Desempenho de longevos caidores e não caidores na avaliação do Timed Up and Go utilizando um aplicativo de smartphone

Gabriela Guimarães Oliveira; Márcio Sarroglia Pinho; Ângelo José Gonçalves Bós

doi:10.17765/2176-9206.2019v12n2p385-397

Gabriela Guimarães Oliveira Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Márcio Sarroglia Pinho Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
Ângelo José Gonçalves Bós Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI: https://doi.org/10.17765/2176-9206.2019v12n2p385-397

Palavras-chave: Idoso de 80 anos ou mais, Acidentes por queda, Tecnologia. Saúde Pública.

Resumo

Este estudo tem por objetivo observar o desempenho de longevos caidores e não caidores por meio do teste Timed Up and Go (TUG) utilizando um aplicativo de smartphone (Mobility Suite®). Participaram longevos (≥90 anos), de Porto Alegre (RS), acompanhados em domicílio. Cada longevo realizou o TUG utilizando um smartphone com sistema operacional Android que foi colocado em uma cinta elástica com velcro e preso no peito, na altura do esterno. Assim, parâmetros das fases individuais do teste foram fornecidos pelo aplicativo, sendo eles: a) duração total do TUG em segundos; b) duração da transição de sentado para em pé em segundos; c) duração da transição de pé para sentado em segundos; d) variação máxima do ângulo do tronco na fase de inclinação para frente em graus e; e) velocidade angular máxima durante a fase de inclinação para frente em graus/segundos. Análise de variáveis sociodemográficas e clínicas, presença de multimorbidades e polifarmácia e variáveis relacionadas às quedas foram utilizadas para comparações. Dos 98 avaliados, 26,5% referiram quedas nos últimos seis meses. Longevos caidores apresentaram mais sintomas depressivos (p<0,001). Caidores apresentaram pior desempenho em cada uma das fases do TUG de acordo com o aplicativo. O aplicativo de smartphone Mobility Suite® foi capaz de avaliar o desempenho de longevos caidores e não caidores por meio do tempo do TUG e seus parâmetros. A depressão mostrou-se a única variável estatisticamente significativa, indicando que longevos com sintomas depressivos apresentam mais chances de cair. Este foi o primeiro relato da utilização do MobilitySuite® em longevos. O aplicativo mostrou-se útil para utilização no ambiente domiciliar, podendo ser utilizado em investigações futuras.

Biografia do Autor

Gabriela Guimarães Oliveira, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Possui graduação em Fisioterapia pelo Centro Universitário Metodista, do Instituto Porto Alegre (IPA) (2012), Especialização em Gestão da Atenção à Saúde do Idoso pelo Centro de Educação Tecnológica e Pesquisa em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Escola GHC em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Câmpus Porto Alegre (2013), especialização pelo Programa de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde (PREMUS/HSL), Ênfase Saúde do Idoso pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) na Unidade de Internação Geriátrica do Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS (2016) e Mestrado em Gerontologia Biomédica pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS. Atualmente é Doutoranda em Gerontologia Biomédica na mesma instituição.

Márcio Sarroglia Pinho, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

O Dr. Márcio Sarroglia Pinho concluiu doutoramento, em 2002, na área de interação colaborativa e sistemas de realidade virtual, na UFRGS, no Programa de Pós-Graduação em Computação. É professor da PUCRS, desde 1990, em regime de dedicação exclusiva, onde coordena o Grupo de Realidade Virtual (http://grv.inf.pucrs.br). A partir de 2004 passou a atuar no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da PUCRS, no qual já formou 18 mestres e 5 doutores, nas áreas de Realidade Virtual, Computação Gráfica, Jogos de Eletrônicos, Processamento de Imagens Médicas e Visão Computacional. Atua também como membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Assistida por Computação Científica (INCT - MACC), do qual foi membro do Comitê Gestor, no período de 2009 a 2015. Atuou como co-chair dos workshops do IEEE Virtual Reality Conference 2016. Atua fortemente em projetos de pesquisa interdisciplinares, utilizando técnicas de visão computacional, computação gráfica e realidade virtual e aumentada, nas áreas de Imagens Médicas, Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica, Ensino Médico, Odontologia e Fisioterapia. Desempenha suas atividades docentes em disciplinas de Programação, Realidade Virtual e Aumentada, Computação Gráfica e Processamento de Imagens, bem como de Trabalhos de Conclusão de Cursos de Graduação. Atualmente ocupa a função de Coordenador de Pesquisa da Escola Politécnica da PUCRS, e é Coordenador do Centro de Pesquisa em Visualização Avançada da Universidade. Já exerceu as funções de Coordenador do Curso de Bacharelado em Ciência da Computação, Coordenador de Departamento, além de Coordenador de Curso de Especialização em Informática na Saúde. Atua ativamente junto à comunidade científica de Realidade Virtual, em especial através da Comissão Especial de Realidade Virtual, da Sociedade Brasileira de Computação, da qual foi coordenador em 2009-2010.

Ângelo José Gonçalves Bós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Professor Titular da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Coordenador do Projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL) do Programa de Gerontologia Biomédica (CAPES 7) e o Programa Assumindo o Controle de sua Saúde da Organização Pan Americana de Saúde (Brasil). Foi Presidente do Conselho Municipal do Idoso da cidade de Porto Alegre (2014-2016) e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia-RS entre 2012 e 2014. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (1983) especialização em Geriatria e Gerontologia pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS , doutorado em Phd In Medicine com ênfase em Saúde Comunitária pela Tokai University (Japão) em 1995 e pós-doutorado no Instituto Nacional Americano sobre o Envelhecimento e na Escola de Saúde Pública da Universidade de Johns Hopkins em Baltimore, EUA, onde acompanhou o Baltimore Longitudinal Study of Aging. em 2015 realizou pós-doutorado no Departamento de Saúde e Participação Social do Tokyo Metropolitan Institute of Gerontology. Atualmente é professor adjunto da PUCRS onde leciona no Programa de Mestrado e Doutorado em Gerontologia Biomédica as disciplinas Métodos Quantitativos de Pesquisa em Gerontologia Biomédica, Epidemiologia e Demografia do Envelhecimento e Saúde Pública e Envelhecimento. Coordena a Linha de Pesquisa em Saúde Pública e Envelhecimento, desenvolvendo diversos projetos. Oferece cursos de Gerenciamento de Banco de Dados e Análise de Dados Usando o EPI INFO. Autor do livro "Epi Info Sem Mistérios: um manual prático" em sua terceira edição. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Análise de Dados Longitudinais, atuando principalmente nos seguintes temas: longevidade, envelhecimento, promoção da saúde, prevenção primária, qualidade de vida e epidemiologia.

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