Tolerância de cultivares de soja à toxicidade do alumínio em fase inicial

Palavras-chave: Acidez do solo, Acidez trocável, Estresse abiótico, Glycine max L., Índices de tolerância

Resumo

Os genótipos de soja possuem níveis distintos de tolerância aos efeitos fitotóxicos do alumínio (Al3+) e a exploração dessa característica pode ser uma importante estratégia para potencializar o uso de solos ácidos. Esta pesquisa foi realizada para investigar os efeitos do alumínio na germinação e no crescimento inicial de 25 cultivares de soja, e identificar os cultivares mais tolerantes e suscetíveis à toxicidade por Al3+. O ensaio foi realizado no laboratório de sementes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Cassilândia. A toxicidade de Al3+ foi imposta pela exposição das sementes a uma solução diluída contendo 15 μmol L–1 de Al3+, combinada com 1250 μmol L–1 de cálcio. O pH da solução contendo Al3+ foi ajustado para 4,3 com HCl 0,5 mol L–1. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições de 50 sementes. Os fatores foram constituídos pelas 25 cultivares de soja e pelas duas condições de crescimento das plântulas (controle ou estresse por Al3+), totalizando 50 tratamentos. Os tratamentos foram avaliados com base nos índices de tolerância ao estresse (ITE) para a germinação das sementes, comprimento e matéria seca das plântulas. A toxicidade por Al3+ reduziu a taxa de germinação e o crescimento inicial de todas as 25 cultivares de soja. As cultivares TMG 7061 IPRO, TMG 7063 IPRO, TMG 7067, HO Paranaíba IPRO e NS 7505 IPRO foram consideradas como as mais indicadas para serem cultivadas em solos ácidos por apresentarem maior tolerância à toxicidade de alumínio, e as cultivares RK 815 IPRO, RK 8317 IPRO e ST 777 IPRO foram classificadas como suscetíveis à toxicidade do alumínio, e não devem ser recomendadas para o cultivo em solos ácidos.

Biografia do Autor

Rogério do Carmo Cabral, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Discente de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Sustentabilidade na Agricultura, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Cassilândia (MS), Brasil.
Alan Mario Zuffo, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Professor do Curso de Agronomia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Balsas (MA), Brasil.
Simone Cândido Ensinas, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Professora Adjunta IV e coordenadora do curso de Tecnologia em Produção Sucroalcooleira da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Glória de Dourados (MS), Brasil.
Kátia Cristina da Silva, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Discente de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Sustentabilidade na Agricultura, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Cassilândia (MS), Brasil.
Fábio Steiner, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Professor, Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Sustentabilidade na Agricultura, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Cassilândia (MS), Brasil.

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Publicado
2022-07-01
Seção
Meio Ambiente