Fatores associados ao comportamento alimentar de idosos jovens e longevos do Sul do Brasil

Palavras-chave: Apetite, Comportamento alimentar, Envelhecimento, Idoso de 80 anos ou mais, Idoso fragilizado

Resumo

O objetivo deste estudo transversal com 6.974 idosos foi caracterizar o comportamento alimentar de idosos jovens e longevos determinado pela dificuldade funcional de se alimentar sozinho, autopercepção do apetite e número de refeições diárias, analisados pelo modelo de regressão de Poisson. Os idosos jovens alimentavam-se com mais facilidade e apresentavam melhor autopercepção do apetite enquanto os longevos realizavam maior número de refeições diárias. Na análise ajustada, a pior autopercepção do apetite foi relacionada com pior autopercepção de saúde geral entre os idosos jovens, e sexo feminino entre os longevos. Idosos jovens apresentaram como fator preditivo positivo do número de refeições o fato de saírem de casa e apresentarem peso adequado e nenhuma doença crônica. Entre os longevos sair de casa foi um preditor negativo do número de refeições. Assim, os fatores determinantes de pior comportamento alimentar foram ser longevo, viver sem companheiro, pior autopercepção de saúde e de saúde oral.

Biografia do Autor

Shelly Westphalen Palma, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Nutricionista, Mestre em Gerontologia pela Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria (RS), Brasil.
Greisse Viero da Silva Leal, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Doutora em Saúde Pública pela USP/SP, Docente do Programa de Pós-graduação em Gerontologia e do Departamento de Alimentos e Nutrição, Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira das Missões, Palmeira das Missões (RS), Brasil.
Ângelo José Gonçalves Bós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
Docente do Programa de Pós-graduação em Gerontologia Biomédica, Escola de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS), Brasil.
Loiva Beatriz Dallepiane, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
Doutora em Medicina e Ciências da Saúde pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professora titular livre docente da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria (RS), Brasil.

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Publicado
2021-12-20
Seção
Artigos Originais