Influência de indicadores sociais na incidência e mortalidade da COVID-19 no Brasil em Junho de 2020

Palavras-chave: COVID-19, Incidência, Mortalidade, Indicadores Sociais

Resumo

O estudo tem por objetivo analisar a influência de indicadores sociais das regiões e verificar sua correlação com a incidência e mortalidade causada pela COVID-19 no Brasil no período de junho de 2020. Trata-se de um estudo observacional, ecológico e analítico na qual foram incluídas nas análises todas Unidades Federativas brasileiras de 10/06/2020 à 13/06/2020. Considerou-se como variáveis relacionadas à COVID-19: taxa de incidência e mortalidade acumulada por 100 mil habitantes e taxa de letalidade acumulada. Como variáveis independentes, determinou-se: índice de desenvolvimento humano, percentual de pobreza e renda per capita. Verificou-se que regiões mais pobres (Norte e Nordeste) possuem maior incidência, mortalidade e letalidade por COVID-19 se comparado com as regiões mais ricas do (Sudeste, Sul e Centro-oeste). Esses resultados demonstram que os indicadores sociais possuem influência nas taxas de incidência e óbitos por 100 mil habitantes devido a COVID-19, além de apresentar correlações significativas entre si. Os achados do estudo podem ser usados para embasar e dar direcionamento a ações de combate ao COVID-19 no país, levando à criação de políticas públicas bem estruturadas e garantindo eficácia para o enfrentamento da doença em áreas com vulnerabilidade.

Biografia do Autor

Anderson Antônio Lima dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Discentes do curso de graduação em Enfermagem na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil.
João Pedro da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Discentes do curso de graduação em Enfermagem na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil.
Thais Cristina Loyola da Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Discentes do curso de graduação em Enfermagem na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil.
Talita Araújo de Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Mestre em Saúde Coletiva pela UFRN/RN. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCSA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil.
Francisco Arnoldo Nunes de Miranda, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Pós-Doutor em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem São João de Deus (ESESJD-U-ÉVORA), Évora, Portugal. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGE) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil.
Gilson de Vasconcelos Torres, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Pós-Doutor em Enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem São João de Deus (ESESJD-U-ÉVORA), Évora, Portugal. Docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCSA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal (RN), Brasil.

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Publicado
2022-01-31
Seção
Artigos Originais