A evolução das importações de arroz no Brasil e seus efeitos sobre o Estado do Mato Grosso do Sul

Palavras-chave: Análise de rede, Comércio exterior, Logística, Orizicultura

Resumo

A cadeia produtiva do arroz tem apresentado mudanças ao longo dos anos no Brasil. Tais mudanças trouxeram consequências aos produtores nacionais do grão com o aumento do número de importações do produto. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo verificar o panorama das importações de arroz do Brasil entre o período de 1997 a 2018 e seus efeitos no Estado do Mato Grosso do Sul. Para isso, foram feitas análises estatísticas descritivas utilizando dados secundários de volumes de importação do Brasil e de Mato Grosso do Sul. Esses foram obtidos diretamente do site da COMEX STAT, que é o sistema da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (SECINT), vinculada ao Ministério da Economia. Como resultados, evidencia-se que as importações de arroz para o Brasil tiveram impulso logo após a abertura do mercado no ano de 1990, no início do Plano Real em 1994 e a criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) em 1995. Com isso, os produtores nacionais foram bastante prejudicados, visto que o custo de produção do arroz brasileiro é muito elevado quando comparado com os países vizinhos, integrantes do Mercosul. Foi constatado que o Estado do Mato Grosso do Sul não é um importante ator na cadeia de importação de arroz.

Biografia do Autor

Leandro Kenji Inagaki Sato, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Discente egresso do Programa de Pós-graduação em Agronegócios (PPGAgronegócios) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil.
João Gilberto Mendes dos Reis, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD
Docente permanente do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção (PPGEP) e de Administração (PPGA) da Universidade Paulista (UNIP), São Paulo (SP) e Docente permanente do Programa de Pós-graduação em Agronegócios (PPGAgronegócios) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados (MS), Brasil

Referências

ARSANI, A. M. The future of Indonesia and global agriculture: Rice consumption and agricultural modernization. Jurnal Litbang Sukowati: Media Penelitian dan Pengembangan, v. 4, n. 1, p. 8, 2020.

BARATA, T. S. Caracterização do consumo de arroz no Brasil: um estudo na Região Metropolitana de Porto Alegre. 2005. 93f. Dissertação (Mestrado em Agronegócios) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Cepan, Porto Alegre, 2005.

BRASIL. Projeções do agronegócio - Brasil 2012/13 a 2022/23: projeções de longo prazo. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 4. ed. Brasília: MAPA, 2013.

CAPITANI, H. D. C. Determinantes da demanda por importação de arroz do Mercosul pelo Brasil. 151p. Dissertação (Mestrado em Ciências) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, 2009.

CGIARCRP (CGIAR Research Program). Importance of rice. Research Program on Rice, 2019. Disponível em: http://ricecrp.org/importance-of-rice/. Acesso em: 20 abr. 2019.

CHOI, J. Y. et al. The Rice paradox: Multiple Origins but Single Domestication in Asian Rice. Molecular Biology and Evolution, v. 34, n. 4, p. 969-979, 2017.

COLTRO, L. et al. Environmental profile of rice production in Southern Brazil: A comparison between irrigated and subsurface drip irrigated cropping systems. Journal of Cleaner Production, v. 153, p. 491-505, jun. 2017.

COLUSSI, J. Produzir arroz no Paraguai custa metade do que no Brasil. Gaúchazh, Campo e Lavoura, Porto Alegre, 22 fev. 2019. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/campo-elavoura/noticia/2019/02/produzir-arroz-no-paraguai-custa-a-metade-do-que-no-brasil-cjsg6z80100bj01qunen0bovw.html. Acesso em: 20 jul. 2019.

EMBRAPA. Origem e história do feijoeiro comum e do arroz. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2000.

FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. Statistical databases: agriculture, 2019. Disponível em: http://faostat3.fao.org. Acesso em: 17 mar. 2019.

FOLEY, J. A. et al. Solutions for a cultivated planet. Nature, 478, p. 337-342, 2011.

GOMES PEREIRA, M. W.; TEIXEIRA, E. C.; RASZAP-SKORBIANSKY, S. Impacts of the Doha round on Brazilian, Chinese and Indian agribusiness. China Economic Review, v. 21, n. 2, p. 256-271, 1 jun. 2010.

GRISP (Global Rice Science Partnership). Rice almanac. 4. ed. Los Baños: International Rice Research Institute, 2013.

HOSSAIN, M.; NARCISO, J. Global rice market: Trends and perspectives. The Bangladesh Development Studies, v. 28, n. 4, p. 1-28, 2002.

JORNAL DO COMÉRCIO. Arrozais perdem 2,46 mil vagas em 10 anos. Jornal do Comércio, Porto Alegre, 28 de maio de 2019. Disponível em: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/economia/2019/05/686067-arrozais-perdem-2-46-mil-vagas-em-10-anos.html. Acesso em: 10 jul. 2019.

KATSURAYAMA, A. M. et al. Occurrence of Aspergillus section Flavi and aflatoxins in Brazilian rice: From field to market. International Journal of Food Microbiology, v. 266, p. 213-221, 2018.

KRAEHMER, H.; THOMAS, C.; VIDOTTO, F. Rice production in Europe. In: CHAUHAN, B. S.; JABRAN, K.; MAHAJAN, G. (ed.). Rice production worldwide. Cham: Springer International Publishing, 2017. p. 93-116.

KUSANO, M. et al. Using metabolomic approaches to explore chemical diversity in rice. Molecular Plant 8, p. 58-67, 2015.

LABORTE, A. G. et al. RiceAtlas, a spatial database of global rice calendars and production. Scientific Data, v. 4, n. 1, p. 170074, 2017.

LYU, Y. et al. Performance assessment of rice production based on yield, economic output, energy consumption, and carbon emissions in Southwest China during 2004-2016. Ecological Indicators, v. 117, p. 106667, 2020.

MAHAJAN, G.; KUMAR, V.; CHAUHAN, B. S. Rice production in India. In: CHAUHAN, B. S.; JABRAN, K.; MAHAJAN, G. (ed.). Rice production worldwide. Cham: Springer International Publishing, 2017. p. 53-91.

MILANI, P. et al. Social marketing of a fortified staple food at scale: Generating demand for fortified rice in Brazil. Journal of Food Products Marketing, v. 23, n. 8, p. 955-978, 2017.

MUTHAYYA, S. et al. An overview of global rice production, supply, trade, and consumption: Global rice production, consumption, and trade. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1324, n. 1, p. 7-14, 2014.

NAKAGAHRA, M.; OKUNO, K.; VAUGHAN, D. Rice genetic resources: History, conservation, investigative characterization and use in Japan. In: SASAKI, T.; MOORE, G. (ed.). Oryza: from molecule to plant. Dordrecht: Springer Netherlands, 1997. p. 69-77.

NIE, L.; PENG, S. Rice production in China. In: CHAUHAN, B. S.; JABRAN, K.; MAHAJAN, G. (ed.). Rice production worldwide. Cham: Springer International Publishing, 2017, p. 33-52.

OISHIMAYA, S. N. Top rice exporting and countries. World Atlas, 2017. Disponível em: worldatlas.com/articles/top-rice-exporting-and-importing-countries.html. Acesso em: 10 ago. 2019.

PEREIRA, J. A. Cultura do arroz no Brasil: subsídios para a sua história. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2002.

SATO, L. K. I.; REIS, J. G. M. Produção de arroz em Mato Grosso do Sul: um estudo de sua participação na Produção Nacional. São Paulo: Netlog, 2018.

SECINT (Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais) COMEX STAT. Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/cpt/home. Acesso em: 19 jul. 2019.

SILVA, O. F.; WANDER, A. E. O Arroz no Brasil: Evidências do Censo Agropecuário 2006 e Anos Posteriores. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2014.

SINGH, V. et al. Rice production in the Americas. In: CHAUHAN, B. S.; JABRAN, K.; MAHAJAN, G. (ed.). Rice production worldwide. Cham: Springer International Publishing, 2017, p. 137-168.

WANG, S. et al. Relationship between land-use and sources and fate of nitrate in groundwater in a typical recharge area of the North China Plain. Science of The Total Environment, v. 609, p. 607-620, 2017.

WINDARTO, A. P. Implementation of data mining on rice imports by major country of origin using algorithm using k-means clustering method. International Journal of Artificial Intelligence Research, v. 1, n. 2, p. 26, 2017.

Publicado
2022-03-31
Seção
Agronegócio