunto, após 24 horas de período pós-parto. Foram excluídas puérperas menores de 18 anos e com parto fora do hospital.

Para a seleção das participantes, foi realizado o cálculo amostral, com base no número de partos ocorridos do ano de 2016, obtidos no Sistema de Informação sobre nascidos vivos (SINASC), considerando N tamanho (número de elementos) da população; n tamanho (número de elementos) da amostra; a primeira aproximação para o tamanho da amostra; E0 erro amostral tolerável à margem, resultando numa amostra de 399 mulheres para a parte quantitativa.

Para a parte qualitativa, foram entrevistadas dez puérperas, considerando os critérios de inclusão do estudo. Mediante saturação dos dados, que convergiam para mesmos temas, encerraram-se as entrevistas.

A coleta de dados ocorreu no período de agosto de 2017 a março de 2018, realizada por acadêmicos de graduação em enfermagem e mestrandos do programa de Saúde Pública de uma instituição de ensino pública, os quais foram previamente treinados. Foram coletados dados de prontuários, da caderneta de saúde da gestante e por meio de entrevistas orientadas por instrumento estruturado e semiestruturado com as puérperas, selecionadas por conveniência.

Para a coleta de dados quantitativos foi utilizado um instrumento estruturado, validado, elaborado por pesquisadores com expertise em saúde materno-infantil. O instrumento continha variáveis sociodemográficas: idade; raça; escolaridade; situação conjugal; ocupação materna; renda familiar; recebimento de auxílio e variáveis das condições obstétricas: classificação de risco; gestações anteriores; dilatação e dinâmica uterina, estado das membranas e presença de sangramento vaginal na admissão hospitalar; intercorrências ocorridas durante o intraparto;  tipo de parto realizado; opção por parto, e variáveis sobre a assistência prestada no parto: presença de acompanhante, realização do toque vaginal e profissional que realizou; uso de ocitocina; ingesta hídrica e alimentos durante o trabalho de parto; posição do parto; orientações sobre o parto; uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor.

As entrevistas qualitativas foram guiadas por instrumento semiestruturado, audiogravadas, iniciadas com a pergunta: “Descreva a assistência recebida no parto”. Na sequência, outras perguntas foram apresentadas às mulheres, para aprofundamento das entrevistas. Para garantir o anonimato as participantes foram identificadas com a letra M (mulher) e número correspondente à ordem de entrevista, sendo, M1, M2, M3, sucessivamente.

Os dados quantitativos foram tabulados em planilhas do Programa Microsoft Excel®. Para a associação entre diferentes variáveis sociodemográficas, obstétricas e a vida de parto, foi aplicado o teste de Qui-quadrado de independência, seguido do pós-teste de resíduos ajustados, que permite a identificação de quais categorias as variáveis apresentam associação estatística. Para todos os testes foi assumido um nível de significância de 5% e todas as análises foram realizadas no programa licenciado XLSTat, versão 2017.

Os dados qualitativos foram transcritos na íntegra e foram analisados por meio da técnica da análise temática de conteúdo. Na pré-análise foram realizadas a leitura e a organização dos dados; na exploração do material foram identificadas as unidades de sentido, que originaram a categoria e as subcategorias; no tratamento dos dados obtidos e interpretação, o conteúdo foi interpretado à luz do objetivo proposto.14

O estudo é derivado de banco de dados de um projeto principal, multicêntrico, intitulado: Rede Mãe Paranaense na perspectiva da usuária: o cuidado da mulher no pré-natal, parto, puerpério e da criança, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, CAAE: 67574517.1.1001.5231, parecer nº: 2.053.304. Obteve-se autorização do campo do estudo para uso de dados de prontuários e concordância prévia pelos participantes do estudo, por meio de assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento.

 

RESULTADOS

Participaram deste estudo 399 puérperas, com idade média entre 26,76 ± 6,21 anos, sendo a maioria de raça branca 64,4% (257), com escolaridade de até oito anos de estudo (214) 53,6%. 92,8% (371) possuíam companheiro, que era o principal provedor para 43,6% (174). A renda familiar situava-se entre R$ 2.170,39 ± 1.273,32, e 13,5% (54) dependiam de algum auxílio governamental para o sustento da família.

O parto vaginal foi realizado para 56,1% (224) das mulheres e 43,8% (175) realizaram cesárea. Ao analisar a associação entre as variáveis sociodemográficas e a via de parto, pode-se observar que apenas a variável “idade materna” (c2=6,06; p=0,048) apresentou associação estatística (p<0,05), sendo possível verificar que as mulheres com idade menor ou igual que 19 anos foram as que realizaram com maior frequência o parto vaginal (Tabela 1).

A maioria das gestantes, 74,5% (297) foi classificada como de risco habitual ou de risco intermediário, enquanto 25,5% (102) foram consideradas como alto risco. Referente às condições maternas e fetais na admissão, quase a totalidade das mulheres não apresentou alterações dos sinais vitais 89,0% (335).

Quando analisadas as variáveis obstétricas relacionadas à via de parto, pode-se verificar que as únicas variáveis que não apresentaram associação estatística (p>0,05) foram: sangramento vaginal; intercorrência intraparto; alterações dos sinais vitais; gestação anterior; acompanhante no pré-parto, sendo que todas as demais variáveis estão associadas (p<0,05) ao tipo de parto.

O parto vaginal esteve associado com dilatação de 8 a 10 cm no momento da admissão, membranas rotas, dinâmica uterina presente, assim como histórico de parto vaginal anterior e a preferência da gestante pelo parto vaginal (tabela 2)

Já para a cesárea, este demonstrou associação com a gestação de alto risco, dilatação cervical entre 0 e 4 cm na admissão, dinâmica uterina ausente, membranas íntegras, realização de cesárea anterior e pela preferência da gestante por realizar cesariana (tabela 2).

As práticas obstétricas empregadas durante o trabalho de parto estão demonstradas na Tabela 3, em que quase metade das mulheres fez uso de ocitocina, episiotomia. O parto foi acompanhado principalmente pelo médico e pouco mais da metade das mulheres tiveram a presença de um acompanhante.

A categoria temática “Assistência ao parto” apresenta duas subcategorias que dão voz aos dados quantitativos supramencionados, acerca das intervenções obstétricas. A subcategoria “Práticas prejudiciais, ineficazes ou usadas de modo inadequado” evidenciaram as práticas ainda presentes na maternidade estudada, quais sejam: decúbito dorsal durante o trabalho de parto, exames vaginais repetidos ou frequentes, realizado por diversas pessoas, uso rotineiro de ocitocina, amniotomia, pressão no fundo do útero, transferência da parturiente para sala/mesa de parto, episiotomia e posição litotômica para parir, que confirmam os dados quantitativos. Além dos depoimentos que confirmam as práticas pesquisadas na fase quantitativa, identificaram-se, pelos depoimentos, a lavagem intestinal e a exploração manual do útero após parto.

 

[...] o menino fez o toque e depois chamou outro para fazer o toque de novo [...] eles ficavam fazendo toque toda hora e com a porta meio aberta. Nossa, foi horrível! E não me falavam nada [...]. Achei que era demais toda hora lá tocando e para fazer o toque dói muito [...] não podia andar por causa do soro que estava ligado na parede [...] tinha que ficar só deitada [...]. [...] tive que ir andando para sala de parto [...] falavam que era assim mesmo e que era para mim andar logo se não ia nascer ali mesmo na cama e ia me rasgar toda. Teve que fazer o corte para ajudar o bebê nascer [...]. Não falaram nada, só senti a dor de cortar, gritei mais ainda, e a médica disse que tinha feito anestesia, que não era para mim gritar daquele jeito [...] depois que a placenta saiu que teve que fazer um toque que doeu muito (M5)

 

[...] vieram fazer o toque [...] colocaram um comprimido [...] depois foi para o soro e daí que começou de vez [as contrações] [...] sai [para sala de parto], subi na maca [...] uma sensação ruim [...] acho que não precisava ir lá [sala de parto] andando [...] se eu forçasse ali, ele [bebê] caia. Daí estouraram minha bolsa [...]. Eu só segurei o ferrinho e esperei a contração e fiz força [...]. (M3)

 

[...] me levaram para a sala de parto [..] quase na hora do bebê nascer o médico pediu para moça que estava lá ajudar fazendo força na minha barriga na hora que estava com contração. (M7)

 

[...] ela [médica] só falou assim para fazer a respiração certinha [...] ela estourou a bolsa. (M1)

 

[...] colocaram o comprimido de manhã e de tarde colocaram o soro para dar dor. E falavam para não fazer força ainda [...]. Quando já era noite eu estava cansada [...] me falaram para ficar sem comer nada. (M4)

 

[...] me consultaram, falaram que eu ia internar, que o bebê já ia nascer [...] meu marido foi fazer o internamento e eu já fiquei lá [...]. Fizeram a lavagem (intestinal) [...] me colocaram no soro e logo foi para a sala de parto. [...] Eles estouraram [membranas amnióticas] lá na cama mesmo. (M6)

 

A subcategoria “Práticas que devem ser estimuladas” identificou a contradição das recomendações, ou seja, a presença do acompanhante foi comumente negada, a mulher não teve liberdade de escolha de posição durante o trabalho de parto nem no nascimento, a privacidade mostrou-se comprometida, a alimentação não foi ofertada ou incentivada frequentemente, o apoio empático e monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher pelos prestadores de serviço mostraram-se comprometidos, o fornecimento de informações e as explicações que a parturiente desejam ou necessitam não foram contemplados, além de as escolhas e os desejos da mulher pelo tipo de parto não serem consideradas.

 

[...] tinha que ficar na maca deitada porque o soro estava numa máquina que tinha que ficar na tomada e eu não podia andar por causa do soro. Falavam para ficar quietinha [...], que era assim mesmo que eu tinha que aguentar [...] eu ouvi a moça que fez minha consulta falando assim: “ela queria parto normal e agora que está com dor, está aí gritando” [...]. A menina que me atendeu não falou quase nada [...] eu queria saber o que estava acontecendo, que não me falavam nada. Daí ela disse para esperar que eles estavam vendo o que iam fazer, se iriam fazer cesárea ou não. Daí eu falei que não queria fazer cesárea, que eu queria parto normal. Daí a menina deu uma risadinha e saiu da sala e me deixou mais um tempo esperando [...]. (M7)

 

[...] não podia ficar ninguém [...] a enfermeira disse que não podia, mas eu sabia que tem a lei do acompanhante [...], mas elas me falaram que não tinha espaço para acompanhante [...]. Minha irmã ficou esperando lá fora [...]. [...] já era noite, eu estava cansada [...], me falaram para ficar sem comer nada [...]. Demorou bastante para nascer, eu fazia a força e vinha a contração, mas demorou muito. E eu já não tinha mais força (M4)

 

Eu queria muito que meu marido tivesse ficado lá comigo, mas disse que não podia [...]. (M10)

 

Eu queria [presença do acompanhante]. O meu marido. Era o meu primeiro filho e minha irmã, que já tem filho, queria ficar comigo, para me ajudar, mas a enfermeira disse que não podia... Eu sabia que tem a lei do acompanhante [...], mas elas me falaram que não tinha espaço para acompanhante [...]. Queria que ele [marido] ficasse ali comigo, e ele também queria porque ele é bem paizão e queria ficar comigo. (M3)

 

[...] Eles não falaram quase nada [...] falaram para ficar andando no corredor [...]. Meu marido teve que ir embora e eu fiquei lá andando [...] falei para menina que a dor tinha apurado, mas elas me deixaram esperando e não falaram nada [...] lá na hora a gente fica com medo e sozinha ainda, é muito difícil nessas horas [...] queria que ele [marido] ficasse ali comigo [...] elas me deixaram esperando e não falaram nada [...] na hora a gente fica com medo, e sozinha ainda, é muito difícil nessas horas [...]. (M5)

 

DISCUSSÃO

Neste estudo a maioria das parturientes investigadas era adulta jovem, de raça branca, com até oito anos de escolaridade. Resultados semelhantes foram encontrados num estudo nacional que avaliou a Rede Cegonha, em maternidades públicas, revelando que a maioria das parturientes era jovem na faixa etária de 20 a 34 anos, com menos de dez anos de estudo e se autodeclou pretas ou pardas.9,15

Quanto à raça das mulheres, essa pode ser variável, conforme a região do país. No norte e nordeste, a maioria das mulheres é parda, enquanto na região Sul e Sudeste, predominam as mulheres de raça branca.16

Pouco mais da metade das mulheres realizou parto vaginal, corroborando com estudo nacional que apontou realização de 56,2% partos na rede pública e mais de 80% de cesáreas na rede privada.9 Tais resultados ainda são muito superiores à recomendação da OMS, que preconiza a realização de cesáreas em torno de até 15%.27 Os índices de cesárea podem remeter ao caráter intervencionista e de medicalização no atendimento ao parto, com exposição desnecessária de recém-nascidos a riscos e complicações após o nascimento.17

Tais achados podem indicar a necessidade de mudanças de cultura e de práticas educacionais para redução das intervenções desnecessárias, principalmente no atendimento àquelas gestantes classificadas como risco habitual, pois essas não necessitam do modelo intervencionista, mas de acompanhamento, orientações, cuidado e rede de apoio, o que pode melhorar o desfecho para a mãe e para o bebê.18

O parto vaginal esteve associado com a fase de trabalho de parto, no momento da admissão hospitalar, sendo mais frequente nas mulheres que se apresentavam em trabalho de parto, na fase ativa, embora outro estudo aponte aumento de partos vaginais ao longo dos anos e maior número de admissões na fase latente.19

Já a cesárea mostrou relação com gestação de alto risco e ausência de trabalho de parto (dilatação cervical entre 0 e 4 na admissão, dinâmica uterina ausente, membranas íntegras), ainda que, provavelmente tenha relação com cesárea anterior e desejo materno de cesárea, amparada pela lei estadual 20.127 de 2020 e que pode ser realizada após 39 semanas gestacionais.20

A amniotomia precoce e o uso de ocitocina são praticados em diferentes realidades nacionais e internacionais, contrariando as recomendações da OMS. Da mesma forma, é recomendada a livre ingestão de líquidos e alimentos pelas mulheres de risco habitual durante o trabalho de parto. Em pacientes de alto risco, as pesquisas mostram que não há evidências suficientes para recomendar jejum, pois a síndrome de Mendelson - pneumonite por aspiração gástrica durante anestesia - não foi relatada em mais de 3.000 mulheres participantes dos ensaios incluídos em uma revisão sistemática.7 Contudo, no presente estudo, a grande maioria das mulheres não recebeu nenhum tipo de líquido e ou alimento, desconsiderando tais recomendações.

O posicionamento mais utilizado durante o parto foi a posição litotômica, demonstrando favorecimento aos profissionais de saúde e não à mulher, pois não oferecem à parturiente outras opções, confirmando a falta do direito de participação em relação ao seu processo de parir, negando sua liberdade de escolha.21

Dentre as estratégias utilizadas para humanizar e qualificar a assistência ao parto estão os métodos não farmacológicos para alívio da dor, como o banho, as massagens, o uso da bola, entre outras.2 Contudo, não é realidade para todas as mulheres. Um estudo com 10.675 puérperas, realizado nas cinco macrorregiões brasileiras, evidenciou que metade das mulheres teve acesso a esses métodos e na rede privada menos de um terço do grupo fez uso dessas estratégias durante o trabalho de parto.15

O acompanhante é parte fundamental na humanização da assistência, por isso a OMS ressalta a necessidade de a mulher estar acompanhada durante o processo de parturição, sendo este um direito previsto por lei no Brasil.22 Entretanto, nesse estudo quase metade das mulheres não teve a presença do acompanhante garantida. Outro estudo que analisou 102 prontuários, constatou que 92,8% das parturientes contaram com a presença de um acompanhante de livre escolha durante o processo de parturiente.23 A média nacional foi de 84,7% de presença de acompanhantes em 2017.15

Nesse estudo, quase a totalidade dos partos foi assistida pelo profissional médico, com pouca atuação do profissional enfermeiro. Um estudo realizado na região Sudeste do Brasil que comparou o atendimento das maternidades públicas comparadas à assistência ofertada nas casas de parto, conclui que a assistência ao parto por enfermeiras obstétricas tem a centralidade no cuidado desmedicalizado, centrado na autonomia e nos direitos da mulher com oferta de boas práticas com potencial para mudar a realidade obstétrica no Brasil.21

Neste sentido, enfermeiros, obstetrizes e enfermeiros egressos de cursos de pós-graduação lato sensu na área da obstetrícia podem contribuir para o alcance da cobertura universal do cuidado da saúde da mulher, desde a atenção primária até a hospitalar. A formação desses profissionais pode subsidiar mudanças necessárias na assistência ao parto, como a redução de intervenções desnecessárias.24

Sobretudo, os resultados indicam a necessidade de os profissionais de saúde, que assistem às mulheres durante as consultas pré-natal, integrarem e promoverem orientações a elas durante as consultas pré-natal, a fim de qualificar a saúde materno-infantil25, uma vez que a ausência de informações torna a mulher suscetível a intervenções desnecessárias pelo seu desconhecimento quanto ao processo parturitivo, deixando-a a mercê do modelo assistencial exercido pela equipe.26

Sendo assim, as vivências pessoais e o conhecimento empírico não devem ser reconhecidos como únicas referências de apoio e informação sobre o parto e nascimento.27 Proporcionar orientações precisas diz respeito a uma assistência humanizada e configura um atributo fundamental para um profissional capacitado.28

O estudo traz contribuições e implicações práticas para serviços de saúde e para profissionais que atuam na assistência ao parto, evidenciando a necessidade de diminuição das intervenções desnecessárias e de estímulo à adoção de boas práticas obstétricas na atenção ao parto. Considerando que a gestação e o nascimento são processos fisiológicos, se requer que serviços e profissionais sustentem suas práticas por meio protocolos assistenciais embasados em evidências científicas, o que pode promover e garantir a saúde de mulheres e de recém-nascidos, independente do país, região e caráter do serviço (público ou privado).

 

CONCLUSÃO

O parto vaginal ocorreu com maior frequência, principalmente em mulheres mais jovens, classificadas como de risco habitual ou intermediário, admitidas em fase ativa do trabalho de parto. No que concerne às práticas obstétricas na assistência ao parto, constatou-se frequentes intervenções, como uso de ocitocina, amniotomia, exames vaginas repetidos, episiotomia, entre outros; a presença do acompanhante e a alimentação durante o período de trabalho de parto e parto não foram garantidas para todas as mulheres, pela integração dos dados; além disso, pelos depoimentos, notou-se a transferência da parturiente para sala/mesa de parto e posição litotômica para parir, comumente conduzidas pelos profissionais de saúde.

Logo, identificou-se uso frequente de práticas prejudiciais, ineficazes ou usadas de modo inadequado e incipiente uso de práticas que devem ser estimuladas na assistência ao parto. Mulheres com idade menor ou igual a 19 anos foram as que mais tiveram parto vaginal.

Afirma-se a necessidade de fortalecimento do uso de boas práticas, optando-se pelo uso de intervenções obstétricas somente quando e se necessário. Em razão de o parto ter sido acompanhado principalmente por médicos, recomenda-se a inserção de enfermeiros obstetras no campo de atuação. Acredita-se que a inclusão desses profissionais possa favorecer o uso de boas práticas na assistência ao parto.

 

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Chamada Universal 01/2016, pelo financiamento da pesquisa.

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Biografia do Autor

Maria Aparecida Baggio, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade de Passo Fundo (2000), Mestrado em Ciências da Saúde Humana pela Universidade do Contestado (2004), Especialização em Formação Pedagógica em Educação Profissional pela Escola Nacional de Saúde Pública e Fundação Oswaldo Cruz (2005), Mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Cataria (2008), Doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Cataria (2012), com desenvolvimento de doutorado sanduíche na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Portugal (2010). Tem experiência na área de Enfermagem com atuação nas áreas de atenção básica à saúde e hospitalar (Unidade de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrica, Pediatria, Maternidade/Alojamento Conjunto, Centro Obstétrico, Emergência Adulto, Clínica Médico-Cirúrgica, Gestão e Gerenciamento em Saúde e Enfermagem). Atualmente atua como docente do ensino superior no Curso de Graduação em Enfermagem, na disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher: ginecologia e obstetrícia; no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública em Região de Fronteira, nas disciplinas Cuidado Frente o Processo Saúde-Doença em Região de Fronteira e Pesquisa qualitativa em saúde pública; e no Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), no campus de Cascavel e de Foz do Iguaçu, respectivamente. Líder do Grupo de Pesquisa em Enfermagem Materno-Infantil (GPEMI), do CCBS, da UNIOESTE.

Ana Paula Contiero, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP (2019), Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Maringá- UEM (2011), Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal (2015), e Graduada em Enfermagem pela Universidade Paranaense -UNIPAR (2005). Docente do Curso de Graduação em Enfermagem, do Programa de Pós Graduação (mestrado) Saúde Pública em Região de Fronteira e da Residência Multiprofissional em Neonatologia na Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE. Tem experiência na área da saúde da criança, atuando em pesquisas na área da saúde materno-infantil e Atenção Primária à Saúde.

Taís Regina Schapko, Prefeitura Municipal de Santa Terezinha de Itaipú

Enfermeira na Prefeitura Municipal de São Miguel do Iguaçu/PR (2020-atual). Mestre em Saúde Pública em Região de Fronteira pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) (2023). Atua como enfermeira no Hospital e Maternidade Municipal São Miguel Arcanjo de São Miguel do Iguaçu, onde atuou nos setores de pronto atendimento e pronto socorro (atual), clínica cirúrgica e maternidade (2022-2023) e centro cirúrgico (2023), pronto atendimento respiratório Covid-19 (2021-2022). Atuou como enfermeira no Hospital Municipal Padre Germano Lauck de Foz do Iguaçu/PR na Unidade de Terapia Intensiva Covid-19 (2020). Graduada no curso de Bacharel em Enfermagem pelo Centro Universitário União das Américas (UNIAMÉRICA) (2020). Participou do Grupo de Pesquisa em Enfermagem Materno-Infantil (GPEMI), do CCBS, da UNIOESTE (2021-2022). Foi aluna-pesquisadora bolsista de Iniciação Científica pelo Centro Universitário União das Américas (UNIAMÉRICA) (2018-2019). Realizou estágio supervisionado obrigatório hospitalar no setor da de Unidade de Terapia Intensiva Coronariana (UCO) - Hospital Ministro Costa Cavalcanti - HMCC (2019) e estágio supervisionado obrigatório na atenção básica na Unidade de Saúde da Família Parque dos Estados em Santa Terezinha de Itaipu (2019). Pesquisa na área de Educação Continuada, Saúde Materno-Infantil, Unidade de Terapia Intensiva, entre outros.

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Publicado

2024-03-31

Como Citar

Aparecida Baggio, M., Contiero, A. P. ., & Schapko, T. R. . (2024). Práticas obstétricas e assistência ao parto: estudo de método misto: Obstetric practices and childbirth care: a mixed method study. Saúde E Pesquisa, 17(1), e12057. https://doi.org/10.17765/2176-9206.2024v17n1.e12057

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Seção

Artigos Originais