De “Coisa Mais Linda” à “Garota de Ipanema”: contribuições da metateoria do direito fraterno para a sororidade feminina das mulheres no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17765/2176-9184.2023v23n1.e11669

Palavras-chave:

Fraternidade, Gênero, Igualdade, Reconhecimento, Sororidade

Resumo

O presente artigo tem por escopo estudar a recepção da metateoria do direito fraterno pela sororidade feminina no Brasil a partir da série “Coisa Mais Linda”, produção brasileira da Netflix. A metateoria do direito fraterno é pautada na visualização de novas perspectivas para a sociedade cosmopolita a partir da análise transdisciplinar da sociedade e dos seus fenômenos em movimento. Aliada à sororidade, cujo papel intrínseco está na aproximação das mulheres em um círculo ético de empatia, tem-se, na luta pela equidade de gênero, uma promessa do reconhecimento do outro e da responsabilidade social que detém. Nesse sentido, questiona-se: considerando a luta pela efetivação dos direitos das mulheres a partir do que ilustra a série “Coisa Mais Linda”, objeto de análise dessa pesquisa, quais são as contribuições da metateoria do direito fraterno para a sororidade feminina das mulheres no Brasil? Para a realização da pesquisa, adota-se o método de abordagem hipotético-dedutivo e método bibliográfico de procedimento. Conclui-se, a partir do estudo, as contribuições da metateoria do direito fraterno no seu próprio caráter inclusivo e transdisciplinar, no sentido de ser um direito sensível que abandona os confins fechados da cidadania, projetado para uma nova forma de cosmopolitismo e de compartilhamento.

Biografia do Autor

Charlise Paula Colet Gimenez, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI

Doutora em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul; Professora do Programa de Pós-graduação em Direito, Mestrado e Doutorado da URI, Santo Ângelo (RS), Brasil.

Gabrielle Scola Dutra, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI

Doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Mestre em Direito pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI, campus Santo Ângelo (RS), Brasil. (Bolsa CAPES/TAXA 2018/2020).

Referências

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Fatos e mitos. Volume 1. São Paulo: Difel, 1970.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo: Fatos e mitos. Vol. 1. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2003.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Tradução Clauss Brandini Gerhardt. Volume II. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CASTRO, Mary. LAVINAS, Lena. Do feminino ao gênero: a construção de um objeto. In: COSTA, Albertina de Oliveira; BRUSCHINI, Cristina. Uma questão de gênero. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 1992.

COISA MAIS LINDA. [Série]. Criação: Heather Roth e Giuliano Cedroni. Direção: Caíto Ortiz, Hugo Prata e Julia Rezende. Produção: Beto Gauss e Francesco Civita. Netflix Brasil. Serviço de streaming, 2019.

COSTA, Suely Gomes. Onda, rizoma e sororidade como metáforas: representações de mulheres e dos feminismos. (Paris, Rio de Janeiro: anos 70/80 do século XX). Revista INTERThesis, Florianópolis, v. 6, n. 2, jul./dez. 2009.

LAGARDE DE LOS RIOS, Marcela. El Feminismo en mi vida: hitos, claves, y topías. 2012. Livro eletrônico. Disponível em www.inmujeres.df.gob.mx. Acesso em: 15 jan. 2021.

MADERS, Angelita Maria; GIMENEZ, Charlise Paula Colet; ANGELIN, Rosângela. Mulheres, vulnerabilidade e direito fraterno: (des) caminhos da violência à dignidade sexual e reprodutiva. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.

PATEMAN, Carole. O Contrato Sexual. Tradução de Marta Avancini. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

RESTA, Eligio. O Direito Fraterno. Tradução de Sandra Regina Martini. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004.

RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro?. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

ROCHA, Leonel Severo. SCHERBAUM, Júlia Francieli Neves. Poder, Gênero e Políticas Públicas a partir da teoria sistêmica. In: BEDIN, Gilmar Antônio. ANGELIN, Rosângela. Diálogo e entendimento: Direitos e multiculturalismo & políticas de cidadania e resolução de conflitos: tomo 10. Santo Ângelo: FuRI, 2019. Disponível em: http://srvapp2s.santoangelo.uri.br/sites/mestrado_direito/wp-content/uploads/2019/09/Di%C3%A1logo-e-Entendimento-Tomo-10-2019.pdf. Acesso em: 15 jan. 2021.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SCOTT, Joan. Gênero: Uma categoria útil para análise histórica. In: Educação e Realidade. v. 20. n. 2, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em: 15 jan. 2021.

SEGATO, Rita. Por qué la masculinidad se transforma en violencia. In: EDELSTEIN, Josefina. LA VOZ. Disponível em: https://www.lavoz.com.ar/ciudadanos/por-que-la-masculinidad-se-transforma-en-violencia?fbclid=IwAR3ceFLOFlk00lWe-4K__1hXT7iNWJHfBRecM5UAiCBO1shQfJ5rz16UOrQ. Acesso em: 15 jan. 2021.

TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado; RODRIGUES, Renata de Lima. A travessia da autonomia da mulher na pósmodernidade: da superação de vulnerabilidades à afirmação de uma pauta positiva de emancipação. Pensar, Fortaleza, v. 23, n. 3, p. 1-20, jul./set. 2018.

Downloads

Publicado

2023-04-04

Como Citar

Gimenez, C. P. C. ., & Dutra, G. S. . (2023). De “Coisa Mais Linda” à “Garota de Ipanema”: contribuições da metateoria do direito fraterno para a sororidade feminina das mulheres no Brasil. Revista Jurídica Cesumar - Mestrado, 23(1), 159–170. https://doi.org/10.17765/2176-9184.2023v23n1.e11669

Edição

Seção

Doutrinas