Monitoramento de plantas de paricá em área em processo de restauração florestal

Palavras-chave: Área degradada, Bioma amazônico, Mensuração florestal, Schizolobium parahyba var. Amazonicum, Silvicultura

Resumo

O objetivo do estudo foi avaliar o desenvolvimento vegetativo do paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber x Ducke) Barneby), em áreas de pastagens em processo de restauração no Mosaico de Unidades de Conservação de Carajás. O processo de restauração teve início no ano de 2015, no município de Canaã dos Carajás (PA). A área inclui um programa de conectividade de fragmentos florestais, sendo terrenos degradados, antes ocupados por pastagem, que estão sendo recuperados com floresta nativa. As avaliações do desenvolvimento das plantas de paricá foram constituídas pelas variáveis altura da planta, diâmetro à altura do peito, cubagem e projeção da copa. Os dados experimentais foram submetidos à análise de regressão e correlação de Pearson. A partir da cubagem rigorosa, realizada pelo método de Smalian, foi determinado um fator de forma médio igual a 0,55 e forte correlação positiva com os diâmetros e alturas (r = 0,83 e r = 0,86). Por meio dos dados de cubagem foi possível realizar o ajuste de um modelo matemático de dupla entrada (diâmetro à altura do peito e altura como variáveis independentes) para estimativa do fator de forma, em que as estatísticas de ajuste da regressão resultaram valores relativamente altos para o coeficiente de determinação (R² = 0,78) e baixos para o erro padrão da estimativa (Syx = 0,05). Aplicando o modelo logaritmizado de Schumacher-Hall para estimativa volumétrica foram obtidas boas estatísticas de ajuste, com elevado coeficiente de determinação (R² = 0,99), baixo erro padrão da estimativa (Syx = 0,07) e dispersão de resíduos sem tendenciosidades.

Biografia do Autor

Kessy Jhonnes Soares da Silva, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Graduando do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas (PA), Brasil.
Vitória de Cássia Viana Silva Lima, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Graduanda do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas (PA), Brasil.
Daiane de Cinque Mariano, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Professora Adjunta III da Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas (PA), Brasil.
Ângelo Augusto Ebling, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Professor Adjunto II da Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas (PA), Brasil.
André Luis Macedo Vieira, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Parauapebas (PA), Brasil.
Ricardo Shigueru Okumura, Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
Professor Associado I da Universidade Federal Rural da Amazônia, Parauapebas (PA), Brasil.

Referências

REFERÊNCIAS

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Publicado
2022-07-01
Seção
Meio Ambiente