Consumo de bebidas açucaradas e estado nutricional em adultos: um estudo de intervenção

Palavras-chave: Bebidas gaseificadas, Educação alimentar e nutricional, Obesidade, Suco de fruta

Resumo

Objetivou-se avaliar mudanças no consumo de bebidas açucaradas e estado nutricional de adultos vinculados a uma instituição federal de ensino localizada em Vitória (ES), após um programa de intervenção. Foram coletadas medidas antropométricas e dados de consumo de bebidas açucaradas de todos os participantes, os quais foram randomizados e alocados em dois grupos, intervenção (ações mHealth) e controle. Posteriormente, foi realizada uma reavaliação. Os desfechos foram avaliados em relação aos grupos e aos momentos inicial e final com auxílio do software SPSS versão 21.0, adotando-se valor de p < 0,05. Foram avaliados 200 indivíduos com média de idade de 33,8±11,3 anos. As médias de circunferência da cintura e índice de massa corporal em cada momento do grupo controle foram estatisticamente diferentes, havendo aumento das medidas. A respeito do consumo de bebidas açucaradas não foram observadas diferenças estatisticamente significativas em ambos os grupos.

Biografia do Autor

Haysla Xavier Martins, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Mestranda em Saúde Coletiva. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória (ES), Brasil.
Hellen Xavier Araujo de Assis, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Graduação em Nutrição. Departamento de Educação Integrada em Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória (ES), Brasil.
Jordana Herzog Siqueira, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutoranda em Saúde Coletiva. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória (ES), Brasil.
Oscar Geovanny Enriquez Martinez, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Doutorando em Saúde Coletiva. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória (ES), Brasil.
Carla Moronari de Oliveira Aprelini, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Mestre em Saúde Coletiva. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória (ES), Brasil.
Aline Silva Porto, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Mestre em Nutrição e Saúde. Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória (ES), Brasil.
Maria del Carmen Bisi Molina, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Docente da Universidade Federal do Espírito Santo. Departamento de Educação Integrada em Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória (ES), Brasil.

Referências

Martins APB, Levy RB, Claro RM, Moubarac JC, & Monteiro CA. Participação crescente de produtos ultraprocessados na dieta brasileira (1987-2009). Revista de Saúde Pública. 2013; 47(4):656–65.

Monteiro CA, Cannon G. The impact of transnational “big food” companies on the South: a view from Brazil. PLoS Med. 2012; 9(7):e1001252.

US National Cancer Institute. Sources of Beverage Intakes Among the US Population, 2005–2006, 2014. Disponível em: https://epi.grants.cancer.gov/diet/foodsources/beverages/. Acesso em: 28 abr. 2017.

An R, Maurer G. Consumption of sugar-sweetened beverages and discretionary foods among US adults by purchase location. European Journal of Clinical Nutrition. 2016: 1–5.

Imamura F, O’Connor l, Ye Z, Mursu J, Hayashino Y, Hupathiraju SN, Forouhi NG. Consumption of sugar sweetened beverages, artificially sweetened beverages, and fruit juice and incidence of type 2 diabetes: systematic review, meta-analysis, and estimation of population attributable fraction. The British Medical Journal. 2015; 50(8): 496-504.

Ma J, Jacques PF, Meigs JB, Fox CS, Rogers GT, Smith CE, Hruby A, Saltzman E, Mckeown NM. Sugar-Sweetened Beverage but Not Diet Soda Consumption Is Positively Associated with Progression of Insulin Resistance and. The Journal of Nutrition. 2016; 146(12): 2544-50.

Velasquez-Meléndez JG, Molina MCB. Sweetened Soft Drinks Consumption Is Associated with Metabolic Syndrome: Cross-sectional Analysis from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Journal of the American College of Nutrition. 2016; 36:1-9.

WHO. World Health Organization. Ultra-processed food and drink products in Latin America: Trends, impact on obesity, policy implications: Washington: World Health Organization, 2015. Disponível em: http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/7699/9789275118641_eng.pdf?sequence=5&isAllowed=y&ua=1&ua=1. Acesso em: 28 abr. 2017.

Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008–2009 - Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro; 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv45419.pdf. Acesso em: 28 abr. 2017.

Bezerra IN, de Alencar ES. Associação entre excesso de peso e tamanho das porções de bebidas consumidas no Brasil. Revista de Saúde Pública 2018; 52(21):1-11.

Popkin BM & Hawkes C. Sweetening of the global diet, particularly beverages: patterns, trends, and policy responses. The Lancet Diabetes & Endocrinology. 2016; 4(2): 174-86.

Zoellner JM, Hedrick VE, You W, Chen Y, Davy BM, Porter KJ et al. Effects of a behavioral and health literacy intervention to reduce sugar-sweetened beverages: a randomized-controlled trial. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity. 2016; 13(1): 38.

Hedrick VE, Davy BM, You W, Porter KJ, Estabrooks PA, Zoellner JM. Dietary quality changes in response to a sugar-sweetened beverage–reduction intervention: results from the Talking Health randomized controlled clinical trial. The American Journal of Clinical Nutrition. 2017;105(4):824-33.

Ebbeling CB, Feldman HA, Chomitz VR, Antonelli TA, Gortmaker Sl, Osganian SK, Ludwig DS. A. Randomized Trial of Sugar-Sweetened Beverages and Adolescent Body Weight. The New England Journal of Medicine. 2012; 367(15): 1407–16.

Cole-Lewis H, Kershaw T. Text Messaging as a Tool for Behavior Change in Disease Prevention and Management. Epidemiol Rev. 2010; 32(1):56-69.

WHO. World Health Organization. mHealth New horizons for health through mobile Technologies. Geneva: World Health Organization; 2011. Disponível em: https://www.who.int/goe/publications/goe_mhealth_web.pdf?. Acesso em: 28 abr. 2017.

Buss PM. Promoção e educação em saúde no âmbito da Escola de Governo em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública. Cad. Saúde Pública. 1999; 15(Suppl 2): S177-S185.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 1. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_alimentacao_nutricao.pdf. Acesso em: 10 Jul. 2018.

Lee J, Choi M, Lee SA, Jiang N. Effective behavioral intervention strategies using mobile health applications for chronic disease management: a systematic review. BMC Med Inform Decis Mak. 2018;18(1):12.

WHO. World Health Organization. Use and interpretation of anthropometry. Technical report series 854. Geneva: World Health Organization, 1995. Disponível em: http://www.who.int/childgrowth/publications/physical_status/en/. Acesso em: 10 jul. 2018.

Mannato LW, Pereira TSS, Velasquez-Melendez G, Cardoso LDO, Benseñor IM, & Molina MDCB. Comparison of a short version of the Food Frequency Questionnaire with its long version-a cross-sectional analysis in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). Sao Paulo Medical Journal. 2015; 133(5): 414-20.

Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. (2016). Critérios de Classificação Econômica no Brasil. Disponível em: http://www.abep.org/Servicos/Download.aspx?id=09/. Acesso em: 28 abr. 2017.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 28 abr. 2017.

Brasil. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. Brasília, DF: MDS; Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2012. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_alimentar/marco_EAN.pdf. Acesso em: 28 abr. 2017.

Gupta, S. K. Intention-to-treat concept: a review. Perspectives in clinical research. 2011; 2(3): 109.

Heritier SR, Gebski VJ, Keech AC. Inclusion of patients in clinical trial analysis: The intention-to-treat principle. Med J Aust. 2003; 179:438–40

Wertz RT. Intention to treat: Once randomized, always analyzed. Clin Aphasiol. 1995; 23:57–64

WHO. World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemic: report of a WHO consultation. Geneva: World Health Organization, 2000. Disponível em: http://www.who.int/whr/2000/en/whr00_en.pdf. Acesso em: 10 jul. 2018.

Beleigoli AM, Andrade AQ, Cançado AG, Paulo MN, Maria De Fátima HD, Ribeiro AL. Web-based digital health interventions for weight loss and lifestyle habit changes in overweight and obese adults: systematic review and meta-analysis. Journal of medical Internet research. 2019; 21(1): e298.

Bello TK, Gericke GJ, Maclntyre UE, Becker P. A nutrition education programme improves quality of life but not anthropometric status of adults living with HIV in Abeokuta, Nigeria. Public Health Nutrition. 2019; 22(12):1–13.

Nascimento M, Silva D, Ribeiro S, Nunes M, Almeida M, Mendes-Netto R. Effect of a nutritional intervention in athlete’s body composition, eating behaviour and nutritional knowledge: A comparison between adults and adolescents. Nutrients. 2016; 8(9):535.

Bernardes MS & Marín-Léon L. Group-based food and nutritional education for the treatment of obesity in adult women using the family health strategy/Educação alimentar e nutricional em grupo para o tratamento do excesso de peso em mulheres adultas na estratégia de saúde da família. Revista de Nutrição. 2018; 31(1):59-70.

de Castro Almeida J, de Mendonca AAF, Batista LM. Nutritional intervention through culinary workshops and educational lectures: application and influence in nutritional status of adults/Intervenção nutricional através de oficinas culinárias e palestras educativas: aplicação e influência no estado nutricional de adultos. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. 2018;12(69): 126-32.

Kaufer-Horwitz M, Villa M, Pedraza J, Domínguez-García J, Vázquez-Velázquez V, Méndez JP, García-García E. Knowledge of appropriate foods and beverages needed for weight loss and diet of patients in an Obesity Clinic. European Journal of Clinical Nutrition. 2015; 69(1): 68-72.

Vet ED, Nooijer, J, Vries NK, Brug J. The Transtheoretical model for fruit, vegetable and fish consumption: associations between intakes, stages of change and stage transition determinants. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity. 2006; 19(3):13.

Free C, Phillips G, Watson L, Galli L, Felix L, Edwards P, et al. The effectiveness of mobile-health technologies to improve health care service delivery processes: a systematic review and meta-analysis. PLoS Med. 2013; 10: e1001363.

Vargas-Garcia EJ, Evans CEL, Prestwich A, Sykes-musket BJ, Hooson J, Cade JE. Interventions to reduce consumption of sugar-sweetened beverages or increase water intake: evidence from a systematic review and meta-analysis. Obesity Reviews. 2017; 18(11): 1350-63.

Louzada MLC. Nutrição e saúde: O papel do ultraprocessamento de alimentos. [tese]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP, 2015.

Claro RM, Maia EG, Costa BVL, Diniz DP. Preço dos alimentos no Brasil: prefira preparações culinárias a alimentos processados. Cadernos de Saúde Pública. 2016; 32(8):1-13.

Fisberg RM, Martini LA, Slater B. Inquéritos Alimentares: Métodos e bases científicas. São Paulo: Editora Manole, p. 1-29, 2005.

de Moraes MM, Mediano MFF, de Souza RAG, Moura AS, da Veiga GV et al. Discouraging soft drink consumption reduces blood glucose and cholesterol of Brazilian elementary students: Secondary analysis of a randomized controlled trial. Preventive medicine. 2017; 100: 223-8.

Abdel-Rahman A, Jomaa L, Kahale LA, Adair P, Pine C. Effectiveness of behavioral interventions to reduce the intake of sugar-sweetened beverages in children and adolescents: a systematic review and meta-analysis. Nutrition reviews. 2018; 76(2): 88-107.

Publicado
2020-09-01
Seção
Artigos Originais